Capítulo dois

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Sábado, 21 de setembro de 2004, 8h07

O cheiro de mofo me atingiu assim que meu estômago voltou para mim. Ah, eu estava em casa.

 — É aqui que você mora? —  Potter parecia muito mais do que impressionado.

Eu não me incomodei em responder. Mortalmente exausto, deitei na cama vestido e com a intenção de dormir pelo menos dezesseis horas.

 — Malfoy, parece um freezer aqui. 

 — Dez pontos para Gryffindor — murmurei e me encolhi, apertando o cobertor com força sob meus dedos. Um feitiço de aquecimento encheu a sala; o calor banhou minhas bochechas. Ah. Ah. Eu não pude deixar de dirigir meu rosto até ele. Ah, o calor.

 — Esse feitiço vai durar quatro horas. Você precisará lançar outro ou seus joelhos vão doer novamente. Certo? E eu quero sua bunda no meu consultório na próxima semana. Quinta às quatro.

Eu não respondi, apenas sorri com o calor. Adormeci assim que ouvi o estalido da desaparatação de Potter.

O descanso do fim de semana me ajudou um pouco. Você pode machucar um Malfoy, mas terá dificuldade em acabar com o desgraçado completamente. Eu estaria mentindo se não admitisse que, entre a constante dor de cabeça e a náusea, rastejar para o trabalho era muito mais difícil do que o normal. Como resultado disso, naquela semana nem me dei ao trabalho de escrever nenhuma carta. Brown deve ter tido um ataque ao ver que seu trabalho triplicou. Vadia estúpida. Certamente molhou a calcinha pensando que de repente se tornou mais popular.

Todas as noites eu passava meu turno me arrastando para terminar, muito cansado e a pele quase verde por não comer nada mais do que alguns pedaços de pão mergulhados em geléia. Na sexta-feira, minhas calças estavam caindo de meus quadris e meus joelhos estavam tão fodidos quanto antes de eu sofrer a concussão. De volta à agonia de sempre, tive que me resignar a visitar a Casa de Pênis e Poções de Chalmers na tarde seguinte.

Por tudo isso, quando encontrei Potter no meu quarto no sábado de manhã, eu estava só o pó. Para subir aquelas malditas escadas, tive que sentar em cada degrau e me empurrar para cima com minhas mãos para colocar minha bunda no próximo. Tudo que eu queria fazer era subir na minha cama e desabar nela. Discutir a gritos com Potter, o que era inevitável, pelo menos para mim, era o final perfeito para uma semana de merda; No entanto, a ideia de obter pelo menos um mísero alívio da dor.

Mesmo se eu pudesse fingir que os malditos joelhos não estavam me matando, mesmo que por cinco minutos, não importava. Potter deve ter me ouvido, xingando em voz alta enquanto subia as escadas. A menor pressão sobre meus joelhos era a mais completa e absoluta agonia. O único motivo pelo qual ninguém tinha me amaldiçoado para silenciar meus lamentos foi, com certeza, porque meus vizinhos continuavam paralisados ​​por todo o álcool que beberam durante a festa da noite anterior.

 — Malfoy, seu filho da puta estúpido. Eu sabia que não podia confiar em você. Onde diabos você foi na quinta? Tá congelando aqui. Eu não te falei pra-

Tentei seguir adiante. Doeu.

Eu teria caído no chão se Potter não me pegasse. Ele murmurou algum encantamento e meus joelhos pararam de latejar. Então colocou um braço em volta da minha cintura e me ajudou a subir na cama para que eu pudesse deitar.

Potter encheu a sala com um calor maravilhoso e glorioso, e eu fui capaz de desabar no meu travesseiro. Mais calor. Assim que minha condicional terminasse, prometi a mim mesmo que forçaria minha mãe a se mudar comigo para os trópicos. Não conseguia imaginar como seria passar o inverno ali. Provavelmente em janeiro eu estaria com medo até de fechar os olhos, para não morrer de frio durante o sono.

On one's knees » drarryDonde viven las historias. Descúbrelo ahora