... O sol adormecia quando olhei pela primeira vez em direção ao vasto horizonte deste lugar. As pequenas choupanas e sua luzes contranstavam com os últimos raios solares, fazendo tudo aquilo digno de um espetáculo. "Onde eu estou?" Foi o primeiro pensamento após o efeito daquela visão. Vi que atrás de mim havia uma grande torre, de onde aparentemente eu saí. Não conseguia lembrar de nada. De onde eu vim, quem eu era e nem mesmo o que eu fazia. A única coisa que me vinha a cabeça e retorna até hoje quando penso nesse passado ofuscado é o meu nome, Panam. Gostaria de saber o significado quando me deram esse nome. Aliás, queria saber muitas outras coisas. Não sei quem foram meus pais, mas sempre que penso neles uma angústia percorre todo o meu corpo. Também queria saber se eu realmente sou eu mesma ou sou uma outra pessoa diferente. Na primeira vez que tirei minhas roupas, percebi algumas gravuras em tinta preta que formam uma grande árvore com profundas raízes na minha dorsal esquerda. Não sei a intenção da minha antiga eu, mas até mesmo a eu atual acha ela extremamente linda. O problema é que nesse lugar isso não é bem visto, então sempre tento andar com as costas bem guardadas...
Eu entrei em uma guilda. Na verdade eu fui coagida a isso, quando saí da torre e me aproximei da vila. Imediatamente fui levada por alguns soldados a um pequeno casebre na entrada. Lá falei com Alexandre, aparentemente o chefe dos aventureiros da região. Era um tipinho espevitado, usava roupas muito mais excêntricas do que dos seus subordinados.
Lembro bem daquelas palavras: "Você precisa escolher uma guilda e entrar. Se não, seu coração irá parar de bater em 24 horas". Eu tinha ficado atordoada no momento com a notícia, e acabei saindo em direção a cidade. Sendo destino ou não, tudo começou daquela maneira.
Diário de Panam.
Data:15/03/??Panam havia saído do pequeno casebre fazia pouco tempo. Ao seu redor, as ruas iam se aglomerando de aventureiros e trabalhadores que buscavam um pouco de diversão nas ruas principais da pequena cidade. Ela mesmo desconhecendo quase tudo sobre ela e suas memórias, sabia que provavelmente aquelas pessoas e aquelas vestimentas não era comuns. Alguns usavam sobretudos estilosos que contranstavam com suas belas armaduras, outras ostentavam belos recortes e vestidos da mais pura seda. Alguns é claro, como toda sociedade humana, não se tinha o luxo e usava roupas tão surradas quanto o desgaste físico que aparentavam. Inconsciente, ela olhou para as roupas que vestia. Usava um blusa com touca e uma calça apertada preta. Achava que provavelmente não iriam ligar para suas vestimentas, provavelmente achariam que era uma nova tendência.
Conforme andava pelas ruas, ia admirando cada vitrine e cada coisa nova que descobria, como uma pequena criança desbravando o mundo. As ruas eram pavimentadas com blocos brancos lisos, tudo parecia uma obra de arte. Provavelmente o lugar de que ela veio não era tão bonito assim, ela tinha um leve intuição que era justamente o contrário. Mas afinal, quem Panam era? Desde a primeira batida de olhos nesse novo mundo, ela não tinha noção de quem ela era. Ela não tinha noção do que ela foi, dos seus gostos, da sua personalidade, do seu passado, da sua história. E por mais que tentasse não pensar nisso, ela se remoia, pois sentia a sensação de que faltava algo muito importante, algo que sem ela se sentia incompleta. E agora tinha que se preoucupar com a guilda. Nem sabia onde estava e tinha somente 24 horas para encontrar algo que aparentemente era importante. Ela pensou em jogar tudo pro ar e mandar a merda aquele tal de Alexandre, mas não queria colocar a prova e morrer no meio da cidade. Andou pela rua por mais alguns minutos observando o movimento e lendo as placas. Por mais absurdo que parecesse, ela conseguia entender perfeitamente cada palavra e cada linha daquele idioma estranho. Ele era feito de muitos ideogramas curvados e símbolos ondulados, mas tinha beleza a sua maneira. Algumas placas de guilda apareciam durante sua aventura pelo centro, guilda dos cavaleiros, guilda dos magos, mas nenhuma delas realmente chamava sua atenção. Todos que entravam nessas guildas pareciam muito esnobes, e se mesmo a antiga ela gostasse, a atual com certeza preferia ver seu coração parar.
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Panam
FantasyQuem é panam? Jogada em um mundo desconhecido sem nem mesmo saber o motivo, ela tem que enfrentar muitos desafios e novos questionamentos. Enquanto tenta se questionar, questiona quem ela foi e quem ela vai ser agora, a primeira missão de Panam é en...