eu já estou com saudades

1.3K 224 259
                                    

Estou morrendo de sono, mas acordo cedo

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Estou morrendo de sono, mas acordo cedo. San está dormindo, parece até morto. Ele fica muito fofo quando está dormindo, porque acordado fica todo tímido quando pega-me olhando para ele. Mas agora é tão amável que dá-ma vontade de pôr junto num abraço pra cuidar e nunca mais soltar. Mesmo assim, levanto-me e vou cuidar da vida. Treino um pouco na salinha particular com equipamentos de academia. Empapado de suor e já cansado, recebo as roupas de San secas e cheirosas da lavanderia e um questionamento sobre tomarmos café agora e o que deveriam trazer. Eu planejava tomar café no restaurante perto da piscina principal do hotel, mas como San ainda está dormindo — abraçadinho com o travesseiro, aliás —, eu faço o pedido do que iremos querer como serviço de quarto mesmo, daqui a quarenta minutos. E assim que o moço retira-se, eu dou uma cutucada na bunda de San para ele acordar. Não funciona.

— San — lhe chamo, deslizando meu corpo na cama. — San, peste.

Ele não move um músculo. Sinceramente, esse menino parece que morre quando dorme. Eu sempre fico assustado.

— Sannie — jogo meu corpo no seu. — Acorda, senão vou te trocar por um velho rico na beira da morte.

— Me deixa dormir mais um pouco — ele finalmente resmunga algo, porém move-se para um lado e me deixa cair para o outro.

— Não mesmo — respondo, arrancando o cobertor dele. — Já vi uns três velhos ricos só em olhar para fora... Só preciso jogar meu charme e já já meu nome aparece no testamento de um deles.

— Nossa, como você é insuportável, Jung — agora abre os olhos, espreguiçando-se na cama. Ele toca a minha barriga, depois afasta por estar meio úmida. — Credo, isso é suor?

— Eu estava me exercitando — explico. — Levanta logo, podemos tomar banho juntos. Se você quiser, claro.

— É, pode ser — ele senta-se na cama.

Enquanto San está na enrolação dele para se levantar e ir ao banheiro, eu vou primeiro na ducha. Quando aparece-me, está com um sabonete de mel e alecrim e disse que comprou ontem numa vendinha, quando fui ao banheiro. E a realidade é que nos beijamos mais do que tomamos banho. É só eu desligar o chuveiro que San me puxa pela cintura e me dá um beijão. Como ultimamente ando boiola, não consigo resistir e caio de cabeça nesses contatos.

O café chega quando estou de saída do banheiro. Enrolado num roupão, eu agradeço e digo que iremos comer na área externa da nossa suíte, de cara para o mar e o horizonte livre e distante. Melhor sensação é olhar um horizonte sem a droga de um prédio cobrindo a visão. Melhor sensação é San comendo sem eu precisar mandar. Melhor sensação é a pequena massagem que ele faz na minha perna enquanto comemos. Acho que sua aleatoriedade espalha-se como vírus.

Ambos passamos metade da manhã na piscina relaxando. No entanto, antes do meio-dia, saímos para passear pela cidade e comprar algumas coisas. Assim que voltamos, vestimo-nos para a praia e passamos numa vendinha antes de irmos à Red Beach. Eu ia comprar licor comum, mas a moça recomendou-me ouzo, uma bebida forte a base de anis. Essa benção tem quase 50% de concentração em álcool — informação conseguida por pura cortesia do Google, caso contrário nunca entenderia esses rótulos — e eu acho que vou cair duro no chão antes de terminar a garrafa. Por sorte, San topou beber comigo e acho que isso tem tudo para dar certo (o contrário também serve).

thé et fleursOnde histórias criam vida. Descubra agora