Os noticiários falavam apenas da mesma coisa. As produtoras não tinham um minuto de sossego graças aos casos polêmicos que ocorreram nos últimos dias por todo o mundo. O ocorrido foi o seguinte, as pessoas de classe alta, como celebridades e políticos, simplesmente haviam perdido suas cabeças e muitos foram presos em apenas um dia. Até mesmo aqueles que tinham uma aparência inocente, chocando muitos fãs com o que era dito a respeito dos mesmos nos programas de tv.
Greg Lestrade, em uma entrevista com muitos repórteres e representantes de grandes canais televisivos, parecia tão confuso como os presentes que gostariam de obter mais informações destes casos absurdos que assolavam o mundo e até mesmo a própria Inglaterra. O diretor inspetor, com suas palavras finais, logo deu fim as entrevistas enquanto se preparava para sair dali. Estava muito nervoso ao ponto de suar frio, pois ele não havia sido interrompido como sempre era nesses momentos. Ele não havia sido interrompido por ELE.
Enquanto isso, no apartamento 221B Baker Street, Sherlock estava sentado em sua poltrona de couro preta enquanto olhava para o nada provavelmente dentro de seu palácio mental e John preparava duas canecas de chá e escutava os falatórios sobre os casos que ocorreram repentinamente. Saiu da cozinha com as duas porcelanas que continham o líquido fumegante, deixando uma sobre a mesa de centro e começando a bebericar a outra parando apenas para começar a ler seu jornal matinal.
Por mais que as coisas pareciam muito confusas na mídia, no pequeno apartamento que ambos dividiam era possível perceber uma estranha paz entre eles. Viviam como viviam. Até que, por estar desatento, o menor dos dois se assusta ao receber uma mensagem assinado por uma sigla que conhecia muito bem. O representante do governo britânico queria falar com o mesmo, muito provável que seria sobre a catástrofe mundial que estava sendo fervorosamente discutida ao redor do planeta. Mesmo sabendo que seria inútil o ex-soldado falou alto que estava saindo e que não demoraria muito para voltar, tendo o silêncio como resposta. Riu para si mesmo enquanto se questionava quanto tentar falar com o maior sabendo que o mesmo estava perdido em seus pensamentos.
Assim que saiu viu um carro se aproximar e de lá sair dois homens de terno que o guiaram para dentro do veículo que levaria o Watson para o local que conhecia pela quantidade de vezes que o mesmo fora levado até lá por ordens da pessoa que havia mandado a mensagem mais cedo. Não demorou muito para eles chegarem aquele prédio governamental, onde John se movimentava com certa maestria por saber onde ficava a sala do homem com quem precisava falar.
Logo o ex-capitão da quinta divisão de fuzileiros de Northumber bateu levemente na madeira de ébano que dava para o escritório de Mycroft Holmes e logo recebeu um consentimento abafado enquanto abria a porta, dando de cara com o representante da Inglaterra que estava bem vestido, como sempre:
— Ola Sr.Watson, estava esperando por você. Aqui a pasta que quero entregar para Sherlock. - respondeu o homem bem vestido, entregando o objeto para o outro que estava sentado na poltrona de frente para sua mesa
— Ainda não entendo o motivo de vocês dois não deixarem de ser infantis e passarem a se entenderem melhor, principalmente quando vocês acabam precisando da ajuda um do outro.
— Bem, eu tento, mas me parece ser Sherlock quem não quer uma maior proximidade entre nós.
— ... vocês são terríveis. Bem, se você não se importar, já estou de saída.
— Certo Dr.Watson, espero nos vermos em breve. - dizia o outro, com seu típico sorriso irônico, recebendo um aceno de cabeça do loiro grisalho a sua frente que logo saiu do escritório
Assim que o mais velho tinha a certeza de que seu visitante estava fora de seu campo de visão, seu sorriso sumiu e deixou seu olhar sério profissional tomar conta de seu rosto. Logo digitou um número e levou o aparelho telefônico até seu ouvido, escutando a voz de sua secretária dizer que a reunião que o próprio Mycroft havia solicitado estava pronta e prestes a começar. O Holmes logo agradeceu pela confirmação e desligou o aparelho, levantando-se pomposo de sua cadeira e saindo para ir à sala na qual realizava suas reuniões. Lá, ao abrir a porta de vidro fosco, viu alguns governantes importantes sentados com um olhar apreensivo, teorizando o motivo
daquela reunião ter sido convocada.Caminhou calmamente pelo salão silencioso, fazendo com que seus passos ecoassem, até a cadeira que normalmente era reservado para o mesmo e lá se sentou, abrindo seu pequeno e típico sorriso que usava durante os momentos que precisava falar com os demais:
— Primeiramente agradeço por todos estarem presentes e peço desculpas por precisar tirar alguns de vocês de suas casas. Mas precisamos discutir algo muito importante.
— Por um acaso tem a ver com esses casos misteriosos que não param de ser ditos em todas as redes sociais?
— Exatamente. Precisamos dar um jeito nisso, caso contrario todas as prisões estarão lotadas, já que esses crimes que as celebridades "cometeram" ocorreram de um dia para outro. Além disso, precisamos pensar em uma maneira de agirmos sem causarmos um maior tumulto que já esta ocorrendo.
— O que o Sr. nos propõe então?
— . . . talvez precisemos contatar aquele setor. . .
— O famoso e misterioso Setor de Crimes Inabituais?!
— Esse mesmo! Assim teremos mais pessoas altamente capacitadas para nos entregarem informações e nos ajudarem a entender e até mesmo encerrar este problema de uma vez! - um dos políticos ali presentes dizia exasperado, rogando para que sua opinião fosse ouvida e concedida pelo Holmes
— Não vejo objeção alguma, podemos sim, nos utilizar deste setor internacional. - respondeu Mycroft, vendo uma expressão de alívio tomar o rosto do homem quem deu a sugestão - Pois bem! Alguém possui alguma outra ideia? Não? Decidido, contatarei a ONU e logo obterei acesso e contato com este setor. Dispensados.
O Holmes passou a observar todas aquelas pessoas saírem do local, deixando-o sozinho. Rapidamente tirou seu celular de dentro do bolso e foi até seus contatos, olhando relutante para um número que não havia contatado em anos. Respirou fundo e clicou no número, rapidamente levando o aparelho até seu ouvido, fazendo o mesmo ter de ouvir aquele som chato que demonstrava que a chamada estava sendo feita, até escutar uma voz conhecida e nostálgica, que o fez sorrir verdadeiramente, uma visão rara que quase ninguém teria acesso:
— Mycroft? Por que está me ligando nesse horário? Aconteceu algo?
— Sim. E aposto que já deve saber o motivo. Ou não me diga que passar tanto tempo longe afetou seu raciocínio?
— . . . Poderia dormir muito bem sem ter ouvido esse seu comentário estupido Mycroft. Sei que tem a ver com os noticiários, é óbvio dizer que tem algo muito estranho acontecendo!
— Por isso mesmo. Estou te intimando a voltar para Londres. . . irmãzinha.
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O Emblema
FanfictionEis enfim um grande mistério que paira o mundo. Embalagens com um símbolo vermelho misterioso surgem nas mãos de muitas pessoas, que acabam por cometerem terríveis atrocidades. Mycroft e Sherlock parecem perdidos neste caso, sendo obrigados a cham...