𝚌𝚒𝚗𝚌𝚘

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Se a situação estava ruim para os outros Kims, imagina para o mais novo deles, que nunca tinha ido ao interior na vida e logo na sua primeira visita, tinha conseguido o cargo de "ajudante de peão".

Aquilo era culpa de Seokjin que depois de o chantagear para fazê-lo viajar consigo, o dispensou com um "acho que não vou precisar da sua ajuda, mas qualquer coisa eu te falo".

Taehyung conhecia o irmão o suficiente para entender aquilo como um "Eu não preciso de você, tu viajou para nada" ou um "Não quero que você fique de vela" já que o irmão estava trabalhando com o seu ficante ou sabe se lá o quê.

A verdade é que o moreno preferia assim. Era muito mais proveitoso ficar o dia todo à toa, deitado em algum lugar sob a sombra, ou ir passear na fazenda enorme, ou ficar fazendo absolutamente nada, do que estar ajudando Seokjin, afinal ninguém merece virar subordinado do irmão mais velho.

Talvez Taehyung tirasse aquele tempo na fazenda como um retiro de introspecção e reflexão sobre a sua carreira de ator —inexistente até então. E talvez aprendesse algo sobre como ser um cowboy estiloso, e até conseguisse papel em um drama country, quiçá até se tornar o próximo Indiana Jones — na verdade ele não sabia se Indiana era um cowboy ou não, os filmes de ação nunca foram a sua praia, mas ele usava um chapéu chique, o que já era um passo.

Ou talvez ficasse apenas morgando o dia inteiro, sentindo falta da tecnologia.

Coitado, mal sabia que morgar seria a última coisa que faria naquele período.

Tudo começou no início da tarde de terça, quando sentado perto da cozinha, olhando o tempo passar, o moreno viu Yoonji carregar alguns baldes cheios de água da cisterna para dentro de casa.

O jovem ficou com pena da loira, e decidiu ajudá-la — mesmo não aguentando carregar peso algum — afinal, se quisesse tornar a moça a rainha da pipoca do seu rei do amendoim ele tinha que ser cavalheiro.

Ledo engano Taehyung...

Além de ter sido esculachado pela branquela que dizia não precisar de ajuda de homem para carregar nada, só de apelação, Yoonji mandou o rapaz auxiliar os peões uma vez, e depois mais uma vez, e mais uma, e mais outra, e até o fim do dia, teve a sua rotina de riquinho mimado transformada, numa rotina de peão iniciante.

De qualquer maneira, já haviam se passado dois dias desde seus primeiros serviços, era quinta, no fim da tarde e ele já tinha feito tanta coisa que pensava em se aposentar assim que voltasse para a capital. Mal tinha chegado no lugar onde achou que iria descansar o dia todo, vendo paisagens naturais e já tinha serviço para o resto da semana, além de ser alvo de piadinhas dos outros trabalhadores.

Havia passado a manhã toda lidando com os espantalhos da colheita maldita, — apelido carinhoso que tinha dado aos peões e pecuaristas dali — carregando as coisas de um lado pro outro, alimentando os animais, limpando a sujeira deles e ajudando os vaqueiros. A última tarefa que havia realizado era nada mais nada menos, que tirar uma cobra do celeiro.

Quando soube do tal servicinho, ele congelou ali mesmo na porta do celeiro, mas no final acabou dando tudo certo — ok que depois de cutucar o bicho com um espeto, ele tinha gritado mais alto que sirene e correu tanto que quase foi parar do outro lado da fazenda, mas o que importava é que ela já não estava lá — méritos a Jungkook que depois de todo o escândalo e se engasgar de tanto rir do Kim, que tremia mais que vara verde, tirou o animal de lá na maior paz, por mais que a sua vontade fosse trancar a mesma junto do rapaz que estava com o seu cowboy naquele momento.

Definitivamente mais playboys deveriam trabalhar ali, talvez o serviço não fosse executado da melhor maneira e alguns deles morressem em serviço, mas a diversão ia ser garantida.

O cowboy vai me pegar | NamkookOnde histórias criam vida. Descubra agora