Capítulo XVI

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A alguns segundos atrás, meu pai veio me comunicar que iríamos dar uma passadinha pelo vilarejo, só para ver como as pessoas estão e como o vilarejo em si está.

Por mim, eu ficaria aqui deitado nessa cama a tarde toda, só que como já deu pra perceber, não sou eu que mando na minha própria vida.

E eu pensei, pensei muito bem! E vou deixar de lado esse papo de abandonar Marcos por causa de guerra, ou por conta do reino. Até por que, eu serei o rei, ele filho de um Deus, iríamos conseguir enfrentar tudo que viesse pela frente não é?

Meu amor por ele é maior que tudo, e esse amor, destruiria barreiras se preciso.

Seríamos, Eu, Marcos, dois tronos e um reino. Iríamos cuidar de tudo e de todos.

Iríamos estabelecer igualdade, independente dos gostos das pessoas, do que ela é, de sua religião! Seríamos todos tratados com igualdade.

Não precisaríamos mais de guerras, mortes, pessoas com fome! Tudo isso seria curado.

Nós seríamos sua cura.

Acabei de sair do banheiro, ainda estava tomando banho enquanto pensava em tudo. Peguei uma roupa e a vesti rapidamente. Tinha certeza de que já estava atrasado para a caminhada. Mas me perdi em meus pensamentos no banheiro, não tenho culpa de Marcos não sair da minha cabeça em instante algum.

Três batidas na minha porta.

"Toc, Toc, Toc"

- Entra! - Gritei.

A porta se abriu lentamente, a porta rangiu como sempre. E então ela bateu, nem me assustei já que isso sempre acontece.

- Sabe que está atrasado não sabe? - Era Gilson.

- Sei Gilson mas ainda estou me aprontando! - Afirmei, pegando uma vestimenta para cobrir meu peito e barriga.

- Então vamos mais rápido Victor! - Disse batendo três palminhas.

Vesti todas as peças de roupa, e peguei uma espada, colocando em um "suporte" que fica ao lado de minha calça.

- Certo - Arrumei um pouco minha camiseta - Vamos.

- Aleluia, meu deus! - Olhou para cima e juntou suas mãos as balançando em gesto de "reza".

Revirei os olhos.

Saímos do meu quarto e fomos indo até o portão principal do castelo.

- Victor, está ocorrendo boatos de que existe uma escola de bruxaria - Avisou.

- Hm, é? Que bom pra eles - Falei aumentando os passos.

- Conseguimos o nome de um dos fundadores da escola - Disse me acompanhando.

- Qual? - Perguntei, tentando demonstrar de que eu estava realmente interessado no assunto.

- Salazar Sonserina - Contou, enquanto começou a aumentar os passos para me acompanhar.

Eu queria chegar no vilarejo o mais rápido possível, contar para Marcos que eu não quero e nunca vou querer me afastar dele.

- É até que um belo nome para um bruxo - Falei.

- Se me permite perguntar, por que a pressa? - Perguntou.

- Preciso encontrar com um alguém - Expliquei.

- Prevejo você me abandonando - Fingiu um choro. Ri.

- Palhaço.

Continuamos andando rápido até que chegamos a frente do portão, como se já era pra se esperar meu pai e minha mãe já estavam lá. Gilson se curvou para ambos e eu apenas Assenti a cabeça para eles.

Trombetas tocaram de cima do castelo, anunciando nossa ida ao vilarejo. O portão abriu assim que meu pai ordenou.

Todos ficamos atrás menos meu Pai, o primeiro passo sempre tinha que ser dele, então aguardamos, até que o mesmo deu o primeiro passo e começou a andar em vossa frente, minha mãe atrás dele, eu atrás de minha mãe, e Gilson atrás de mim.

Alguns guardas também estavam vindo conosco, como era o rei, o risco de ser morto por todas as crueldades que já fez com o povo eram altas!

Mas ele nem pensa muito nessa hipótese.

Começamos a andar um pouco mais rápido - Mas não muito - atravessamos a ponte que ficava por cima do rio para o acesso da família real até a vila.

Continuamos caminhando até chegar nas primeiras casas, a casa dos Ramos que é a casa que mais me interessa agora, é uma das últimas. Infelizmente. Mas isso não me faz desistir, ao contrário, nada me faria desistir de mim e Marcos.

Continuamos andando e andando mais, algumas pessoas saiam de casa para nós ver, minha mãe e eu comprimentavamós os aldeões, enquanto meu pai, ah, ele é meu pai. Só liga pra ele próprio.

Outras pessoas nos davam flores, outras mais humildes apenas ficavam felizes por nós ver. Aquilo me fazia transbordar de alegria e felicidade.

Finalme estávamos chegando nas últimas casas, faltavam apenas alguns passos até a casa dos Ramos. A cada passo nos aproximavamos mais, até que já estávamos em sua plantação. Meu pai e minha mãe foram até Agnes e Brayton, que estavam adubando os legumes, vegetais e outras coisas que haviam lá.

Eles começaram a puxar assunto e sabia que iria demorar, mas como eu disse não queria perder tempo!

- Gilson, vem me acompanha - Sussurrei pra o mesmo que estava ao meu lado.

Me virei e comecei a andar novamente. Enfim, chegamos, estávamos cara a cara com a porta da casa dos Ramos. Porém não queria apenas bater na porta e "Oi Marcos". Afinal, não sabia nem se ele estava em casa. Então fui olhar a janela da casa. Essa foi a pior escolha da minha vida.

Então, vi uma coisa que não esperava. Arthur e Marcos, deitados na mesma cama, enquanto Marcos estava deitado sob seu peito, Arthur fazendo carinho nos cabelos do mesmo e ambos rindo.

Aquela cena me destruiu por completo.

Ele já havia esquecido de nós dois? De tudo do que havia acontecido entre nós? Então é assim... Nós fazemos sexo e alguns dias depois ele esquece? Nós abandona?

Então, ele nunca me amou?

Senti meus olhos começarem a lacrimejar.

- Victor? - Gilson Murmurou.

- Gilson, me leva pra casa - Enxuguei meus olhos.

- Mas seus pa...

- Me leva pra casa, eu sou o Príncipe ou é você? - Interrompi-lô.

Ele apenas me olhou e Assentiu.

Me virei e comecei a andar rumo de volta ao castelo.

Ele nos esqueceu, eu irei esquecer também.

Parallel || Mobictor.Onde histórias criam vida. Descubra agora