Vocês brigam muito?

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Vocês brigam muito?

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Vocês brigam muito?

Entrevistado: Atsumu Miya

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Não tenho muitas certezas na vida, mas, das poucas que possuo - meu invejável talento como levantador estando em primeiro lugar, é claro -, há uma que, com certeza, é a mais real que conheço:

Irmãos brigam.

Isso é um fato inegável. Nem adianta discutir ou buscar argumentos para driblar a verdade: irmãos sempre brigam e sempre vão brigar. Não importa a idade, o lugar, ou a hora; se a pessoa possui a sua genética e não é seu pai, mãe, avó ou filho, e sim, seu irmão, pode apostar que ela representará o botão que frequentemente ativará de forma excruciante e cansativa a sua ira e impaciência.

Bem, pelo menos essa é a minha concepção quanto aos "irmãos-normais" - muito bem adquiridas e conservadas no subconsciente em todos esses anos observando meus primos e a relação dos meus amigos e os de Osamu com os próprios irmãos deles.

Quanto aos gêmeos, ouso afirmar que o buraco é um pouco mais embaixo.

"Embaixo em que sentido?", devem estar se perguntando, não é? Bem, não se preocupem, irei explicar com todo o cuidado e paciência do mundo; mas, antes de tudo, acho que devo começar do jeito certo - ou melhor: com a pergunta certa:

"Vocês brigam muito?".

Poderia apostar toda minha mesada que essa pergunta em especial foi uma das que eu e Osamu mais ouvimos em nossas vidas. E, por algum motivo, na maioria das vezes elas nem saíam em tom de pergunta mesmo; e sim, como uma afirmação convicta vinda de um sujeito que mal conhecíamos e que dava a impressão de saber tudo sobre nós desde os tempos em que estávamos compartilhando o útero de nossa mãe.

Mas sabe qual é a pior parte? Eles, de fato, sempre estiveram 100% certos.

Bem, pelo menos usando eu e Osamu como exemplo.

Todos que nos conhecem sabem que brigamos muito; além da conta, na verdade. Já nem consigo mais lembrar da quantidade de vezes em que nos xingamos como dois velhos de bar e nos engalfinhamos feito verdadeiros animais pelos cômodos da casa em muitos de nossos "embates". O engraçado é que, na maioria das vezes, eu esquecia o motivo da briga no segundo em que ela começava; no entanto, seguindo meu instinto teimoso e ávido pela vitória, nunca dei um pé atrás. O lado ruim - e que odeio admitir - é que Osamu sempre foi igual a mim nesse sentido.

Agora, voltemos ao termo "buraco mais embaixo". Digo isso por um simples motivo: não sei se com "irmãos-normais" é assim, mas sempre pareceu que minhas brigas com Osamu são muito mais intensas e impactantes. Ouso dizer até que, no momento da raiva, o nível do nosso ódio se equipara ao nível do quanto gostamos um do outro. Às vezes, confesso, chega a ser assustador.

Como é ser gêmeo? | por Irmãos MiyaOnde histórias criam vida. Descubra agora