Hey Soulmate! | JiHope

A partida

[Ponto de Vista: Jimin]

Estava sendo um dia difícil, não vou mentir. Não dormi a noite inteira pensando em tudo o que iria acontecer, e não era novidade que eu estava mais cansado que o normal. Infelizmente, o dia tinha chegado. Hoseok iria partir em poucas horas e eu admito que já estive melhor em relação a isso. Desde que acordei, estava me sentindo mal. Eu não estava doente, mas aquela sensação ruim parecia gostar muito de mim, porque agora ela estava novamente ali, só que mais forte. A única coisa que eu sabia era que nunca tinha conversado tanto com o universo mentalmente, porque eu só queria entender o porquê daquilo tudo. Tinha que ter um propósito, tinha que ser algum tipo de alerta ou premonição. Pensar naquilo me causava ansiedade, além de me deixar agitado ao ponto de perder o sono.

Naquele momento, NamJoon estava me levando até o aeroporto, onde eu combinei de me encontrar com Hoseok para nos despedirmos, e fiz isso porque sabia que desse jeito não teria como voltar atrás. Jin e TaeHyung estavam me acompanhando, porque apesar de não dizerem, estavam preocupados comigo. Eu mesmo estava preocupado. Mal conseguia prestar atenção no caminho, como eu sempre fazia, porque tentava processar tudo aquilo. Eu sentia vergonha por estar tão mal daquele jeito, e pior ainda por não saber dizer o motivo.

— Jiminie? — ouvi Tae me chamar e o olhei, notando que já tínhamos chegado ao aeroporto.

— Já chegamos? — perguntei, enquanto todos me olhavam fixamente.

NamJoon e SeokJin se olharam, numa conversa silenciosa que eu não consegui entender. Tae assentiu e me deu um abraço. Respirei fundo, o abraçando de volta talvez mais forte do que o esperado.

— Vai lá, Jiminie. Nós vamos te esperar aqui, tudo bem? — Nam diz e eu assinto.

— Jimin, se você não estiver se sentindo bem, por favor nos chame. — Tae segurou minha mão antes que eu saísse e eu sorri levemente, saindo do carro e andando para dentro daquele enorme lugar.

Não foi difícil achar Hoseok, porque ele estava em pé bem na frente da entrada, me esperando. Assim que o vi, corri até ele e o abracei forte. Tive vontade de chorar quando fiz aquilo, mas não pude evitar sorrir, porque tudo o que eu sentia desaparecia sempre que eu o deixava perto, e eu me sentia muito melhor depois daquele abraço. Seria essa a minha sentença? Depender de Hoseok até o fim dos tempos?

— Seokie! — o balancei de um lado para o outro, enquanto ele ria e bagunçava meu cabelo.

— Oi, meu amor! Como você está? — perguntou, beijando minha testa.

— Muito melhor agora. — ele sorriu para mim. — E você?

— Estou bem. Muito feliz que você está aqui. Esperar não é muito fácil. — confessou e eu ri. Entrelaçou sua mão na minha e caminhou ao meu lado. — Está com fome?

Assenti para ele, que me levou para a praça de alimentação, me dando dinheiro para que eu escolhesse alguma coisa pra comer. Não tinha comido nada pela manhã porque estava desanimado e sem fome, mas agora, estando junto dele, me sentia muito melhor e decidi comer alguma coisa. Comprei dois sacos de biscoito e dei o segundo para ele. Não queria comer algo que me deixasse cheio demais, porque a aquela altura eu não tinha a menor ideia de como meu corpo ficaria. Nos sentamos em uma mesinha para dois e começamos a comer.

Enquanto eu comia, observava várias pessoas chegando, outras saindo e outros vôos decolando. Todas as pessoas se abraçavam, algumas com beijos, cartazes... Mas nenhuma delas aparentava estar mal como eu e isso me deixou triste. Eu só queria ser um bom namorado para o Hoseok, mas não estava conseguindo. Tudo porque aparentemente meu corpo estava assumindo o controle e ganhando vida própria, fazendo com que eu sentisse coisas sem sentido nenhum. Aquilo me deixava péssimo, porque eu gostaria de retribuir tudo o que ele fazia por mim.