"Larissa sentia-se como uma borboleta em processo de metamorfose — da eclosão do ovo que libera a larva, fechando-se num casulo, rompendo-o, enfim, para alcançar a plena liberdade.
Felipe se aproximou ainda mais. Ela estava imóvel, sem saber o que dizer. Compreendia, porém, que não podia se deixar envolver pela atmosfera passional criada pela música de Beethoven. Tinham que parar por ali, com aquela loucura.
Ele a abraçou. Os pensamentos dela perderam-se num emaranhado de sensações difusas. Os lábios se encontraram com força e avidez e os corações batiam fortes, descompassados. Naquele momento, o mundo parecia não mais existir. Era como se fossem apenas os dois, nada mais.
Felipe soltou-se. Começou a acariciar o corpo dela. Larissa estava totalmente entregue e apenas queria sentir, as mãos atrevidas deslizando por seu corpo, como se ele então dedilhasse um noturno de Chopin.
— Lipe, me ame.
Era um pedido insensato, ela sabia disso. Mas queria que o bom senso se danasse. A vida toda seguindo ordens, seria agora insubordinada. Queria apenas sentir. E sentir de verdade. Sem saber o porquê, o trecho de uma música romântica de Roberto Carlos lhe passou pela mente: "Nesse encontro perfeito, entre o seu e o meu peito, nossa roupa não dá."
E realmente não deu. Felipe praticamente lhe rasgava a roupa, estourando-lhe os "botões da blusa", arrebentando o fecho do sutiã, como se não houvesse tempo para os dois. Carregou-a para o quarto e colocou-a na cama, despindo-se, enquanto Larissa tirava a bermuda. Ele então puxou-lhe a roupa íntima, não havia tempo para preliminares, o tesão urgia. Larissa gemia de prazer, enquanto Felipe, num gostoso vaivém, beijava-lhe a boca, o nariz, os olhos, como se quisesse engolir aquele delicioso rosto.
Amaram-se, enfim, mas era uma paixão sufocada durante anos, explodindo qual bomba atômica, e também o início de um problema que talvez os dois não suportassem enfrentar."
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