Dona

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Dona desses traiçoeiros
Sonhos sempre verdadeiros
Oh, dona desses animais
Dona dos seus ideais

Pelas ruas onde andas
Onde mandas todos nós
Somos sempre mensageiros
Esperando tua voz

Teus desejos, uma ordem
Nada é nunca, nunca é não
Porque tens essa certeza
Dentro do teu coração

Tan, tan, tan, batem na porta
Não precisa ver quem é
Pra sentir a impaciência
Do teu pulso de mulher

Um olhar me atira à cama
Um beijo me faz amar
Não levanto, não me escondo
Porque sei que és minha
Dona

[...]

Umas vezes nossa amiga
Outras nossa perdição

O poder que nos levanta
A força, que nos faz cair
Qual de nós ainda não sabe
Que isso tudo te faz
Dona

Nunca é fácil ser mulher. Não importa o quão inteligente você seja, ou o quão poderosa, eles ainda te enxergam apenas como uma mulher. Por isso é preciso ser forte, ter orgulho e ultrapassar todos os limites que querem lhe impor.

Hermione aprendeu isso desde de cedo, ela sabia o que era ultrapassar os limites. Somente alguém assim seria capaz de fazer uso de um viratempo para dar conta de todas as matérias que desejava aprender. Outras pessoas usariam para buscar riquezas, para tornar a vida deles mais fáceis. Ela por outro lado usou para tornar a vida ainda mais complicada, usou para se tornar quem gostaria de ser. Buscava antes de tudo sabedoria. E sabia ainda naquela época que sabedoria era uma das maiores armas que poderia possuir, contra os inimigos declarados e também contra o mundo.

Seus ideais eram gigantes, eram certos. Quando colocava algo na cabeça dificilmente alguém seria capaz de tirar. Era dona de si, dos seus pensamentos e de suas verdades.

Foi assim que idealizou o F.A.L.E., foi assim que se inspirou na Ordem da Fênix original e transformou os amigos na Armada de Dumbledore. Ela tinha ideia e seguia em frente. Foi assim que conseguiu controlar o irmão gigante de Hagrid, assim que descobriu que o basilisco viajava pelos canos, foi assim que seguiu por seus anos em Hogwarts, assim que permaneceu ao lado de Harry Potter mesmo que seus desejos fossem correr atrás de Ronald Weasley e jamais deixá-lo partir.

Ela podia ser dona de tudo que quisesse, na verdade era dona da maioria delas. Mas quando se tratava de amor tudo que sabia devia ao ruivo irritante que amava mesmo quando tentava não o fazer.

Com o gato em seu colo, olhando fixamente pela janela e assistindo o homem ao lado de seus filhos, sabia que podia se sentir orgulhosa de tudo que lutou para ter.

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Era a dona da razão, sempre com o nariz empinado, sabia fazer todos os feitiços antes de qualquer um, e lá estava ela, fazendo a pena brilhantemente levitar, odiou a ter desafiado, agora ficaria com o nariz mais empinado ainda, insuportável em altos níveis, mais dona de si.

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