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  Eu ouvia o cantar dos pássaros,podia escutar os cavalos bem tratados do rei correrem pelas ruas,os guardas armados espancarem inocentes sempre que lhes convinham,fechei os olhos com o resto de força que restava em meu corpo,tentei ignorar o som ...

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  Eu ouvia o cantar dos pássaros,podia escutar os cavalos bem tratados do rei correrem pelas ruas,os guardas armados espancarem inocentes sempre que lhes convinham,fechei os olhos com o resto de força que restava em meu corpo,tentei ignorar o som da porta da frente ser quebrada ao meio,silêncio os sons das vidraças se estraçalhando,os cacos batendo contra o chão se taco o som cortante do estilhaço que estilhaçava junto a ele o nó em minha garganta,me encolhi trazendo meu par de pernas até meu pescoço,sentindo o tempo me esvaziar me deixando inválida a cada passo pesado das botas prateadas em minha sala.
     River em silêncio apenas agarrava
a capa negra do cabedeiro no canto do modesto e limpo quarto que dividimos ao longo de nossos 17 anos,não havia uma expressão em seu rosto,não havia nada que me fizesse acreditar que ela ficaria,socou a vidraça fazendo uma chuva de vidro voar em direção a cama e me banhando em uma chuva dolorosa ,alguns cortes apareceram de imediato,senti meu sangue ferver,meu coração bater a milhão,e uma força quase que sobrenatural me devorar.

- não vai por favor- disse inconscientemente,saiu sem que notasse,algo que por um deslize deixei que se soltasse,Ela se abaixou próxima a mim,com sua mão direita limpou o pouco do sangue que escorria por entre meu cabelo;

- vai ficar tudo bem,me de 3 minutos,eu vou buscar ajuda,mas me prometa que não vai sair daqui!- me fitou esperando por uma reposta acenti sem pensar duas vezes antes que ela saltasse pela janela quebrando as telhas já podres que só se mantinham ali por conta de algum milagre divino;

- vasculhem os quartos,deve ter alguém se escondendo!- a voz rouca disse como um comando,as solas pesadas sobiam as escadas,levantei em silêncio afastando os cacos que tilintaram,encarei rápido a vista da janela,uma mãe era apedrejada ao centro da praça suas crianças choravam a ponto de solussarem,meu peito foi esmagado ao ver aquilo,a humanidade não era mais racional,estava se tornando cada vez mais selvagem,assassinatos,torturas as vezes me perguntava onde isso iria acabar.
    Caminhei na ponta dos pés até a janela,era uma queda de uns 4 metros caso caísse,mas não podia ficar ali,não podia simplesmente me entregar de braços abertos a aquelas pessoas esperando por misericórdia,não havia mais misericórdia,passei uma de minhas pernas ficando dependurada sobre o abismo abaixo de meus pés,ainda sentada sobre o parapeito imaginando onde estariam meus pais a essas horas,fechei os olhos novamente senti o vento frio me atravessar me cortando um pouco,as batidas começaram em minha porta,haviam homens impiedosos do lado de fora.
      Lobos famintos em busca de um cervo,e em breve eu seria esse cervo se não saltasse de vez daquela janela encarando meu medo extremo de altura,me encorajei a saltar,sabia que nada aconteceria,as folhas secas do outono amorteceriam a queda evitando que eu me machucasse,um buraco se abriu na porta um grito determinado alertou os de mais,o caçador avistava seu cervo ali sem escapada sem qualquer chance de fugir,ouvi a porta ceder,todas aqueles olhares diabólicos me acertarem de uma forma repulsiva como se quisessem uma parte de mim,saltei sem medo,qualquer coisa até mesmo a morte seria uma escolha melhor a essa altura,meus joelhos pareceram quebrar,os ossos de minha costela pareceram fatiar minha pele e rasgar meus pulmões,minhas mãos sangravam tingindo o solo de mil tons do vermelho,apoiei minhas mãos raladas sobre o chão arranjando um pouco de equilíbrio,minha camisola branca agora era um marrom terra cotadesgastado,me ergui ferida sentindo o peso do meu corpo quebrar meus ossos um por um sem piedade,caminhei dolorida agarrada a um galho seco do Pinheiro que estava caído a poucos centímetros de mim.
   A presa havia fugido,mas seus rastros ainda eram frescos,ainda havia uma caçada eminente;

SKYSONS-herdeiros [livro I]Onde histórias criam vida. Descubra agora