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[Carolina]

Acordei, devido ao barulho irritante da chuva a chocar contra o vidro da janela do meu quarto. Era raro chover no Algarve, o que me deixava feliz, mas como estávamos a meio do Inverno isto para mim já era habitual. Destapei-me dos cobertores e levantei-me da minha confortável e quente cama.

Esfreguei os olhos e olhei-me ao espelho - tinha o cabelo desgrenhado e umas olheiras gigantes. Bufei. Porque é que não posso ser como aquelas miúdas que acordam rejuvenescentes?

Abri a porta do meu quarto, que ficava no piso de cima da casa, juntamente com os outros dois quartos e uma casa de banho. Hoje era quinta-feira, o que significava que começava as aulas às dez horas em ponto.

Desci as escadas, atraída pelo magnífico cheiro que vinha da cozinha. Quando cheguei à divisão, deparei-me com a minha mãe, Filipa e com o meu irmão de dez anos, Francisco.

"Bom dia, pessoas." - disse, enquanto me sentava à mesa, bocejando de seguida.

"Bom dia!!" - gritou o meu irmão, de boca cheia.

"Ew! Que nojo!" - comentei, expressando uma atitude de repulsa.

O meu irmão às vezes pode ser muito, mas MUITO nojento.

A minha mãe beijou-me o topo da cabeça, murmurando um 'bom dia' quase inaudível.

"Mãe, está tudo bem?" - perguntei. Ela costumava ser mais enérgica, mais alegre!

"Huh... Sim..." - respondeu, dirigindo o seu olhar para o cesto do pão.

Dei de ombros e fiz uma nota mental:
Não esquecer de falar com a mãe.

"Carol, Francisco, hoje preciso de falar convosco. É uma coisa importante." - pediu a minha mãe. Eu e o Francisco olhámos um para o outro, desconfiados e continuámos a comer. Atirei o meu mini croissant para a boca e bebi o resto do sumo de laranja.

Olhei para o relógio pendurado na parede da cozinha - eram nove e vinte e um.

"Bem, vou vestir-me." - informei, enquanto me levantava.

Caminhei, arrastando os meus pés até às escadas, subindo-as de seguida.

Abri a porta do meu quarto, escolhi a minha roupa [ver imagem] e fui para a casa de banho fazer a minha higiene pessoal. Depois de estar pronta, peguei no meu telemóvel e desci até à cozinha.

Enquanto me despedia da minha mãe e irmão, alguém bateu à porta.

"Deve ser a Bea." - dissemos, em coro.

Antes que eu pudesse abrir a porta, a Bea já tinha entrado por ali a dentro.

"Que tal, gente doida?" - disse, com a sua descontração regular. A Bea era uma das minhas amigas mais próximas, e vivia na casa ao lado. Ela tem uma vida difícil - vive só com o pai e a irmã mais velha, pois os seus pais divorciaram-se quando ela tinha dois anos. Passou por muito e foi obrigada a crescer mais cedo. O seu pai raramente está em casa e a irmã tem de os sustentar, mas ela é forte, e finge que isso não a afeta. Também é bastante teimosa.

"Bea!" - gritei, abraçando-a. Ela ajeitou o seu cabelo castanho e sorriu. Ela tinha os olhos verdes claros, lindos.

"Bom dia, Beatriz." - cumprimentou a minha mãe. - "Queres tomar o pequeno-almoço?"

"Claro, porque não?" - assentiu, dando de ombros. Sentámo-nos de novo à mesa e ela começou a comer.

Gostava imenso de ter a sua personalidade. Era tão descontraída, tão desinibida, determinada, raramente estava nervosa e era uma rapariga linda. O meu telemóvel vibrou, alertando-me que tinha recebido uma nova mensagem.

Pretty Love [h.s]Onde histórias criam vida. Descubra agora