Grace Price foi o meu início, mas eu gostaria que ela se tornasse o meu meio e fim.
George Russell e Grace Price se encontram em Londres, na semana do natal, meses depois da escritora ter colocado um ponto final no relacionamento de ambos. Ele costu...
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Mas eu consigo nos ver perdidos nas memórias Agosto foi embora em um instante de tempo
August — Taylor Swift
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GRACE CONSIDEROU QUE ESTAVA TENDO UMA EPIFANIA ENQUANTO PREPARAVA O SEU CAFÉ NAQUELE INÍCIO DE DIA. Parou com a sua caneca suspensa no ar, em seu melhor sentido literal, e sentiu a testa franzir. Repreendeu-se por fechar os seus olhos para o que esteve sempre em sua cara. Na verdade era um dos seus maiores defeitos, fechar os olhos para parte do que as pessoas a sua volta sentiam ou pensavam. E sentia-se péssima por isso, assim como se sentiu no instante em que a sua ficha caiu e expôs uma realidade dura. Ficou nauseada e envergonhada.
Precisava conversar o quanto antes com George e esclarecer coisas importantes.
Contudo, não sabia por onde começar. Ou qual o primeiro passo. Tinha medo de errar e ser interpretada erroneamente, o que aconteceria. Óbvio que sim. Tudo entre Grace e George era facilmente elevado a um outro nível, desde a maneira como se sentiam um em relação ao outro constantemente.
O problema, ainda mais depois da última noite, era que não queria que as coisas ficassem estranhas entre os dois. Sempre seriam como parte um da vida do outro. Seja de maneira consciente. Seja de maneira inconsciente.
Bem, sentia-se realmente péssima apenas por imaginar a mais remota possibilidade que George acreditava que ela queria manter as coisas às escondidas porque sentia vergonha.
Ficou com vontade de sorrir, não no melhor sentido das coisas, mas o gosto amargo subiu a sua boca e a deixou nauseada.
Nunca. Sentir vergonha nunca nem foi colocado sobre a mesa. Entre as várias coisas que sentia em relação ao piloto o que mais se sobressaia era orgulho e admiração.
Tanto que escreveu um livro sobre eles. Sobre ele. E sobre parte da história dos dois.
Estava sozinha desde que Noelle precisou sair para trabalhar. Ficaria sozinha o dia inteiro no apartamento e imaginou que poderia, quem sabe, trabalhar em seus projetos futuros. O problema, no entanto, era que ainda não tinha muito para que pudesse apresentar para a sua editora e agente, e isso tirava horas e mais horas do seu sono. Com o contrato assinado tinha prazos a cumprir, porém não estava sabendo como lidar com eles quando a sua mente estava muito mais dispersa que nos últimos meses.
