Capítulo 2 - Bailey

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Não tinha ninguém em casa, então decidi preparar almoço para nós dois. Confesso que estava pensando mais em meu amigo do que em mim. Eu era acostumado com dietas rígidas, podia passar horas sem comer nada e meu corpo não reclamava, mas Bailey era bem mais forte, gastava muita energia malhando. Precisava se alimentar bem.

Voilá... — servi seu prato, pondo-o em cima da mesa de centro da sala.

— Você é perfeito, Krys.

O simples elogio de Bailey me fez arrepiar por inteiro. Não podia negar que Bailey mexia comigo. Finalmente tinha encontrado alguém que me colocava no topo de suas prioridades. Alguem que me valorizava.

— Você... — corei, um pouco nervoso — Nunca me chamou de Krys antes.

— Não gosta? — Bailey questionou despreocupado.

— Não, eu adoro. — isso soou um pouco gay demais, mas Bailey não se importou.

Ele nunca se importava.

— Você não vai comer? — o filipino ergueu uma sobrancelha, apanhando seu prato.

Eu não estava interessado em comer.

Queria ficar olhando para ele.

— Não. Estou de dieta.

Era mentira. Eu não estava de dieta.

— Entendi. — Bailey deu de ombros — Mas não precisa disso.

— O quê?

— Disse que não precisa disso. Dieta. — ele repetiu — Seu corpo já está bom.

Toquei minha nuca, tentando conter um arrepio levado. Só os comentários despretensiosos de Bailey May já me deixavam bambo. Eu não tinha mais controle sobre meu corpo.

Apoiei as costas na parede, parando ao lado da televisão. Bailey assistia seu jogo e devorava o almoço que tinha preparado para ele. Já eu, assistia-o comer. Prestava atenção nos músculos de seu braço enrijecendo quando apanhava a colher, a forma primitiva como mastigava a carne do peito e a profana como chupava os ossos da coxa de frango.

Eu respirava ofegante e prestava atenção nos mínimos detalhes de seu comportamento.

— Tudo bem? — Bailey me encarou com um semblante blasé.

— S-sim. — gaguejei nervoso.

Um olhar seu e meu corpo já entrava em combustão.

— Ótimo. — ele se levantou, caminhando até a pia e posteriormente lavou seu prato.

Continuei parado. Eu não tinha a menor ideia de como agir naturalmente na frente dele. Nem sabia se já tinha agido naturalmente perto dele alguma vez. Mas Bailey parecia concentrado no jogo, falando muito menos do que costumava. Decidi que ia tentar fazer o mesmo. Eu precisava me importar com as coisas que ele gostava. Sentia necessidade de agradá-lo.

Me sentei no sofá e tentei prestar atenção no jogo. Bailey um tempo depois e se sentou do meu lado, exatamente onde estava antes.

— Para quem está torcendo? — tentei puxar conversa, enquanto ele mirava a televisão.

Minha perna roçava levemente na sua e isso me eletrizava.

— Para o Atlético. — Bailey respondeu de forma direta.

Eu imaginava que aquela pergunta fosse me render um pouco mais da sua atenção, mas precisei ser mais insistente.

— E qual dos dois é o Atlético? — perguntei com sinceridade, no auge da ignorância.

Confessions of a Toy Boy - Krysley (NOW UNITED BOYS)Onde histórias criam vida. Descubra agora