Capítulo 3

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Jiang Cheng acordou num quarto que não conhecia, e como um furacão, as memórias da noite passada o acertaram. Ele estava nu e ao seu lado, Lan Xichen ainda dormia. Lá fora, o sol começava a dar sinais de nascer. Jiang Cheng aproveitou que Lan Xichen não poderia impedi-lo, vestiu suas roupas, que encontrou jogadas pelo chão do quarto, e voltou para sua casa.

Ele não acreditava que tinha ido para o apartamento de Lan Xichen. Ele não acreditava que tinha deixado o álcool falar daquela forma na noite passada. Ele deveria saber que beber tanto com Wei Wuxian e Nie Huaisang não acabaria bem. Nunca acabava bem quando estavam na faculdade, não seria agora que isso mudaria.

Com a consciência pesada, apesar de se lembrar de tudo o que havia acontecido entre ele e Lan Xichen, e ter gostado, Jiang Cheng não conseguia se perdoar pelo que fez. Ele não trabalharia naquele dia, mas estava começando a achar que, se estivesse no trabalho, ele não estaria pensando demais e não estaria se martirizando pelo que aconteceu. Talvez, ele realmente precisasse de uma distração.

Assim que chegou em casa, Jiang Cheng tomou um banho mais do que merecido, e depois vestiu um pijama e voltou a deitar. Ele conseguiu voltar a dormir, já que se sentia física e mentalmente cansado. Quando voltou a acordar, pelo menos estava um pouco mais descansado, e não sentiu nenhuma ressaca forte, apenas muita sede.

O dia estava bonito lá fora, e ainda era por volta de 9h. Para não ficar em casa pensando demais, ele decidiu se arrumar para correr no parque a alguns quarteirões de seu apartamento. Ele pegou seus fones, colocou uma música barulhenta, e saiu.

O bom de ir ao parque em dias como aquele, no fim de semana, era sempre a certeza de encontrar várias pessoas com seus cachorros correndo, caminhando ou brincando. Jiang Cheng adorava vê-los, sempre fazia algo bom e quente brotar em seu peito. Às vezes, ele até parava para perguntar se podia fazer carinho em alguns.

— Você está sabendo da feira de adoção? — a dona do beagle que ele estava fazendo carinho perguntou, vendo o seu interesse pelo bichinho.

— Não vi, está acontecendo hoje? — Jiang Cheng perguntou, ficando interessado.

— Sim! Eles estão fazendo uma feira com alguns cães e gatos de abrigo que estão prontos para adoção. Mesmo que por algum motivo você não possa ter um, você pode brincar com eles. — ela explicou. — A feira está acontecendo mais a frente, é só continuar nesse caminho.

— Obrigado. Com certeza eu vou até lá! — Jiang Cheng falou, se despedindo do cão e da dona.

Ele continuou o percurso do parque e rapidamente encontrou a feira de adoção. Havia muita gente, e o gramado extenso tinha sido dividido em vários cercadinhos que abrigavam os animais. Jiang Cheng andou decidido até lá. Ele não tinha nenhuma intenção de adotar um cachorro quando saiu de casa, mas a ideia era fantástica. Ele morava sozinho, sempre quis ter um cão e estava precisando de companhia. Se ele encontrasse algum cãozinho ali que ele se conectasse, ele com certeza o adotaria.

Ele olhou os cercadinhos, vendo aquelas bolas de pelo e animação, alguns acanhados, outros mais agitados. Ele realmente gostava de cães, então era difícil olhar todos eles e pensar que ele não podia cuidar de todos. Mas ele continuou procurando. Afinal ele estava atrás de um companheiro.

Ele viu dentre os cães mais novinhos, um filhote que parecia um pouco esquecido, estava num cantinho de um cercadinho relativamente grande, que parecia ter mais animais antes pela quantidade de vasilhas de água ali. Ele estava sozinho, sua pelagem era um cinza meio manchado com branco e caramelo, o padrão lembrava vagamente o de um husky. Mas, Jiang Cheng sabia, se aquele filhote fosse um husky, ele já teria sido adotado. Ele perguntou para um dos voluntários se ele poderia entrar no cercadinho.

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