3. Quê??? Não Tenho Varinha???

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Isabella caminhou até à Ollivander's, uma das lojas mais antigas da rua.

A mãe esperava-a à entrada e entraram as duas.

Por dentro, a lojinha é escura, cheia de prateleiras com as mais variadas varinhas.

Um homem apareceu de trás do balcão. Parecia muito velho e cansado, mas a sua expressão causava arrepios à menina.

- Bom dia, senhoras...Ohhh...lembro-me bem...castanheiro, 26 cm, muito maleável.

- Correto, senhor Ollivander. Excelente memória, como sempre. Agora chegou o momento da minha filha comprar a sua varinha.

- Ohhh...sim. Experimenta esta. Pinheiro, 23 cm, não maleável.

A menina pegou nela, mas nada aconteceu. Agitou-a e um jarro de vidro que estava em cima da mesa explodiu.

- Não...não...não... - diz ele tirando-a da mão dela.

Tira outra da estante e estende-a.

- Experimenta esta. Abrunho, 28 cm, flexível.

A menina experimentou, mas aconteceu o mesmo que a outra.

- És difícil...hem...Vamos tentar novamente...

***

Isabella experimentara a loja toda. Literalmente!!!

Em cima do balcão estava uma pilha enome de caixas e nas prateleiras, só uma última caixa.

O vendedor tirou-a, com um ar de desespero.

- Esta é a última. Tem que ser esta. - dizia ele mais para si do que para ela. - Tome...

A menina pegou na varinha e, pelo canto do olho viu os adultos olharem-na com expetativa.

Agitou a varinha com determinação mas, nada aconteceu. Experimentou outra vez, mas...nada. Dos seus olhos já brotavam lágrimas.

- P-p-porquê??? Porque é que nenhuma varinha me "reconhece"???

Ollivander encontrava-se em estado de choque. Até o famoso Harry Potter tinha encontrado a sua varinha naquela loja.

- "Porque é que esta menina não encontra uma varinha???" - pensava ele desconcertado.

- C-como é possível??? Isto nunca me aconteceu...

- E agora??? O...o...o...o que é que eu faço??? - a menina estava desesperada.

- A tua varinha não está aqui. E só há uma maneira de saberes onde é que ela está, apesar de não gostar lá muito. Um jovem feiticeiro italiano criou uma tecnologia capaz de prever sem erro, qual varinha de cada bruxo. Se ainda não tiver sido fabricada vai indicar quais os materiais. Se esse for o caso, dizes-me e eu faço-ta até ao dia 1 de setembro.

- Muito obrigada, senhor Ollivander. - diz a mãe. - Mas onde é que ele se encontra???

- Ele é vive em Veneza, pelo que ouvi. - e estende um papelinho com a morada.

- Iremos lá amanhã logo.

Isabella estava muito aliviada. Por momentos pensou que seria um bruxa incapaz de fazer magia porque não tinha varinha. Iria a Veneza e concerteza a sua varinha seria reconhecida.

As duas sairam da loja mais esperançadas.

***

No dia seguinte, assim que ela acordou, lembrou-se do sucedido no dia anterior.

"Hoje vai tudo resolver-se, tenho a certeza!!!"

Com estes pensamentos, desceu para ir tomar o pequeno almoço.

Como era sábado, o pai estava lá.

- Bom dia papiiii. Bom dia mamiiii!!!

- Bom dia, filha. - disseram os pais em coro.

- Já soube do teu problema, filha. - informa o pai. - Por isso vou convosco a Itália.

- Boa pai!!! Hum...podemos passear por lá!

- Claro, ainda estás de férias, por isso tens que aproveitar.

- Yayyyyy!!!

Apareceram num beco escuro. Do lado esquerdo havia uma portinhola, por onde entraram.

A menina viu-se numa espécie de laboratório/biblioteca. De repente, um jovem homem sai de trás de uma das estantes e cumprimenta-os.

- Sejam bem vindos ao meu lar! Chamo-me Alexandre e estudo as varinhas. O que desejam?

- Estamos com dificuldade em encontrar uma para a nossa filha. Gostaríamos de usar a sua invenção, se possível.

- Ohhh...claro. Ultimamente tem havido muitos casos desses. Venham comigo.

Alexandre indicou-lhes uma porta, por onde entraram. Era uma sala muito grande e espaçosa. No meio, estava uma espécie de ecrã de cinema ligado a um computador.

- Vem...hum...ainda não me disseste o meu nome...

- Chamo-me Isabella. - diz a menina dando um passo à frente.

- Ok, Isabella. Bonito nome...Vem cá e coloca a mão que te dá mais jeito aqui.

Ele indica-lhe uma reentrância perto do teclado do computador.

A menina obedece-lhe e coloca a mão.

Aparecem no ecrã umas letras.

***Scanning***

O tempo passou...passou...passou...

- Que estranho...nunca demorou tanto tempo...

Mas então...

###ERRO###

- Eu nem acredito...Foi a primeira vez que isto aconteceu!!! Nunca deu erro. Experimenta outra vez, com a outra mão, por favor.

- Claro, senhor Alexandre.

A menina experumentou outra vez...

***Scanning***

Mas desta vez o resultado ainda foi pior.

O ecrã ficou vermelho...

###ERRO###
###ERRO###
###ERRO###

Alexandre estava todo suado a clicar em vários botões.

A menina tirou a mão da máquina com um movimento brusco e as palavras desapareceram, voltando à "tranquilidade".

- Não há varinha para ti, é um facto. Há duas explicações para isto:

1) És uma Cepatorta.

2) És um tipo de bruxa rara e especial.

Lá de trás, o pai mete conversa:

- Quanto ao primeiro ponto, é impossível que a nossa filha seja cepatorta. Ela desde pequena que mostra ter sangue mágico: todas vezes que se zangava pegava fogo a algo.

- Então só resta o segundo ponto. Passo a explicar: há muito tempo, havia um pequeno grupo de feiticeiros tão poderosos, que conseguiam praticar todos os feitiços, mas não necessitavam de uma varinha. A vossa filha é uma das herdeiras deste grande poder. São raríssimos os feiticeiros que têm estas características. Devias sentir-te honrada por isso.

- M-mas...será que me vão aceitar em Hogwarts???

- Acho que sim, se explicarem tudo à Minerva, de certeza que ela compreenderá. Mas é melhor enviarem-lhe uma coruja o mais rápido possível.

- Obrigada por tudo, Alexandre. - agradeceu a mãe.

- Foi um prazer. Estou aqui para ajudar.

Depois de se despedirem de Alexandre, voltaram para casa.

Apesar de mais aliviada, Isabella sentia-se diferente.

"Será que me vão aceitar???" - pensava ela.

A Bruxa Sem Varinha (Pausada)Onde histórias criam vida. Descubra agora