Sabem aqueles momentos em que tudo está bem e no segundo seguinte tudo desmorona? Pois eu sei bem de qual é a sensação. Estou a passar por esse momento agora. Num minuto tudo estava bem e a seguir temos que mudar a nossa vida para que as más lembranças desaparecem. Neste momento estou a caminho de Londres, para que apenas as boas lembranças fiquem na memória. Ficar naquela casa em Lisboa, não era saudável, pois apenas pensávamos naquele acidente em que levou uma parte de mim. Uma parte de mim morreu naquele dia. Uma parte de mim morreu com o meu pai. A dor que sinto é completamente arrasadora e inexplicável. Já fez duas semanas desde aquele dia, e aquela imagem não sai da minha cabeça. Por mais que eu queira não consigo apagá-la da minha memória. Apenas quero lembrar os bons momentos, as palavras de carinho, os abraços que reconfortavam qualquer pessoa. Mas por mais que eu lute, aquela imagem aprece sempre lá. Sinto uma dor no peito quando me apercebo de que nunca mais vamos estar os quatros juntos. O meu peito aperta quando me lembro de uma família feliz a passear no parque e agora esses momentos não voltam nunca mais. O meu peito aperta tanto, que por vezes não consigo respirar, ao saber que nunca mais vamos ser uma família. Apenas quero que eu, o meu irmão e a minha mãe consigamos seguir em frente lembrando sempre dos bons momentos em que passamos juntos, como uma família feliz.