Eu não sabia o que falar, eu estava deitado com minha cabeça em sua mãozinha, eu que deveria estar no lugar dela, eu.
-Desculpa filha, desculpa o papai, ele estava tão concentrado no trabalho que acabei me esquecendo do mais importante, você - olho pra ela era tão bonita, assim como a mãe dela - desculpa o papai princesa - escutei um barulho na porta e virei-me, era o doutor junto com minha sogra e meu pai - você não consegue fazer mais nada mesmo? - ele negou com a cabeça - e a adrenalina? Acordou ela da última vez.
-Senhor Smith, eu fiz de tudo, de tudo mesmo, mas não consegui - o doutor olhou para baixo.
Em lágrimas deitei minha cabeça em sua mãozinha de novo.
-Por favor não deixe ela morrer assim, Deus, por favor eu te peço do fundo do coração - antes falava baixinho, mas agora já tinha aumentado o tom de voz - ela é tão nova para morrer, salve minha filha Deus - e ainda com o rosto em sua mão, dou um beijo.
Fico mais um tempo ali com minha filha, minha sogra e meu pai se despedem. Nesse momento faltava 1 minuto pro natal, sim pro Natal. Para alguns o Natal era muito importante, mas para mim era só mais uma data que talvez não foi e nunca vai ser marcada, talvez depois que minha filha sair e for enterrada, aí sim vai ser uma data triste e chata. Como foi com na morte da mulher que eu mais amei na minha vida.
-Senhor, teremos que retirar o corpo dela pro enterro - respiro fundo, me levanto.
Dou um beijo na testa de Isadora pela ultima vez.
Termino o beijo em sua testa, quando escuto o relógio da cidade bem auto bater as doze badaladas, alguns fogos de artifício são jogados ao céu e eu só olho pra minha pequena menina.
-Feliz Natal, minha pequenina - fico a olhando por alguns segundos, eu respiro fundo, viro meu rosto com calma olhando pro médico que assente com a cabeça querendo dizer que "já iram levar o corpo dela"
Viro meu rosto e abaixo a admira-la uma ultima vez. Afago os cabelos da menina e tento dar um dos meus melhores sorrisos.
Quando eu ia saindo sinto algo apertar minha mão - e pelo que eu saiba mortos não se movimentam, ou se movimentam? - olhei pra ela novamente. Aquele aparelho de ver se o coração estava batendo começou a apitar, pelo que eu sei, aquilo indicava que ela estava com vida.
-Feliz Natal, papai - ela falou com um sorriso enorme no rosto- cade meu presente? E por que todos estão chorando? É natal - acabo soltando uma risada abafada e a abraço, o mais forte que eu poderia.
-Você está bem filha? - ela sai do abraço.
-Nunca estive melhor, papai! - olho pra trás.
-Mas, mas isso é impossível - fala o doutor enquanto minha sogra e meu pai abraçavam Isadora.
-Sabe de uma coisa que eu aprendi doutor? - ele me olha - para Deus nada é impossível - ele me olha e eu dou-lhe um sorriso.
Volto meu olhar pra minha filha que sorria com um brilho nos olhos.
Realmente, Senhor você cura e restaura, eu te devo tudo, eu só tenho a agradecer – oro.
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1 ano depois:
A um ano atras a celebração do natal não fazia muito sentido para mim. mas hoje além de comemorar o nascimento de Cristo- porque o natal não é sobre trocas de presentes ou muita comida e sim sobre o nascimento de Jesus - celebro porque Deus abençoou muito a minha família trazendo cura e felicidade.
-Nessa noite eu quero agradecer a Deus, porque a um ano atrás Ele salvou minha filha da morte, que tudo seja pra Glória e Honra dele - falo e escuto muitos glorificando ao nome de Deus - agradeço a oportunidade em nome de Jesus, Amém!
Fim...
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Um Milagre No Natal
SpiritualSeis anos após a morte de sua esposa, Alexandre descobre uma doença que sua filha tem que pode a matar. Quatro dias antes do Natal, ele conheçe seu novo assistente, que apresenta-lhe a salvação. Ele começa a conversar e orar entregando a vida da sua...