Capítulo Dois

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OLHOS ÂMBAR

Depois daquele temporal, o tempo virou ao favor de Max. O sol aparecia mais e quando chovia, chovia pouco. Os dias estavam friozinhos, do jeito que ela gostava.

A vizinha mal educada não cumprimentou Max, mas todos os dias sentava naquela bendita penteadeira e olhava pra ela por uns segundos, e depois saía.

— Max, sai da sala e vem tomar café com a gente! — Susan gritou.

Max ficou até um pouco nervosa, porque apesar de estar com fome, era a primeira vez desde que eles haviam chegado na casa que algo que prestasse passava na televisão.

— Mãe, vou sair pra explorar. Hoje tem mais sol — Max pegou um pedacinho de pão e uma maçã e saiu de casa.

Adentrou a mata perto de sua casa, sem saber o que procurava lá, mas procurava.

— Oi — uma voz doce, em um tom tão baixo que mal parecia estar presente falou com Max.

Ela olhou ao seu redor, procurando a dona da voz e viu uma menina sentada em cima de uma das árvores, ela tinha um caderno e lápis em mãos, provavelmente estava desenhando.

— Oi, o que você tá fazendo aí? — Max botou a mão esquerda na testa, bloqueando a luz do sol de suas vistas e tentando enxergar o rosto da menina.

— Desenhando. — ela desceu da árvore num pulo — E você?

Agora mais de perto e sem o sol atrapalhando, Max percebeu que era a vizinha.

— Nada, só explorando.

— Hummmm. — ela limpou a parte de trás da própria calça, dando batidinhas com a mão. — Meu nome é Eleanor. Eleanor Jane.

A menina que agora tinha um nome, esticou a mão em direção de Max, que a apertou. Ela era graciosa, suas unhas pareciam recém pintadas, ela tinha um cheiro extremamente bom e seus olhos de cor âmbar eram cativantes.

Nosso primeiro toque, pensou a ruiva.

— Maxine.
— Aquele dia que te cumprimentei pela janela, — continuou— por que não me respondeu?
— Por nada, não foi por maldade. Pensei que você não estava falando comigo

Elas começaram a andar juntas, não tinham assunto então ficaram em silêncio.

— Tá escutando isso? — Max puxou a mão de Eleanor.

Encontraram atrás de uma árvore, uma caixinha cheia de filhotes de gato.

— Meu Deus — Eleanor se agachou pra olhar de perto os filhotes — Eu não posso levar eles pra casa.
— Nem eu.
— A gente podia se encontrar aqui todos os dias pra cuidar deles. Só que a gente também ia ter que comprar leite e seringa pra eles, e o pet shop mais próximo é uns 15 minutos a pé daqui.

Elas discutiram brevemente sobre ser melhor pegar o leite que elas já tinham em casa, porque não gastariam dinheiro. Chegaram no acordo de que seria melhor comprar um leite separado, se a mãe delas ficassem sabendo que elas estavam "gastando" o leite de casa pra isso, elas ficariam possessas.

— Eu pego o carro do meu irmão, vem.

Eleanor se levantou do chão e elas foram até a casa de Max.

— Mãe, você sabe onde o Billy tá? Essa é a Eleanor, a filha da vizinha.
— Oi — Eleanor disse e comprimiu seus lábios num sorriso.
— Oi Eleanor! Max, ele deve estar lá no quarto dele — Susan deixou a cruzadinha de lado e se debruçou na mesa pra falar com as meninas.

visions of you - elmaxOnde histórias criam vida. Descubra agora