Ciúmes

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O sol insistia em avançar sobre a pequena abertura que tinha na janela do enorme quarto. Gizelly piscou lentamente tentando se acostumar a claridade que hora ou outra atingia seus olhos. Lá fora o dia estava ensolarado, as ondas do mar iam e vinham, convidativas. Lentamente os olhos castanhos de Gizelly foram se abrindo e procurando se acostumar com a clareza. Do seu lado Marcela dormia tranquila, estava com o rosto virado para o lado oposto da janela ficando de frente para a morena. O corpo era coberto apenas por parte do lençol branco, desvendando metade da pele alva. Algumas tatuagens estavam a mostra sendo observadas pelos olhos curiosos da capixaba, uma vontade súbita de toca-lá tomou conta de sí e então lentamente tocou o rosto alvo começando das bochechas rosadas, desenhou o nariz com as pontas dos dedos e se assustou quando a loira se moveu com o toque. Parte do lençol que a cobria desceu um pouco deixando à mostra os seios levemente rosados. Gizelly ruborizou e os cobriu novamente, mas antes não poderia deixar de admira-los. Eles eram lindos, em um tamanho médio e parecia tão macios... Suspirou terminando de cobrir e olhou novamente a feição da loira. Percebeu que poderia passar o dia inteiro observado-a e assim seria se ela não tivesse despertado poucos minutos depois.

– Bom dia.. — disse manhosa demonstrando preguiça na voz doce.

– Bom dia bebê — a morena se aproximou deixando um beijo sobre a cabeleireira loira. Não sabia o motivo ainda, mas a necessidade do toque e do carinho a preenchia quando estava ao lado da médica.

– Faz muito tempo que acordou? — perguntou e levantou subitamente deixando o lençol cair sobre a cama.

– Não... estava olhando você dormir — observou o corpo bem feito a sua frente e salivou. A loira procurava algo em sua mala e logo encarou a morena novamente vestindo apenas um blusão enquanto retornava à cama

Marcela engatinhou sobre o colchão até ficar rente à morena que observava calada. Os olhos se encontraram e tudo em volta parecia parar sempre que isso acontecia, a conexão deles era algo inexplicável para ambas. Palavras não eram necessárias, a comunicação era feita apenas através do olhar.

– O que foi...? — Gi perguntou após não conseguir sustentar o olhar penetrante da loira.

– Você é tão linda — elogiou deixando a morena corada.

– E você me deixa sem jeito, eu hein — resmungou mas havia um sorriso terno nos lábios carnudos.

– E agora?... — o braço da loira cansou pela posição que estava, então se aconchegou em cima da morena deixando a cabeça sobre o seu peito.

– Agora essa é a parte que você levanta e faz um café bem reforçado para sua..— pausou sem saber que palavra dizer a seguir

– Para sua...? – questionou com uma das sobrancelha arqueada.

– Para a pessoa que você tirou todas as energias essa noite meu bem. — a mão da loira acariciou-lhe a coxa coberta pelo pano fino.

– Se soubesse o quanto sou um desastre na cozinha não me pediria isso.... — escondeu o rosto na curva do pescoço exposto. Gizelly gargalhou gostosamente.

– Eu não consigo passar pela manhã sem um copo de café — confessou sentindo a loira distribuir beijos sobre a pele de seu pescoço.

– Podemos providenciar isso na rua... nos armários não deve ter quase nada já que quase todo dia comemos fora.. — falava em meio aos beijos molhados, finalizou mordendo o ombro da morena.

– Quer ver minha cara o resto do dia doutora? — percebeu que estava perdida nas carícias da loira quando sentiu seu corpo vibrar apenas em vê-la se sentar sobre sua cintura.

Os Opostos Se AtraemOnde histórias criam vida. Descubra agora