"Young, scrappy and hungry."

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"Apenas um pode entrar aqui. Aquele cujo valor está do lado de dentro. Um diamante em bruto. Você parece um príncipe do lado de fora, mas eu não mudei nada por dentro."

- Aladdin.

O suor escorre pelo rosto de Louis, sua respiração pesada, seus pulmões parecendo que estão se constringindo até se tornar algo parecido com uma uva passa na ceia de natal, mas ele continua lutando, pois de todos de seu time, ele é o único que resta.

A arena no subterrâneo de Ba Sing Se não consegue abafar os gritos alucinantes da torcida, as grades que separam eles dos jogadores se balançando pela raiva e entusiasmo de alguns, que as agarram com suas mãos gananciosas em forma de garras. O cheiro de lodo e terra molhada poderia se parecer com um veneno no organismo de qualquer outro que não estivesse acostumado com a vida noturna e ilegal dos anéis de Ba Sing Se, mas para Louis é um cheiro tão natural, que ele não mais o sente.

Apesar da responsabilidade de saber que é o único do seu time de pró-dobra que ainda está em condições de continuar, com um tendo sofrido uma grande queimadura da cintura para cima e o outro tendo sofrido uma contusão de uma pedra que o atingiu na testa, Louis não se sente destinado a um fracasso, já que aqui, ele está em seu elemento.

O dobrador de fogo também sabe que não pode perder, desviando o olhar para um dos camarotes no alto da arena, ele observa os ricos se fartarem em uma grande mesa de pedra, onde comidas e mais comidas estão disponibilizadas para eles junto a uma grande variedade de vinhos. Louis se pergunta se eles sabem o que a população no Anel Inferior passa, se eles sabem que muitos estão mal nutridos, uma situação tão precária que até animais possuem esqueletos à mostra.

Soltando um leve rosnado enquanto desvia de um grande bloco de pedra jogado em sua direção, Louis não precisa pensar muito na resposta. É claro que eles sabem, mas não é como se eles realmente ligassem contanto que suas barrigas estivessem cheias e seu entretenimento ilegal nunca parasse.

Às vezes o garoto tinha vontade de revelar para toda a imprensa o que a elite realmente fazia, assistia jogos ilegais, que poderiam machucar os escassos dobradores que ainda haviam na face da terra, indo contra a Lei da Proteção de Dobradores. Ele tinha vontade de assistir todo o império deles caírem e suas bochechas rosadas pelas bebidas e esticadas pelo sorriso, murchassem pela exposição que tiveram, sabendo que nunca mais conseguiriam se levantar da desgraça revelada.

Colocar a vida de um dobrador em risco é considerado crime com pena de prisão perpétua.

Mas Louis sabia melhor, ele sabia que esse era o seu único sustento, sua única fonte de renda, sendo ela ilegal ou não, então ele tinha que engolir o bolo na garganta, apagar os fogos de seus dedos e controlar a lava vulcânica que era o seu sangue enquanto ele observava algum idiota importante do governo rir quando Louis escorrega em uma água já utilizada para dobra e bate seu ombro fortemente contra um dos cascalhos jogados na arena, fazendo com que sua pele rasgasse e uma pequena cachoeira de sangue começasse a brotar.

O seu oponente, um dobrador de terra que Louis não havia tido tempo para perder e aprender o nome, continua avançando em sua direção, sua expressão fechada e seus olhos cheios de fúria.

Louis deveria ter medo, mas tudo o que ele podia fazer era jogar a cabeça para trás e soltar uma gargalhada alta enquanto se levantava rapidamente em um pulo.

Um chicote elétrico aparece na mão de Louis, que dobra o mesmo com tal maestria e excelência que até Azula, a princesa da nação do fogo que havia lutado na guerra contra Aang, temeria a fúria de um golpe dado por seu chicote. O dobrador arregala os olhos, surpreso, mas o garoto não entende, apenas arqueando suas sobrancelhas enquanto a língua do chicote lambe o calcanhar desprotegido de seu oponente.

the legend of louis • l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora