A noite parecia ser repleta de azar. O céu nublado tapava a visão de qualquer um que tentasse ver as estrelas. Tudo mudou tão de repente que fica difícil de explicar. O dia estava sendo perfeito, tudo fluindo para algumas conquistas diárias, mas, ao ficar sozinho, pensamentos estranhos começaram a vir à tona. A rua Raposo Lopes era calma, quase não passava carros por ela, e suas casas quadradas e simples davam um arzinho de aconchego. O único motivo para pessoas estranhas frequentarem a rua era a lanchonete SpeedDog. Ela era muito bem falada, elogiado por quase todos da cidade, embora haja outras lanchonetes mais chiques e outras mais famosas. Era seis e vinte e dois quando Leonardo fora acordado por sua tia Nicoly, uma transexual solteira e trabalhadora que largou os estudos quando era mais jovem para ajudar dentro de casa. O barulho da chuva impedia que sua voz fosse ouvida, então, ela chamou-lhe o nome algumas vezes até que o garoto despertasse. A escola era longe. O caminho por ela era cansativo. Leonardo não queria andar, e muito menos na chuva. Pegou seu celular na escrivaninha de seu quarto, desconectou-o do carregador e entrou no aplicativo que mais usou recentemente. UBER. Pediu um Uber, correu para se arrumar, e não demorou muito para escutar a buzina em frente a sua casa. Pegou a mochila e respirou fundo. -Tomara que esse seja gatinho! Tomara que esse seja gatinho. -Repetiu ele várias vezes antes de abrir a porta. Abriu a porta , e os pelos ruivos no braço que estava no volante chamou-lhe a atenção. Sentou-se no banco, e fixou o retrovisor. Não demorou muito para sorrir, pois, pela primeira vez, um gatinho o levaria para a escola. BOA LEITURA! PLÁGIO É CRIME!