32 | calango

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Bato duas vezes na porta vendo a garota usando uma calça e um moletom com o dobro do seu tamanho, uma pequena mexa próximo ao seu olho e um sorriso fraco em seu rosto, haviam fortes olheiras também e naquele momento me questionei se a Marianna estava bem.

"Oi, Mari." Falo em um tom animado.

"Oi, ao que devo sua ilustre presença na minha casa?" Pergunta com um tom e um sorriso agora ironico.

"Vim comer miojo com a minha grande amiga, Marianna Ferreira." Pisco um olho, entrando na sua casa e vendo a menina expressar confusão com o olhar.

"Quem deixou entrar?" Ela diz com um tom de humor sorrindo irônico enquanto fecha a porta.

"Eu sou quase de casa, Marianninha." Digo sorrindo com o mesmo tom de sarcasmo. "Cade o Alan?"

"Saiu com a Maethe." Responde pegando um saco de doritos e se encostando na geladeira. "O que você veio fazer aqui, Thiago?"

"Checar porque a Marianna estava sozinha e triste em casa." Respondo sorrindo e vejo a feição da garota mudar.

"Me deixa em paz, Thiago." Revira os olhos enquanto entra pela casa.

Sigo-a até o seu quarto, ela se encontrava apenas deitada na cama, seu olhar focado na televisão. Finalmente notei as olheiras no seus olhos, eu também não pude ignorar as roupas jogadas pelo chão do seu quarto, resto de comidas e garrafas sujas. Me senti ao seu lado e automaticamente ela se afasta mais em direção a parede.

"Eu posso ficar aqui com você?" Pergunto em um tom baixo e calmo, a menina assente com a cabeça, dessa forma, tiro meus tênis e me sento ao seu lado, enquanto a menina se encontrava deitada. Sua cabeça vai em direção a minha coxa e eu doou um pequeno sorriso, acariciando seus fios de cabelo coloridos.

Por exatos trinta minutos, me vi admirando aquela garota enquanto ela assistia algo que passava na televisão, me questionei milhares de vezes sobre como ela conseguia ser tão linda e ter um olhar tão sereno, era evidente que algo estava errado com o que se passava no seu coração, ela estava machucada e aparentemente ninguém havia percebido.

"Mari." Chamo-a e a garota olha lentamente para mim. "Você tá bem?"

"Thiago, ta tudo bem, de verdade."

"Jura?" Pergunto e a garota desvia o olhar.

"Juro." Um sorriso fraco surge no seu rosto, depois abraçando o meu tronco e afogando seu rosto no meu abdômen, doou um leve sorriso e acaricio seus cabelos.

𝐅𝐎𝐎𝐋𝐒, calangoOnde histórias criam vida. Descubra agora