Capitulo 43

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Bom diaaaaa, alegrias!
Cheguei, chegando agora !!
Vamos ver quem vai acertar com o palpite ... preparem o coração que vem emoções por aí!

Xeruuuu 😘

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O amor de verdade é uma tragédia literária! Assim nos ensinou Romeu e Julieta, o final trágico que tiveram mostraram que nem sempre o amor é algo benigno. Principalmente quando esse "amor" se transforma em possessão! É ai onde o ele se torna uma arma capaz das piores atrocidades, é onde o ser humano ultrapassa todos os limites e justifica suas ações com uma simples frase "Eu fiz por amor" ... Não! Você não fez por "amor", a verdade é outra: você não aceita perder, não aceita ficar sozinho ou que aquela pessoa esteja melhor que você! Essa é a razão por trás de tudo, o amor vira possessão justamente porque o mais afetado não aceita que o outro seja feliz sem ele ou mais que do que ele. Esse sim, é o maior motivo por trás de tudo!

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Pov Juliana

Eu via aquilo tudo em câmera lenta.
Estava em choque e completamente alheia a realidade.
Eu não conseguia acreditar que aquilo realmente tinha acontecido ... não era possível.
A pouco tempo era EU quem estava na mira daquela arma, sendo ameaçada por ele, imaginando uma vida a qual não veria mais a minha Valentina e de repente tudo muda, estou com ela em meus braços e novamente aquela arma apontada, só que agora também para a minha menina e eu me via desesperada. Eu sabia que ele ia atirar, dava pra ver nos olhos dele a raiva e a mágoa nascida após as palavras certeiras de Valentina, elas a deixaram totalmente descontrolado. Foi nítido, Eva gritou, Sérgio gritou e mesmo assim ele não recuou. O gatilho foi apertado e me preparei para empurrar a minha Valentina, mas infelizmente, ela foi mais rápida do que eu. Me jogando para o lado com força, ficando totalmente exposta e eu a vi cair ao meu lado.

- Val – Gritei em desespero – Não!

Tentava me levantar, mais meu corpo não reagia. Vi quando Eva correu em nossa direção desesperada, ajoelhando ao lado da irmã.
Sérgio correu até Lucho tentando impedi-lo de sair, mas ele, também estava em choque. Acredito que a realidade do que ele acabara de fazer bateu em sua cara com força, a via se ajoelhado no chão largando a arma e caindo em um choro compulsivo. Fazendo com que todo meu estômago embrulhasse por dentro com nojo!

- Vale – Eva a chamava – Calma, vai ficar tudo bem – Sua voz estava embargada – Eu já chamei o socorro e você vai ficar bem – Se via que sua frase era mais pra lhe convencer, pra nos acalmar. Me levantei como pude e me aproximei da minha loira, estava com tanta dor, com tanto medo de perdê-la ... Tentava manter a calma, mas estava sendo impossível e ficou pior ainda quando meus olhos encontraram com os dela.

- Meu amor – Choro e me abaixo do seu lado a abraçando.

- Ca ... calma – Faz força para falar. Sua boca estava vermelha, saia muito sangue e isso a fazia sufocar. O tiro pegou certeiro em seu peito e eu já sabia o quão grave era!

- Por que fez isso? - Pergunto chorando – Não deveria ter me empurrado – Aliso seu rosto.

- E...eu não po...podia dei...xar vo...vo... - Toco em seu lábio a impedindo de continuar.

- Não se esforça, por favor – Peço.

Seus olhos estavam começando a querer fechar e isso me desesperou.

- Não fecha os olhos – Peço – Olha pra mim, não fecha – Imploro – Tenta se manter o mais acordada possível.

Eva nos observava quieta, apertava sua mão com força em sinal de raiva e ao olhá-la percebi que segurava o choro. Isso partiu meu coração, ela estava destruída e o medo que eu tinha também era visível em seus olhos.

- Eva – A chamo e ela apenas levanta a mão em minha direção pedindo um tempo, se afasta e vejo quando ela se aproxima do desgraçado do Lucho lhe dando um belo tapa na cara.

- Se algo acontecer a minha irmã – Segura sua camisa com força – Pode se considerar um homem morto.

Desviei meu olhar para a minha princesa e me desesperei quando vi seus olhos fechados.

- Val – A chamei e não obtive resposta – Valentina – Sacudo com cuidado seu corpo – Meu amor, por favor – As lágrimas já caiam livremente por meu rosto – Val – Gritava.

Entrei em desespero.
Gritava e chamava seu nome.

Mas para aumentar a minha dor, eu não tinha resposta.
Fiquei tão envolvida que não vi quando a Polícia e a ambulância chegaram, só me dei conta quando sentir braços me afastando da minha menina. Eu fazia força, não queria deixá-la, mas cada vez mais me afastavam.

- Juliana

Ouço a voz de Sérgio e percebo que ele era quem me segurava, fazendo com que uma raiva se apoderasse de mim.

- Me solta – Grito e faço força para me soltar – Isso também é culpa sua – Grito, descarregando a raiva e o medo insano que eu estava de perdê-la.

- Calma – Ele pede – Você não vai ajudar ela desse jeito.

- Ah – Acabo rindo – Eu ... - Já estava pronta para dizer umas verdades bem merecidas quando Eva me interrompe.

- Não vale a pena – Diz – Vem, a Vale tá sendo levada para o Médica Sur e precisamos estar com ela.

Sem pensar duas vezes seguir com ela, mas, antes que pudéssemos entrar no carro Montilla nos impede.

- Sem que querem estar ao lado dela, mas vou precisar do depoimento de vocês – Fala.

Eva revira os olhos impaciente e eu ... simplesmente não consigo me controlar.

- Eu vou sair daqui e vou ficar com a minha namorada – Aviso – Já passei um inferno na mão dele, não vou reviver tudo lhe contando o que ele fez ou deixou de fazer – Digo – Eu quero e vou ficar com a Valentina, depois se você quiser conversar pra poder fazer o seu trabalho ... - Sou interrompida.

- Pode deixar que eu lhe acompanho, senhor – Sérgio se intromete e o inspetor o olha estranhando e eu meio que olho surpresa pela atitude – Eu ... eu também fiz parte disso – Abaixa a cabeça.

- O senhor vai ter que nos acompanhar então – Se pronuncia – E vocês – Se volta para nós duas – De qualquer forma precisarei recolher seus depoimentos.

- Depois que minha irmã estiver bem, a gente mesmo o procura – Eva garantiu e ele, por fim, concordou nos liberando, entramos no carro e Eva partiu logo em seguida.

- Você realmente está bem? - Me pergunta depois de um período de silêncio.

Suspiro pesadamente.

- Aham - Confirmei - Fisicamente sim - Desvio o olhar quando sinto meus olhos marejarem - Mas emocionalmente estou destruída - Confesso.

- Não pode deixar isso te abalar - Fala e eu levanto minha cabeça para olhá-la - A Valentina precisa da gente fique firme e ... - A interrompo.

- Não tem como - Digo -  Eu estou desesperada,  a imagem dela cheia de sangue e desacordada não sai a minha cabeça - Levo a mão ao rosto - Eu estou com medo de perdê-la.

Eu já não conseguia me conter.
Deixei por fim, o choro sair e o desespero ganhar vida. Minhas mãos e roupas estavam machados do sangue da minha menina, da minha Valentina o que deixava ainda mais aquela lembrança e angústia mais viva.

- Juliana - Eva toca em minha perna - A Vale vai ficar bem - Tenta falar firme mais percebo a falha em sua voz - Ela é forte!

Eu apenas gesticulei, concordando.
Não tinha muito o que ser dito, eu realmente queria ter essa confiança que tudo ficaria bem, mas, eu não tinha. Eu já perdi tanto na vida que era difícil acreditar que dessa vez as coisas seriam diferente.

Aí Valentina, se você soubesse o quanto de verdade eu te amo, do quanto sou louca por você. Eu me arrependo amargamente por não ter te ouvido, por não ter ficado contigo quando você me disse que não estava de acordo com a minha ida para aquele lugar. Como eu me arrependo de não ter te protegido e ter entrado na sua frente ... era pra seu, não você! Por favor, meu amor ... NÃO ME DEIXA!

Continua ....

Valiente - Juliantina Onde histórias criam vida. Descubra agora