Provocações

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Madelyn Jonhson (narradora)

  Nas outras duas detenções que tive com Malfoy, tivemos que ajudar a Professora Sprout nas mandagorás para as aulas do segundo ano. Draco e eu não trocamos uma palavra, e senti uma certa tensão no ar, principalmente quando ele me olhava e desviava o olhar quando eu o retrucava com as sobrancelhas de volta. Além disso? Só mais uma detenção para o meu currículo. E nas outras semanas ajudei os gêmeos com os nomes de alguns produtos para a loja deles. Eu tinha muitas esperanças neste investimento, sabia que daria certo!
Eu estava passando mais um dia comum quando ia com Rony e Hermione para a aula de DCAT, estávamos fazendo anotações, o que era raro nas aulas de Moody, sobre os dementadores. Marquei com Hermione para irmos na biblioteca no domingo estudar sobre dragões, à pedindo dela. Não entendi muito bem o porquê de estudar dragões se estávamos aprendendo sobre os esplosivins com o Hagrid, mas aceitei o convite.
O dia estava com um chuva fraca e aconchegante, o cheiro de grama molhada subia e consistia em todo o castelo, ainda mais com o cheiro de pergaminhos e livros velhos da biblioteca, tinha até pego um café com baunilha para tomar junto com minha amiga:
-Tente achar um livro sobre como conter um dragão. Preciso urgentemente disso!
-Mione, porque você quer saber como conter um dragão? -eu dizia com os braços cruzados e com cara de desconfiança.
-E-e que... nunca se sabe quando teremos que enfrentar um dragão, Maddie. E ouvi... alguma coisa de que é... -fiz minha sobrancelha direita se levantar para enfatizar minha desconfiança- Hagrid falou que nossa próxima matéria seria dragões! -ela falou rapidamente.
-Tá bom... -disse rindo e claramente não acreditando.
Eu sabia que isso deveria ter alguma coisa haver com a primeira tarefa do Torneio Tribruxo. Provavelmente Harry descobriu, contou a amiga Hermione, que obviamente está desesperada procurando por alguma solução em um livro. Mas o que me preocupou foi: Cedric. Ele sabe disso? Se ele for pego de surpresa para enfrentar dragões será bem pior! Teria de contar à ele. Ou eu estaria quebrando alguma regra do Torneio? Entretanto eu nem sabia se essa minha teoria da primeira tarefa era verdadeira. Não podia arrisca-lo.
Depois de um tempo, e com vários livros em volta que, segundo Mione não ajudavam em nada, Harry apareceu eufórico:
-Mione! Eu tenho uma ideia sobre... -ele parou quando me viu. -Am... Ela sabe?
-Não.
-Agora sei. -disse ao mesmo tempo que Hermione negava. -Você contou ao Cedric, Harry?
-Estava pensando nisso...
-Acho melhor você contar, ou esse torneio será injusto. Enfim, espero que vocês não morram. -Eu olhei para Harry com repreensão. -É sério.
-Obrigada pela ajuda, Madelyn. E me desculpa não ter te contado antes sobre... os meus objetivos nessa pesquisa. -ela dizia sem graça.
-Tudo bem, eu sou inteligente o suficiente para descobrir tudo Mione. -Hermione e Harry se olharam rapidamente e voltaram a olhar para mim que estava me divertindo nessa situação. -Tudo.
Me retirei segurando o riso e com um livro na mão, que só percebi estar com ele quando subia pelas escadarias de Hogwarts. Estava tudo vazio, afinal era um Domingo. A chuva começou a bater fortemente nas grandes árvores, fazendo um barulho das folhas se batendo, cada vez mais alto. O silêncio reinava naquela parte do castelo. Me encaminhei para voltar a biblioteca olhando para baixo. Quando senti um puxão que me fez cair o livro. Me puxaram para o lado, pelo suéter de lã que a Sr. Weasley me fez no Natal passado:
-Shiu! -alguém levava o dedo indicador à boca, a escuridão não me deixa identifica-lo- O Filch tá por aí?
Eu ainda estava paralisada e com os olhos arregalados pelo susto, esse alguém continuava a me segurar pelo braço e olhava atentamente pela frecha da porta do armário de vassouras que estávamos, aparentemente escondidos. Pela luz que passava por essa frecha da porta pude ver quem era:
-Não vai me responder não? -ele dizia me soltando e com olhar de indignação.
-Malfoy? -tentei me afastar mas o armário era muito apertado, um passo para trás e vários baldes cairiam em cima de mim, fazendo um barulho estrondoso.
-Sim? -ele me olhava como se eu tivesse perguntado algo muito idiota na em uma sala de aula.
-O que você está fazendo escondido?
-Vai me responder, mesticinha?
-Não, o Filch não está por aqui. -dizia já sem paciência e respirando fundo.
Ficamos um pouco sem falar nada, provavelmente esperando a hora certa para sair. Por ser um lugar apertado, consegui sentir o cheiro do se perfume masculino que era obviamente bem caro. Malfoy abriu devagar a porta, deixando a escuridão de lado e abrindo espaço para a claridade que o dia começou a fazer. A chuva estava diminuindo bastante, deixando o Sol aparecer. Ele foi abrindo mais a porta, saindo primeiro e puxando-me pelo braço do suéter.
Quando saímos por completo, percebi que ele esticou mais a coluna, com as mãos no bolso da calça, como sempre e com as vestes pretas. Bagunçou um pouco dos rebeldes cabelos, e me olhou com um sorriso de lado fraco e devidamente forçado, expirou o ar guardado no pulmões e se virou para mim:
-Até você aderindo à moda Weasley!? -ele me analisava de cima à baixo, claramente segurando um riso. -A pobreza realmente contamina as pessoas, não é Jonhson? Já não basta ser filha de uma sangue-ruim! Manchando a casa Sonserina! E esse suéter ridículo feito por aquela...
-Acho melhor você calar a boca, Malfoy. -eu o interrompi. -Pare de achar que você manda por aqui, até porque o papai não vai comprar um jeito de você se dar bem na vida. Você não tem caráter nenhum, é um mesquinho que acha que por ser de uma família puro-sangue e rica pode falar o que quiser paras as pessoas. Desculpa, mas fora dessa bolha que sua família criou para você, o mundo é cruel. Até mesmo com você! -Falei tão rápido que parecia vomitar aquelas palavras presas na minha garganta à 4 anos.
Com os punhos cerrados, eu o olhava nos olhos, com o pescoço levemente levantado assim como a ponta dos meus pés, já que ele era mais alto. Draco estava com aquela cara de desgosto e surpreso, também me olhava no olho. Estávamos a um passo de distância, e ele de braços cruzados. Me olhou de cima a baixo, com o queixo um pouco contorcido. Fingindo estar segurando uma risada, ele se despediu.
Se virou rindo baixinho e pouco, com a cabeça balançando, só até fazer a curva e descer as escadas até a comunal da Sonserina. Voltei ao "normal", expirando o ar, mas estava bem confusa. Ele me provoca e eu o provoco de volta, mas Draco Malfoy não faz mais nada. Já não é a primeira vez que isso acontece.
Como o suéter era um pouco maior na manga, cobri minhas mãos e fui andando de braços cruzados com o livro que estava caído no chão pressionado no meu peito, até a biblioteca. Voltei pensativa até a comunal.
Harry e Hermione estavam lá, treinando algum feitiço em silêncio, provavelmente para a tarefa que seria terça-feira. Ainda de braços cruzados e pensativa fui me deitar, liguei a fogueira do meio do quarto, estava vazio. Acabei adormecendo com o barulho de respingos de chuva batendo na janela do lado da minha cama.

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