25. ADEUS

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Enquanto segurava o revólver firme, Thomas direcionou seu olhar até a arma e apertou os olhos com um sorriso de canto em seus lábios

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Enquanto segurava o revólver firme, Thomas direcionou seu olhar até a arma e apertou os olhos com um sorriso de canto em seus lábios. O silêncio dominou o local e meus pensamentos voaram, naquele momento uma raiva fora do normal subiu até minha espinha, comecei a relembrar de tudo que havia passado por causa de Thomas, por causa da vida que ele levava, eu sabia que a culpa não era toda dele, eu também tinha uma culpa agarrada ao meu coração que o deixava pesado. A escolha foi minha de ter me apaixonado novamente pelo homem, de ter insistido e ido atrás quando nem mesmo ele se importava com a minha presença dentro daquela casa. A verdade é que Grace tinha transformado o coração de Thomas em algo cheio de luz, entretanto depois de sua morte toda aquela luz virou apenas lembranças escuras que o assombravam. Eu fui o amor do passado, ela foi e sempre será o amor do presente e do futuro.

A ficha caiu, eu desperdicei tanta coisa boa que poderia estar vivendo, no meu canto, na minha casa, por um amor que nunca existiu.

- O que está pensando em fazer com essa arma? - Questionou o dono dos mais lindos olhos azuis.

- Eu vou matar o Mosley. - Afirmei. - Com ou sem sua ajuda.

- Não precisa mais se preocupar com essa questão, já tenho homens atrás dele e pode ter certeza que a morte de John será vingada. - Ele acendeu um cigarro em seguida.

- Pois então não tenho mais o que fazer dentro dessa casa, licença Thomas.

- Não estou entendendo Anastácia. - Tragou o cigarro e logo soltou a fumaça que pairava em seus pulmões. - Olha aonde você chegou, por quê ir embora logo agora?

- Eu não posso ficar, a morte de John me fez pensar em muitas coisas, tudo que ele disse antes de partir... Eu não quis enxergar o que estava bem debaixo do meu nariz. Eu implorei pelo seu amor a minha vida inteira e o que você fez? - Pressionado, Thomas manteve-se em silêncio. - Isso mesmo, nada! - Respondi com firmeza. - No último momento você percebeu que me amava? Eu não acredito! Você me usou e olha, eu perdi tanta coisa por causa desse amor.

- Então é assim? Você vai embora?

Apenas franzi minha testa sem dizer mais nenhuma palavra, joguei a arma em cima da cama do homem e logo sai pela porta. Caminhei por todo corredor até descer as escadas que chegavam na sala de visita, Lizzie estava lá, sentada no sofá e por mais que fosse difícil de admitir eu me via nela, implorando pelo amor de um homem que não seria mais capaz de amar.

- Lizzie, foi você não foi? - Questionei sobre a traição.

- Eu? Eu o que? - Retrucou um pouco confusa.

- Foi você que ajudou Gina a trair Thomas? - Respirei fundo, eu sabia que havia possibilidade de Thomas estar ouvindo, era hora de acabar com a máscara da mulher. - Pode confessar, estamos somente eu e você aqui.

- Quer saber a verdade? Pois então, essa é a verdade. Eu sabia sim que Gina trairia Thomas e eu deixei porque sabia que me livraria de você.

- Pois bem, você conseguiu o que queria.

Coloquei minhas luvas que penduradas estavam próximas a porta e logo sai pela porta da frente da casa. Eu não ia me despedir de ninguém, deixaria todas para trás, até mesmo o pequeno Charlie. Em Nova York eu pude perceber o potencial que eu tinha, eu podia ter muito mais que um amor implorado, eu poderia ser a dona da minha própria sorte.

Parti então dali, fui para a estação a fim de pegar um trem, sem destino.

- Ana! - A voz ecoou por detrás de mim e logo me virei.

- Arthur? O que faz aqui?

- Eu queria me despedir e te entregar isso. - Arthur estendeu a mão com um pequeno bolo de dinheiro na mesma.

- Não Arthur, eu não irei aceitar. Eu consigo me cuidar sozinha, eu tenho algumas economias guardadas e confie em mim, ficarei bem.

- Eu te conheço bem e sei que vai dar tudo certo. - Afirmou. - Não vou insistir para que pegue o dinheiro, mas insisto na despedida.

Logo aproximei meu corpo e o envolvi em um abraço longo e caloroso. Por mais que não fosse nem um pouco sentimental, Arthur sabia como fazer um belo drama.

- Eu não estou morrendo, ok? - Brinquei. - Sentirei sua falta.

- Eu também sentirei, muita. Eu espero por você, você retornará, eu sei.

Assim que terminamos as lamúrias sentimentais, adentrei ao trem e me acomodei próxima a janela, dei um longo e último olhar para Arthur e então o trem partiu, rumo a um lugar que eu ainda descobriria.

✓ ESPELHOS QUEBRADOS | Thomas Shelby (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora