Pretty Love [h.s]

três

I had a dream so big and loud
I jumped so high I touched the clouds
Oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh
(Oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh)
I stretched my hands out to the sky
We danced with monsters through the night
Oh, oh, oh , oh, oh, oh, oh
(Oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh)
I'm never gonna look back
Woah, I'm never gonna give it up
Noo, please, don't wake me now
(One, two, three, four)
This is gonna be the best day of my li-ife

Best Day Of My Life - American Authors

"E quando é que tencionavas contar-nos?" - pergunta Mariana, tão incrédula quanto eu.

A Bea acabou de nos contar que tinha uma espécie de admirador secreto. Ultimamente, tinham-lhe colocado vários bilhetes de amor no cacifo, com a assinatura de -A.

"Não fazes ideia de quem é?" - questiono, olhando para um dos bilhetes.

Ela nega com a cabeça.

"Oh meu Deus! Isto é tal e qual como nos filmes de romance! Depois, tu apanha-lo a colocar um dos bilhetes no teu cacifo, os vossos olhares cruzam-se e, BAM! Amor instantâneo! Depois, casam-se, têm cinco filhos, mudam-se para o Havai, compram uma vivenda ao pé da praia e envelhecem juntos!" - a Mariana exclama, com os olhos a brilhar e as mãos juntas. Já vos tinha contado que ela é uma sonhadora romântica? Não? Pois, bem, agora ficam a saber.

A Bea posiciona as mãos na cintura e diz, irónica:

"A sério? E quando é que pensavas contar-me o resto da minha vida?"

Eu gargalho um pouco com as suas reações e pego no pequeno bilhete, lendo-o em voz alta:

"A realidade é que não te amo com os meus olhos, que descobrem em ti mil falhas. Mas com o meu coração, que amam o que eles desprezam e apesar do que vê, adora apaixonar-se." - páro um pouco para pensar, e de seguida, digo: " 'Pera aí. Isto é Shakespeare."

"Quê?" - perguntam, confusas.

"Shakespeare. William Shakespeare? Um dos maiores poetas do mundo?" - explico, tentando captar as suas atenções.

Elas dão de ombros e eu reviro os olhos. Entrego o papel de volta à Bea, que o dobra e guarda na mochila. Olho para o meu relógio e informo-as que já só faltam cinco minutos para tocar.

Iríamos ter a primeira aula do dia - educação física. Argh. Não é que eu não goste, mas só não percebo qual é necessidade toda de suarmos até à morte. Talvez só pense isto porque não sou lá muito boa a esta disciplina, ao contrário da Bea e da Mariana, especialmente da Mariana. Bolas, aquela rapariga tem energia para alimentar mais de cem casas. Literalmente. Está sempre aos pulos, nunca a vi cansada! Além do mais, ela pratica imensos desportos: natação, basquetebol, andebol e badminton. Mas bem, estou só a divagar.

Começámos a andar até ao lugar onde iríamos ter a aula, o ginásio. Pousámos os nossos bens, trocámos para a roupa de física e sentámo-nos num banco que havia lá perto, enquanto esperávamos pelo professor. Pouco tempo depois, vimos três colegas nossas a falarem umas com as outras.

"Hey meninas! Já sabem que a escola vai organizar um baile do dia de S. Valentim?" - pergunta uma delas, Sofia, penso eu.

"Já, mas a escola vai mesmo avante com isso?" - questiono.

"Pelos vistos sim! Vi vários professores a colar cartazes alusivos ao dia dos namorados nas paredes da escola."

Olhámos umas para as outras e Mariana pergunta:

"Vocês já têm par?"

"Não. Ainda não! E vocês?"

Negámos e ouvimos uma voz masculina.