A Cinderela, tá diferente?

Inverno frio... sorriso quente

Em um frio congelante, a jovem Selma dava a luz, a sua nova pequena estrelinha.

A caçula do grande império Lima.
A família mais rica e respeitada da cidade.

Muitos podiam dizer que a era da hierarquia havia acabado a séculos.

Porém, esses indivíduos estariam mentindo.
Presos numa fantasia criada pelos mais fortes de uma sociedade completamente hipócrita.

A monarca da família se encontra deitada sobre uma maca quente e aconchegante. Numa realidade totalmente mentirosa.

A desigualdade poderia ser vista.

Enquanto nossa pequena estrelinha nascia.

Muitas outras viravam anjinhos na mesma noite.

Estava frio, bem mais frio que o esperado.

Muitos outros hospitais se encontravam em guerra, faltando até o medicamento mas básico ou até mesmo o sábio trabalhador.

Outra coisa em escassez, trabalhadores com condições básicas e remuneração digna.

Se até seus direitos básicos são negados, porquê trabalhar?

Os monarcas cegos por suas luxúrias e riquezas se esqueciam das pessoas ao redor.

Não os conheço, logo, não devo me preocupar.

Pensamentos assim como esses se tornam mas um pilar para uma sociedade fragmentada e fragilizada...

Agora, vamos voltar ao ponto inicial.

Vossa monarca gritava de dor.

Vosso marido rezava aos céus para ganhar um herdeiro digno e não mais uma princesa fraca.

Pensamentos como esse, demonstravam o quando sua sociedade era marxista.

A saúde não importava.
A felicidade que viria com sua nova estrelinha não importa.
O amor? Ele que não importa mesma.

Nada disso importava, apenas a vaidade.

Levantar seu novo troféu.
Mostrar para os outros o quão poderoso era.

Isso sim, importava.

Vossa monarca pensava diferente.
Pelo menos uma e um milhão.

Não ligava para o luxo.
Apenas, aprenderá a viver com ele.

Por si, viveria banhada da mais pura e nobre simplicidade.
Porém, as coisas não estão ao seu controle.

Apreendera desde jovem, cuide e obedeça seu marido.

E assim, seguia sua vida.

Rainha de um império que não possuía nem poder.
Sua voz era calada, suas vontades afugentadas.

A triste Rainha percebera um pouco mais de cor ao finalmente poder observar os olhos castanhos de sua nova estrelinha.

Dayane, seu mais novo tesouro.

Seu novo anjo, que irá iluminar suas noites frias com o sorrisinho banque-lo mais quente de todo esse inverno tenebrosa.

Uma luz no final desse túnel amargo.