- E a sua esposa? Ela não liga de você ficar rodando na madruga?
- Ligar, ela liga_ hesitou, mas logo completou_ mas tenho que pagar as contas. E de madrugada rende mais, durante o dia é quase trocar dinheiro.
- Entendi! Mas tem mulher que encrenca _ olhou pelo retrovisor, buscando os olhos do outro_ tenho um amigo que parou de rodar, porque a dele morria de ciúmes. Achava sempre que ele tava indo pra motel com outras mulheres.
- Mas ele trabalhava só de noite?
- Nada! Só de dia.
- Eita! Essa aí é ciumenta mesmo. Ciumenta desse jeito...
- Pois é! Ele teve que parar.
- Às vezes aparece umas gostosas mesmo _ esboçou um leve sorriso, mas de imediato voltou à seriedade _ mas a gente tá aqui pra trabalhar, né? A mulher tem que entender que a gente não vai cair em qualquer tentação que aparecer.
- Eu acho que_ hesitou e mais uma vez procurou os olhos do outro pela retrovisor_ não conseguiria. _ mas o belo rosto moreno, com uma barba cheia, não esboçava qualquer sinal.
- Não conseguiria o quê?
- Resistir às tentações. _ Olhou mais, no entanto o outro parecia distante, atento ao trânsito da madrugada somente.
- Tem umas que são difíceis de resistir mesmo. _ e finalmente abriu um sorriso franco. Ele pôde apreciar o belo sorriso, coisa que tentava fazer desde que entrou no Uber. Na verdade, o que ele queria mesmo era uma noite de sexo com aquele moreno incrível e estava fazendo de tudo para chamar a sua atenção, mas estava difícil. Procurava chamar atenção, mostrar-se interessado, mas não demais, afinal, o outro poderia querer dar-lhe alguns socos, caso se sentisse ofendido.
- Mas você tava lá sozinho? _ perguntou o motorista depois de alguns instantes de silêncio
- Não, não. Tava com uns conhecidos.
- Mas eles já tinham ido embora e te deixaram sozinho? Ali é bem perigoso, ainda mais naquela hora.
- É, eu sei. _ respondeu desanimado. _ Eles foram embora e me deixaram, sempre fazem isso!
- Mas eles não são muito seus amigos se fazem sempre isso.
- É verdade! Eu já reclamei muito com eles, mas não ligam.
- Então você tem que arrumar outros amigos.
- Pois é, mas tá tão difícil. As pessoas hoje em dia só querem curtir, não se preocupam em ser amigos de verdade! Eu já pensei em parar de sair com eles, mas sair com quem? Já saí com outras galeras e sempre a mesma coisa. Por isso prefiro continuar com esses, sabe. Já conheço todos e sei como são. Melhor que sair sozinho.
- É chato mesmo! Tem amigo que é só de cerveja e não vale a pena.
- Às vezes, a gente faz qualquer coisa por uma diversãozinha, né? Mas acaba passando por cada situação. _ ele, de repente, sentiu-se cansado. Pensar nessas coisas, naquele momento lhe fez mal. Fazia cada coisa por um pouquinho de emoção e, na maioria das vezes, só conseguia dor de cabeça. Olhou mais uma vez pelo retrovisor e viu que o outro estava distante, prestando total atenção ao trânsito: o flerte não estava dando em nada. Era inútil!
Relaxou, então, no banco de trás e passou a olhar a janela do lado, observando as ruas que ficavam pelo caminho. Estava tudo tão deserto àquela hora como sentia deserta a sua vida. Poucos instantes depois, chegou a fechar os olhos e a cochilar.
Até que ouviu de muito longe a voz do motorista.
- Oi! Tá dormindo?
- Só tirando um cochilo! Acho que a cerveja tá fazendo efeito. _ respondeu sem abrir os olhos.
- É que eu queria te pedir uma coisa...
- Pedir? Pra mim? _ perguntou abrindo os olhos surpreso.
- É que eu tô muito apertado pra ir no banheiro. Eu ia parar pra procurar um banheiro, mas resolvi aceitar sua corrida, achando que podia ser uma viagem curta, mas..
- Você quer dar uma parada e se aliviar em algum canto?
- Não, não. Eu até podia, mas acho perigoso a essa hora.
- Então...
- É que tem um posto de gasolina que é 24 horas e lá tem um banheiro. Acho que é mais seguro.
- Claro, pode parar no posto.
- Esse é o problema! É que o posto é fora da sua rota, tinha que fazer um desvio, a viagem vai ficar maior...
- Bom...
- Se você quiser eu faço um desconto no fim da viagem. É que eu tô muito apertado.
- Não, não se preocupa! Pode parar. _ respondeu por fim e voltou a fechar os olhos.
Pouco tempo depois, ouviu o outro chamar de novo.
- Oi! Chegamos!
- Anh?
- É, chegamos no posto.
- Ah, tá!
- É que eu queria te pedir outro favor.
-O quê?
- Será que tem como você vir comigo? É que tá muito deserto aqui. Não queria deixar você dentro do carro, o carro aberto. Podia vir qualquer um e...
Naquele momento, ele ficou chateado de ter que se levantar do carro e andar, pois estava com muito sono. No entanto, uma ideia veio-lhe à cabeça: ele poderia ver o pau do motorista. Não teria a noite de sexo que desejava, mas, se tivesse sorte, e ele usasse o mictório, poderia olhar de lado e apreciar, por um instante que fosse, o pau do outro. Era pouco, mas era o que lhe restava. Só teria que ter muito cuidado pro outro não perceber e acabar levando uma surra num banheiro sujo de posto em plena madrugada.
Para não chamar atenção, não falou nada, apenas se levantou e saiu do carro. Esperou o outro ativar o alarme e passou a segui-lo em direção ao banheiro. Ele estava nervoso, tinha que dar tudo certo, o motorista tinha que usar o mictório e não um reservado. Ele tinha que conseguir ver o pau do motorista.
O motorista andava sem olhar para trás, chegou a uma porta, puxou na maçaneta e entrou. O outro se demorou um pouco na frente da porta tomando coragem. Assim que entrou viu o motorista parando em frente a um mictório e puxando o zíper de sua calça.
Ele fez o mesmo movimento: andou até um mictório e abriu o zíper da sua calça e começou a urinar. No entanto teve o cuidado de não ficar no mictório exatamente do lado do dele.
Fechou os olhos enquanto sentia a urina sair como um jato forte do seu pau, só naquela hora percebeu que também queria mijar. Tinha que abrir os olhos e se virar para a esquerda rápido, como quem olhasse despreocupado para o nada. Só tinha que ter coragem, mas sem demorar muito ou o outro poderia terminar e sair.
Abriu os olhos, olhou para o seu pau que despejava as últimas gostas e virou rapidamente para o lado com o coração aos pulos. E viu que o outro não mijava mais, mas olhava para ele de forma safada e masturbando seu pau enorme.
Ele ficou tão surpreso com aquilo que ficou paralisado. Piscou umas 3 ou 4 vezes para tentar entender se aquilo era real. Como ele não se mexia, o outro falou "vem" baixo e ele foi andando até chegar perto dele, segurar o pau e olhar nos olhos do outro esperando um beijo.
Contudo o beijo não veio, só ouviu o outro mandar ele chupar. Imediatamente, ele obedeceu. Abaixou-se e abocanhou como pôde aquele pau enorme e grosso, nem sabia dizer qual seria o tamanho e a grossura. Estava ensandecido chupando, quando teve uma ideia, parou de chupar e se levantou:
- Vamos pra minha casa!
- Não posso, tenho que trabalhar!
- Vai ser rápido, meia horinha!
- Não dá! Chupa, vai!
Ele obedeceu e voltou a chupar o outro. Ficou um pouco frustrado por só poder chupar o pau e não ter uma noite de sexo completa com aquele homem maravilhoso, mas aproveitou como podia, pois era a maior emoção que vivia em muito tempo.
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Caroços
NouvellesEsses são contos gays com conteúdo adulto, mas o que se destaca é a eterna inconstância entre o desejo e o medo. Quando saber se o desejo está sendo correspondido? Quando saber se é seguro flertar? Quando saber? E se não for, o que poderá acontecer?