Clouds - Børns

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"I forget all my dreams. I forget everyones name I meet. I forget about time and space, but I can't stop thinking 'bout your face".




LALISA MANOBAN POV



Algumas horas haviam se passado enquanto eu estava sentada na janela do meu quarto na exata mesma posição.

Parecia uma cena digna de filme. A garota sentada em sua janela, observando as nuvens no céu enquanto uma música triste toca em seu fone de ouvido no volume máximo. A única diferença é que geralmente chove nessas cenas desse, para dar um clima mais "triste".

Nunca entendi muito bem esse conceito de chuva em cenas tristes. Pelo menos para mim, a chuva sempre foi algo que me trazia felicidade.

Na província onde eu nasci, em Buriram, na Tailândia, o calor é infernal. Na verdade, o inferno perderia para o calor que faz naquele lugar. Então, nos dias que eu via que o sol não estava tão forte e que as nuvens acinzentadas começavam a carregar o céu azul, eu corria para os fundos da minha casa e ficava lá, com o meu vizinho e melhor amigo de infância, Chittaphon, ou Ten como gostava de ser chamado, esperando pacientemente que a primeira gota de chuva caísse para que pudéssemos brincar de correr no meio da grama molhada, sujando nossas roupas recém lavadas de lama. Às vezes, minha prima Palisa, a garota que me fez descobrir que eu gostava de garotas, aparecia para brincar com a gente, quando a insuportável da minha tia não estava em casa e não corria o risco de surtar brigando por causa de um vestido sujo ou um joelho ralado.

Eram bons dias. Bons tempos. E a chuva tornava tudo mais mágico e memorável.

Hoje não estava chovendo e nem havia a música triste tocando em volume máximo em meus fones. Pelo contrário, estava ouvindo um rock antigo que Jisoo havia me indicado, mas meus pensamentos estavam longe a ponto de eu nem conseguir prestar atenção na letra direito.

Bom, não tão longes, apenas algumas quadras de distância. Em uma certa mercearia, onde uma garota de cabelos pretos e lisos, olhos de gatinho e nariz de bebê, com uma pintinha adorável na pálpebra, deveria estar.

O que será que Jennie estava fazendo agora? Ela não respondeu mais minhas mensagens depois que chegamos da escola. Fiquei chateada por não poder ter voltado com ela no ônibus, mas não poderia deixar de sair com minha mãe em um dos raros dias de folga dela. Jennie entendeu bem e disse que não ouviria nenhuma música na volta em respeito à minha memória. Existe garota mais adorável que essa? Duvido muito.

Já fazia um tempo que eu e minha mãe havíamos chegado. O meu pai chegou em seguida, com uma cara esquisita, com uma ruga de preocupação se formando em sua testa. Ouvi ele cochichar com minha mãe na cozinha e, por um momento, achei ter ouvido o nome de Jennie, mas achei ter sido coisa da minha cabeça. Assim que ouviram eu me aproximar, eles trataram de mudar de assunto e meu pai me encheu de perguntas sobre como foram as compras. O que foi mais estranho ainda, considerando que ele odeia saber sobre que tipo de roupas compramos, quais estampas e cores.

Peguei meu celular novamente olhando as horas. O céu começava a escurecer e o relógio marcava exatamente 18:33h. E nada de Jennie me responder. Tentei ligar para ela, mas ela também não atendeu. O telefone simplesmente caiu na caixa postal, como se estivesse desligado.

Não preciso dizer que minhas paranoias começaram a me atormentar, não é?!

Será que ela havia se arrependido de ficar comigo? A ficha finalmente tinha caído de que eu não sou o suficiente para ela? Será que ela estava simplesmente me ignorando para que eu caísse na real que o que tivemos foi só um momento e que já passou?

Pictures of you   #jenlisaOnde histórias criam vida. Descubra agora