O que um sente, o outro também sente?

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O que um sente, o outro também sente?

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O que um sente, o outro também sente?

Entrevistado: Osamu Miya

🏐🏐🏐

Atsumu sempre diz que é impressionante o número de pessoas que acham que eu sou mais velho do que ele.

Para mim, a palavra certa seria "compreensível", em vez de "impressionante".

Afinal, as pessoas sempre são levadas a categorizar os gêmeos de infinitas formas, das mais complexas até as mais simples, tudo visando conquistar um pequeno detalhe triunfante para dizer: "Ei, eu sei diferenciar os gêmeos Miya!".

Como se isso fosse algo tão importante assim...

Seja uma pinta no rosto, um hábito diário ou uma frase em específico: tudo conta para classificar as diferenças entre mim e Atsumu. Nós ainda tentávamos ajudar, deixando as franjas de lados opostos e sempre destacando que nossos olhos não eram exatamente da mesma cor; no entanto, nada do que fazíamos parecia causar algum efeito positivo.

Não os culpo, é claro. Se eu não fosse gêmeo, certamente também teria dificuldades na hora de diferenciar. Tudo melhorou bastante depois que decidimos tingir o cabelo. Confesso que, no fundo, foi uma das melhores ideias que o Atsumu já teve.

Claro que nunca diria isso em voz alta. Afinal, nem preciso abrir minha boca para que ele comece logo a se gabar. Essa característica feia da personalidade dele é um dos principais motivos que me levam a gostar quando os outros afirmam achar que eu sou o gêmeo que nasceu primeiro. Deixa o Atsumu furioso.

Por falar nisso, por que é tão importante essa coisa da idade? Sinceramente, não entendo o motivo de essa ser uma das perguntas mais frequentes a serem feitas por pessoas que acabaram de nos conhecer...

Bem, deixarei essa questão da idade para mais tarde. Ainda tenho algumas coisas a falar sobre isso, mas não será agora.

Primeiro, quero abordar um tópico muito mais importante: a questão do "sentir".

Sei que provavelmente estão se perguntando: "Como assim "sentir"? Sentir o que exatamente?".

A resposta que lhes dou é essa: tudo.

Vou explicar do ponto de vista do meu "eu" passado. Lembro que quando eu e Atsumu fomos abordados pela tão famosa "um sente o que o outro sente?", fiquei um pouco confuso num primeiro momento.

A resposta automática, obviamente, foi: "sente o quê?", vinda de um Atsumu deveras desconcertado.

E foi aí que abrimos portas para as primeiras de tantas outras futuras perguntas relacionadas ao "sentir":

"Quando um se machuca, o outro também sente?", "Quando o Atsumu está triste, o Osamu também fica?", "Quando um está bravo, o outro fica também?" - e por aí vai, com uma gigantesca lista de infinitas possibilidades.

Como é ser gêmeo? | por Irmãos MiyaOnde histórias criam vida. Descubra agora