Capítulo 2

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[N/A] *sussurrando* Hey, me perdoem pela demora. Espero que gostem e desculpa qualquer coisa. Boa leitura ;)

Louis’ POV

5 de março , 1953.

Gritos.

Pela casa toda.

Pelo menos era assim três vezes na semana. Quando não eram quatro.

Ele nos arrastava pelo cabelo e nos fazia gritar para toda a vizinhança ouvir. Machucava-nos e nos fazia chorar.

Eu era o verdadeiro homem daquela casa, mas eu não estava demonstrando isso naquele momento. Nem em momento nenhum.

Nem uma das vezes que ele nos maltratou eu deixei de ouvi-los, ergui o queixo, e o enfrentei. Porque no final eu era igual a ele. Um covarde que pisava nas pessoas que ele julgava mais fracas e menores. Mas ninguém era pior que meu pai, a não ser eu.

Assim como ele, eu não dei valor á minha família, ás pessoas que me amavam. Pois todo esse amor se esvaia assim que meus ataques de raiva começavam.

Eu era exatamente igual a ele: odioso e maltratava a mulher que o amava. A mulher que fazia de tudo por ele e em troca recebia hematomas em varias partes do corpo se o irritasse só um pouco.

Éramos monstros.

Eu era um monstro.

Um monstro que perdia o controle várias vezes na semana por que o irritavam.

Pelo menos era o que eles me diziam. Todos eles, me chamando de inútil, imprestável, desperdício de espaço, asqueroso, covarde, e entre várias outras coisas que me vaziam querer morrer e matar todos que cruzavam meu caminho ou sequer olhavam para mim.

Todos me atormentando, aqui dentro. E não havia nada que eu pudesse fazer a não ser chorar como uma bicha covarde.

E era o que eu estava fazendo enquanto minhas irmãs e mãe choravam nas mãos dele enquanto ele gritava com elas e quebrava as coisas.

Ele tinha me arrastado pelos cabelos até meu quarto e me jogado lá, trancando a porta.  Eu chorava enquanto ouvia os gritos e pedidos de misericórdia das garotas lá em baixo. Eu só queria quebrar aquela porta e salva-las daquele monstro.

“E talvez, até, salva-las desse monstro.” Pensei.

Seu inútil.

Você não consegue nem protegê-las.

Sua bicha mal comida.

Elas te odeiam.

Ele vai te matar.

Mate. Mate-o antes que ele venha te pegar.

Mate todos.

Soltei um berro que beirava a loucura e levei minhas duas tremulas mãos ao meu cabelo e puxei com força, tentando aliviar a dor que sentia na minha cabeça, a tensão que eu sentia pelo corpo todo e empurrar para longe todos os pensamentos que frequentemente rondavam a minha mente.

Eu precisava matar alguém, precisava sentir aquele alivio de quando sinto que botei toda a raiva para fora.

Precisava ter sangue em minhas mãos.

Agora.

Foi quando eu ouvi um estouro que eu arregalei os olhos e congelei.

Um estouro seguido de gritos agudos e mais altos misturados com soluços embargados.

Eternity//L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora