Capítulo 4

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Na saída da escola eu me encontrei com Jack no portão principal, ele me viu de longe e acenou para mim, cheguei perto dele e ele disse que íamos para a casa dele, e fomos.

Ele morava em uma casa térrea pequena, as paredes externas com acabamento de madeira eram bege, tinha uma cerca viva baixa que rondava a casa e uma pequena varanda na frente onde dava acesso a porta de entrada. Ele abriu a porta e entramos.

— Bem, é aqui, fique a vontade. — Disse ele jogando a mochila em uma cadeira que ficava ao lado da porta.

Ao entrar você se deparava com um pequeno corredor, a primeira porta a sua direta dava para a cozinha e sala de estar, seguindo até o fim do corredor ficavam três outras portas, uma provavelmente o banheiro e as outras duas os quartos de Jack e da mãe dele.

Jack já havia citado uma vez que seu pai havia morrido quando ele tinha apenas dois anos de idade, nas paredes de sua casa eu consegui ver algumas fotos dos dois juntos, parece que nem ele e nem a mãe dele quiseram se desfazer dessas lembranças.

Eu fui até o fim do corredor para o quarto de Jack, e deixei minha mochila em um canto perto da porta. O quarto dele tinha as paredes cinzas, piso de madeira (como toda a casa), uma grande estante de livros ao lado da porta, a cama dele ficava encostada na parede onde havia uma janela, ele tinha alguns posters de bandas, artistas e filmes, era um quarto bem organizado até, mas não pude deixar de notar o guarda roupa com gavetas abertas, algumas roupas espalhadas pelo chão e até mesmo uma revista Playboy escondida parcialmente embaixo da cama.

— Temos uma casa inteira para nós, te trouxe aqui para passarmos mais tempo juntos, nos divertir um pouco. — Ele se sentou na cama.

— Que tipo de diversão você sugere?

— Tem uma garrafa de vinho no armário, eu tenho quatro cigarros ainda, podemos assistir algum filme ou fazer outra coisa, você é meu convidado então você quem decide.

O que eu realmente queria era que ele me jogasse naquela cama e me beijasse até eu não conseguir mais respirar.

— Não sei bem o que podemos fazer.

Jack se levantou e chegou perto de mim, bem perto, eu conseguia sentir seu cheiro de perfume barato e suor.

— Está sentido esse cheiro? Acho que preciso de um banho! — Ele riu.

— Também acho, você está podre!

Ele tirou a camisa, eu conseguia ver o suor escorrendo pelo seu corpo perfeitamente definido, meu coração acelerou, eu havia ganhado seis novos motivos para gostar dele, e estavam naquele abdômen sarado, aqueles braços fortes, aqueles ombros largos, e aquele maldito sorriso, ele sabia que eu estava analisando ele, então ele jogou a blusa na minha cara.

— Para de me encarar, vou achar que tem algo de errado comigo.

É estranho eu ter ficado excitado por causa daquilo? Do cheio da camisa suada dele, da forma como ele brinca com meus sentimentos, da forma como eu me sinto bem ao redor dele, e daquele corpo escultural que ele tem.

— Não tem nada de errado com você, pelo contrário. — Digo tirando a camisa dele da minha cara.

— Gosta do que vê? — Ele chegou mais perto e sorriu para mim.

Aquilo com certeza era uma brincadeira, só podia ser.

— Não vou responder isso.

— Você está corado! — Ele riu e colocou a mão do meu rosto. — Isso já te entrega.

Eu fiquei sem reação, sem palavras, ele se afastou de mim e tirou a calça. Ele está a com uma cueca boxer branca, juro que quando ele tirou a calça e virou para mim eu fiquei de boca aberta, o pau dele estava levemente marcado, eu tentei não olhar muito mas era impossível.

— Você está olhando de novo carinha!

— Claro que não!

— Está sim, mas vou relevar isso e ir tomar meu banho, fique a vontade viu. — Ele pegou uma toalha no guarda roupa e foi até o banheiro.

Eu ainda estava sem reação, eu sabia que Jack era gostoso mas não achava que era tanto assim, só de olhar para ele eu fiquei de pau duro, aquele homem...

Ouvi o som do chuveiro sendo ligado, sai do quarto e percebi que a porta do banheiro não estava totalmente fechada, havia uma pequena brecha que dava para ver o chuveiro, eu me arrisquei e fiquei ali. O cabelo não tão bagunçado de Jack estava completamente encharcado, a água deslizava pelo seu corpo musculoso, como eu queria ser aquele sabonete que ele passava no corpo inteiro, ele tem aquele "V" entre a barriga e a virilha que eu carinhosamente apelidei de "caminho para o paraíso", e que paraíso era aquele, eu não consegui enxergar por completo o pau dele, mas estava em meia bomba apenas, e ele o esfregava tentando deixá-lo duro.

Eu estava excitado só naquela cena, me perguntando se eu não podia simplesmente tirar o minha roupa e entrar naquele chuveiro com ele, olhar para ele era uma tentação das grandes. Sem querer eu abri um pouco mais a porta, e ela rangeu, fazendo com que ele notasse o barulho, eu saí dali e voltei para o quarto, fiquei apenas esperando ele sair do banho.

Ele veio até o quarto novamente, já vestido, mas não comentou nada sobre ter ouvido o barulho da porta, ele só ficou calado e me puxou pelo braço até o corredor.

— Me espera aqui.

Ele foi até a cozinha, quando voltou trazia duas garrafas de vinho na mão.

— Vamos até o quintal, quero te mostrar algo.

Nós fomos até o lado de fora, no quintal havia uma escada de mão que estava encostada na parede, ia até o telhado, Jack subiu e pediu para que eu subisse também, eu subi e no último passo ele me estendeu a mão e me ajudou. Nos sentamos no telhado, já estava de noite, o céu cheio de estrelas, só nós dois a luz do luar, próximos um do outro, ele abriu uma das garrafas de vinho e começou a beber, ele me ofereceu mas eu recusei (nunca vou encostar uma gota de álcool na boca, e não vou fazer isso por ele).

— Esse é o meu lugar favorito no universo sabia, meu pai costumava me trazer aqui para ver as estrelas quando eu era pequeno, e nunca perdi o hábito, eu fico aqui, só eu, meus livros, um cigarro, uma garrafa de vinho ou cerveja, as vezes com um pouco de música também. — Ele desviou o olhar para o céu.

— É muito bonito, nunca tinha visto um céu tão estrelado assim na cidade.

— Quando meu pai morreu eu achei que minha vida não teria mais sentido, mesmo eu sendo muito novo eu era muito apegado a ele, e minha mãe também. — Ele se virou para mim. — Ele era um homem bom, melhor do que muitos por ai, não merecia o fim que teve, mas eu não pude fazer nada além de aceitar o que aconteceu.

— Deve ter sido muito difícil para você e sua mãe, eu sinto muito por isso, pela forma como você fala do seu pai ele realmente deve ter sido um homem incrível.

Ele se calou e continuou a tomar vinho. O tempo passou, já deveria estar tarde, nós conversamos sobre assuntos aleatórios como "o que você prefere, batata frita infinita ou a paz mundial?" (sim ridículo, mas foi divertido), ele estava bêbado, tomou duas garrafas de vinho sozinho, já estava na hora de descermos, mas eu me desequilibrei e ele também, eu cai e ele caiu encima de mim, ficamos face a face, eu conseguia sentir sua respiração, seu bafo quente de vinho, e quando eu menos esperava nossos lábios se tocaram, ele me beijou, nós nos beijamos, o nosso primeiro beijo, bem... foi um selinho mas ainda sim conta.

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