Capítulo 2

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-ooOoo-

Dezembro 2014

Meu corpo estava doendo, eu sentia cada músculo do meu corpo se contraindo. Estava deitado em um chão frio e não conseguia me levantar, então fiquei mais um tempo deitado. Depois de muito esforço eu consegui me sentar, minha cabeça parecia que ia explodir e minha visão ainda estava turva.

Eu senti alguma coisa presa no meu pé, era uma corrente e eu não consegui me soltar de maneira nenhuma.

– Não adianta, essas correntes são de aço – disse o homem no escuro.

Ele estava encostado na parede e eu apenas conseguia ver sua silhueta, ele foi se aproximando de mim lentamente e chegou na luz e eu vi que era o Alberto Augustin. Ele ainda estava com a sua roupa social, mas agora a sua camisa estava com as mangas levantadas e os botões estavam abertos revelando os pelos do seu peito. Seus olhos azuis eram assustador e seu rosto era nem jovem. Sua cabeça era raspada e seu rosto tinha uma barba com alguns pelos grisalhos.

– Quem mandou você? – ele perguntou se agachando e ficando na minha frente. – Eu não vou perguntar novamente.

Ele tirou do bolso de trás da calça uma arma de choque.

– Seria uma pena ver esse corpinho lindo seu levando uma descarga elétrica.

– Foi o Jorge...

– Quem? – ele perguntou sem saber quem era Jorge.

– Jorge Bulgario.

– Jorginho? – ele se levantou e ficou passando a mão no rosto. – Porque ele queria me matar? RESPONDE!

– Ele disse que você o roubou.

– Explica direito porra.

– Ele me disse que você roubou dinheiro dele quando eram mais novos e por isso você tem essa fortuna e essa casa. E me disse também que você roubou uma coisa valiosa que era da vó dele.

– O que? – Ele perguntou sem saber o que era.

- Um diamante.

Ele arregalou os olhos e eu jurei que vi uma veia crescendo na sua testa, ele chegou perto de mim e me deu um soco na cara, depois pegou a sua arma de choque e saiu da pequena sala.

Um homem negro, alto e forte entrou na pequena cela e ficou me olhando com cara de nojo. Chegou perto de mim e me jogou uma garrafa de água e um pedaço de pão e me disse:

– Aproveita, porque é o que você vai ter daqui pra frente.

– Vocês vão me prender aqui?

– Prefere ser morto?

Eu neguei com a cabeça e ele disse:

– Foi o que pensei.

Eu não estava nem com animo para comer. Meu rosto estava doendo e minha boca com um gosto de sangue por causa do soco que ele tinha me dado. Fiquei pensando no que aconteceria comigo.

Encostei-me a e na parede e fiquei pensando na minha vida. Como fui burro de ter saído de casa para morar com o Bruno. Como fui burro por ter confiado naquele cara que só sabia beber e se drogar. E como fui burro por ter aceitado matar um homem que eu nem conheço.

Eu fechei meus olhos e acabei pegando no sono, mas fui acordado logo em seguida por um balde de água gelada.

- Acorda donzela, isso aqui não é spa não - disse um cara loiro dando risada.

- Ezequiel vai logo com isso. O Augustin quer ver o moleque - disse o homem que eu tinha visto no meu quarto horas antes.

Eles me pegaram pelo braço e me tiraram da cela, eu estava praticamente sendo arrastado e os dois não estavam nem ligando. Entramos no escritório do homem e vi que ele estava sentado em uma cadeira que parecia mais um trono, ele me olhava com superioridade como se fosse melhor que eu. Tinha uma mulher ao seu lado, ela estava usando um terno feminino e seu cabelos pretos estavam presos em um rabo de cavalo, seus olhos azuis eram penetrantes como se estivesse preparada para me atacar a qualquer momento.

O Contrato (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora