Capítulo VII

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"- Ei Victor! - Chamei sua atenção já que ele estava de costas, logo ele tratou de se virar."

Olhou para mim, e deu um sorriso bobo, logo se aproximando mais um pouco - Pensei que não viria mais - Riu. Se virou novamente e começou a dar passos para frente, assim me guiando até o lago que estávamos no dia anterior.

Chegamos lá e nos sentamos na beirada do rio, ficamos calados por um tempo;

- Tá tudo bem? - Perguntei, ele me olhou confuso - Sabe, não é normal você ficar tanto tempo calado - Falei e ele revirou os olhos e eu ri. Ele estava meio triste, eu podia sentir.

- Tá sim, é só que...

- É só que? - Questionei - Começou agora termina.

- É só que eu não gosto de meu pai tomando essas decisões drásticas, queimar uma mulher apenas por sua religião? Isso é totalmente doentio e sem sentido! Se ela tivesse feito alguma mal para vosso povo, ele poderia colocar ela na masmorra talvez, mais queima-la? - Desabafou enquanto tinha sua atenção voltada ao lago.

- Infelizmente seu pai pensa diferente de você. Mais daqui a algum tempo, você será o rei desse "reino" e então poderá mudar tudo que você não gosta! Criar e tirar leis! Você será o tal dono da porra toda! - Ri e me deitei na grama que ficava na beirada do lago onde estávamos.

Victor riu também e logo se deitou ao meu lado, estávamos os dois deitados um do lado do outro olhando para o céu, que estava lindo, com várias nuvens e o sol radiante.

- O que é porra? - Me perguntou se virando para olhar para meu rosto, e eu me virei para olhar para o seu também.

- Um palavrão.

- O que é um palavrão? - Me olhou confuso. Eu ri, mais com respeito.

- Deixa eu pensar como te explicar o que é um palavrão... - Pensei - LEMBREI! Palavra de baixo calão, ou também pode ser chamado de linguagem grosseira.

- Hm Entendi - Murmurou - Então eu serei o dono da porra toda?

- Você será o dono da porra toda! - Falei entusiasmado - IHU! SAÚDAM VICTOR AUGUSTO O DONO DA PORRA TODA! - Gritei.

- SAÚDAM TODOS O DONO DA PORRA TODA! - Victor gritou me acompanhando, e caímos na gargalhada juntos.

Ficamos em silêncio por um tempo, até que Victor quebra o silêncio;

- Você está morando com quem? - Perguntou-me.

- Na casa dos Ramos - Respondi como se ele fosse saber quem são, afinal são só algumas pessoas quaisquer do vilarejo.

- Ah! Sei onde fica! Brayton já trabalhou para meu pai - Disse. Me enganei ele sabe aonde os Ramos moram. É obvio que ele sabe, não foi ele que mandou aquela coruja real até a casa dos Ramos?

- Ei! - Chamei sua atenção - Como você faz aquele negócio com a mão, de colocar a mão na sua cara e desaparecer do nada?

- Segredo meu - Riu.

- Como você descobriu esse lago? - Perguntei curioso.

- Eu conheço esse lago desde que eu era um bebê de colo, meu vô costumava me trazer até aqui para alimentarmos os patos - Respondeu-me.

- Entendi.

Mais uma vez o silêncio habitou entre nós.

Victor se levantou rapidamente me assustando;

- Vem cá quero te mostrar uma coisa - Disse com entusiasmo estendendo sua mão para me ajudar a levantar.

Peguei na sua mão e então me levantei, ele soltou minha mãe e começou a andar na minha frente. Andando por alguns minutos, chegamos em uma árvore com um tronco gigantesco, se subissemos ao topo dela, daria pra ver todo o vilarejo - mais essa não era a idéia - Victor ficou parado na frente da árvore por um tempo, pensando se realmente deveria fazer isso, até que ele Suspirou e estendeu sua mão;

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