Querida Lily, há alguns desvaneios que desejo compartilhar, e como você é a melhor escritora e companhia para esses momentos que conheço, recorri a você.
Já pensou que quando amamos alguém, nos perdemos em um labirinto entre a juventude e o tempo já concedido? Nesse turbilhão de sentimentos, saltamos quando recebemos respostas para uma mensagem que poderia ser considerada "arriscada", com a mesma euforia que sentimos quando crianças ao receber seu primeiro brinquedo, e nossos corações se enchem de uma esperança renovada.
Nossos olhinhos se enchem de um brilho transcendente quando escutamos o tom de voz da pessoa que tem nossa versão apaixonada, como se o som da sua voz fosse capaz de reviver a essência da nossa alma. E, paradoxalmente, também agimos como adultos protetores quando o tal alguém precisa de um conselho, ou usamos nossas garras e dentes para protegê-lo de tudo aquilo que consideramos ameaça, num instinto primitivo de preservação que nos faz sentir vivos.
Acredito que amar seja transitar entre a diversidade do tempo, diminuindo e crescendo, num ciclo eterno de entrega e renascimento, onde cada momento é um presente precioso que nos faz sentir mais humanos.
Para alguns, pode parecer uma tolice, uma ilusão, assim como quando criança imaginavamos a cor de nossas caudas de sereia ou batalhas épicas com a nossa melhor espada contra um indomável dragão. Mas para aqueles que já experimentaram esse sentimento, sabem que é uma verdade visceral, que perpassa a razão e se instala no coração calmamente e sem aviso prévio. E isso foi algo que surgiu aleatoriamente em minha cachola às duas da tarde enquanto terminava de ler um livro muito bom, não faço ideia se faz algum sentido, apenas tentei colocar em parágrafos algo que pensei.