Capítulo 9

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P.O.V Harry Styles

Apesar de estar bastante bom, não iria admitir sem antes gozar um pouco.

"Isto está uma merda!" - Faço uma cara de nojo. "O que? Como assim? Eu provei e não faltava nada no molho, é impossível!" - Ela responde de com um tom de indignação, mas também noto que está preocupada e consigo perceber que está a pensar se realmente meteu todos os ingredientes necessários.

"Podes querer que não é, está péssimo! Prova." - Tirei um pouco de puré e salmão para o meu garfo e via recusar. "Sabe mal, mas calma, não precisas de ter medo." - Ela fugiu de um garfo?

"Não é isso." - Corou. Oh ela fugiu do meu garfo.

"É só um garfo, não te preocupes não vais morrer por comeres do mesmo garfo que eu. Ele não morde, o garfo não..." - Ela assentiu, tirou-me o garfo e levou-o à boca.

"Sabe bem, eu sei que a minha mãe cozinha melhor, mas sabe bem."

"O que? O garfo ou a comida?"

"A comida, obviamente, não posso provar um garfo." - Algo me diz que ela percebeu perfeitamente o que eu quis dizer.

"Mas podes provar o dono do garfo…" - Riu mentalmente quando a vejo a mudar completamente de expressão, obviamente apanhada de surpresa pelas minhas palavras, eu sei que ela não está interessada em mim, nem eu nela, mas é divertido.

"Não" - Respondeu rapidamente e começou a limpar a bancada da cozinha, que já estava limpa.

"Não oque?"

"Não posso!" - As suas respostas tornam-se cada vez mais curtas, obviamente ela não sabe o que dizer, enquanto eu continuo a comer.

"Claro que podes eu deixo."

"Eu não quero." - Ela disse, muito mais convicta desta vez.

"Como é que sabes que não queres?"

"Não querendo." - Ela está a ganhar confiança nas suas palavras, mas eu estou a divertir-me demasiado para parar já de brincar, tenho de lhe travar essa confiança.

"Todas dizem que não querem, mas no final acabam todas de joelhos." - A sua expressão muda de confiante para indignada, e até um pouca ofendida talvez.

"Eu não sou todas."

"Sim pois, elas também dizem isso."

"Não me interessa o que elas dizem."

"Sim, isso já sou eu que lhes digo." - Ela fez uma cara confusa. - "Quero dizer que sou eu que digo que não quero saber o que elas dizem, não estou com elas para ouvir desabafos."

"Queres comer ou não?" - Eu já estava a comer, ela disse isto porque não arranjou outro assunto para mudar o tema da conversa.

"Então não quero!" - Riu e ela parece chateada era a intenção. - "Come comigo." - Digo gozão, mas no fundo estou a falar a sério, nunca como acompanhado, mas visto que ela aqui está, não a vou deixar a olhar para mim.

"Não!" - Ela parece ofendida ainda com o que eu disse há bocado, e parece muito certa sobre não querer comer.

"Não estou a falar disso, estava a meter-me contigo, obviamente que não te quero levar para a cama comigo, se quisesse já não estarias aqui. Então Roselly queres jantar ou não?"

"Devia?"

"Se devias por ser a empregada? Obviamente que sim, para além de que precisas mesmo, olha para ti." - O seu olhar descaí, talvez não tenha escolhido bem as palavras, o que queria dizer é que ela é muito magra, não que eu tenha algum problema, mas ela parece ter... E engordar não lhe faria mal.

Ela tirou um prato do armário superior, um copo do armário ao lado e foi à gaveta buscar os talheres, conhece melhor esta casa que eu. Sentou-se ao meu lado e começou a comer.

"Gostas delas?"

P.O.V Rose Mary

Sei que não me devia afetar pelo facto de ele dar a entender que não sou suficientemente boa para ele, mas afeto, a mim e à minha autoestima.

"Gostas delas?" - Quero perguntar-lhe isto há algum tempo, será que ele gosta delas? Das raparigas com quem dorme?

"Não." - Respondeu simplesmente, esta era a resposta que eu esperava ouvir, mas só me trouxe mais perguntas ainda. Mas ele contínuo, - "Para estares co alguém não precisas de gostar dela."

"Então qual é o objetivo de estar com alguém, se não sentes nada?"

"Eu não disse que não sentia nada. Eu sinto prazer com aquilo que faço, não me interessa mais nada."

"E és feliz assim? O prazer que sentes é suficiente para ficares feliz?"

"Já te disse que não acredito nessa treta de felicidade--" - Interrompi-o

"Mas se acreditasses achas que estarias certo? Ou seja achas que o prazer é suficiente para a felicidade humana?"

"Tu adora interromper-me. Mas sim, eu acho! "Supostamente" todos pretendem ser felizes na vida, certo? Na minha opinião e seu tivesse que definir um significado para felicidade então seria um estado em que tens mais prazer do que dor." - Apesar de se ter contraposto, eu gosto do seu pensamento e as suas ideias cativam-me inevitavelmente.

"Então para ti, seu a felicidade "supostamente" existe-se seria alguma coisa como um sinónimo de prazer?"

"Basicamente, eu acho que é uma ótima definição, eu gosto muito de sentir prazer... O prazer e a ausência de dor são as únicas coisas desejáveis são-no pelo prazer inerente a elas mesmas ou como meios para a promoção do prazer e a prevenção de dor. Palavras de John Stuart Mill, como vez não sou assim tão alucinado.

"Não te acho alucinado, aliás acho-te bastante inteligente e admiro a forma como defendes a tuas teorias, no entanto, continuo sem concordar com elas."

Opiniões, não posso mudar as tuas ideias, no entanto, posso esclarecê-las assim que estiveres apta para isso. Quando falo em prazer, não me refiro apenas ao prazer corporal, mas também aos prazeres intelectuais. Mais vale um homem satisfeito do que um porco satisfeito. Dou mais valor aos prazeres intelectuais do que ao prazer carnal é essa a minha "suposta" felicidade." - Estou a gostar desta conversa com o Harry e tenho de admitir que até estou um pouco admirada com o que ele disse, ela sabe aquilo que diz e não diz as coisas ao acaso.

"Como se chama o homem de quem falas-te há pouco?"

"Jhon Mill? Ficaste interessada Roselly?"

"Talvez"

***

Blessed Injustice | H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora