Na 8ª série fiz um texto sobre uma vaca que podia voar e foi a última coisa legal que escrevi por um bom tempo. No colegial passei a escrever dissertações, a coisa mais chata desde a invenção das briófitas. Na faculdade, eram textos técnicos e artigos científicos. No trabalho, e-mails.
Corta para 2020: Um morcego fanfarrão resolve ir à feira e o mundo está em quarentena. Não sei se foi o tédio ou a idade, mas umas ideias malucas começaram a surgir na minha cabeça. Como eu não tinha nada melhor para fazer com elas, resolvi escrevê-las. Tentei uma, duas, três histórias. Todas começavam, mas não passavam do capítulo 1. Decidi começar do começo: um e-mail. Mentira. Um texto curto com começo, meio e fim. A isso chamamos de conto.
Então escrevi o tal conto sobre uma tartaruga voadora e um cara num balão. Tomei coragem, publiquei no Wattpad e mostrei para algumas pessoas. Elas gostaram. Eu gostei.
Passei a escrever mais e minha esposa perguntou por que eu escrevia. Sei lá. Mas pensei no assunto e cheguei a dois motivos. Para tornar minhas ideias reais. E para fazer as pessoas sentirem alguma coisa.
Estranho.
Não sou escritor nato, desses que tem 2 livros publicados antes dos 15. Os anos sem prática cobraram o preço. E apesar da minha falta de tato com as palavras, eu escrevo. Então sou escritor. E como escritor, quero ser lido. Por isso, se você chegou até aqui e ainda quer saber sobre mim, escolha um conto e leia!
Algumas coisas vão te agradar. Outras não. Talvez você não goste de nada, mas isso não importa. O importante é que as ideias são reais, estão vivas nos textos. Não quero que você goste, quero que você sinta. Surpresa, medo, raiva, dor. Não importa se você ama ou odeia um personagem, desde que queira saber o que ele tem a contar. Quero que as palavras façam você sentir alguma coisa. Qualquer coisa. 
E se isso acontecer, a escrita terá valido a pena. Terá significado. E você vai saber mais sobre mim do que essa modesta descrição pode revelar.