#04

6.8K 1K 1.4K
                                    

Dedicado a wolfstarlxrry

5 meses depois

Os meses desse ano estavam passando voando, a escola estava tão cansativa que entrava mês e saía mês e Remus mal podia acompanhar, entretando, ele tinha os momentos do seu dia que o faziam espairecer um pouco e talvez fosse isso que estava o fazendo não surtar.

Nesses poucos meses, Remus conseguiu se adaptar mais ao novo país, podia-se dizer que até odiava menos aquele lugar, e isso era graças a Sirius, James e Lily, que o ajudaram nessa nova fase de sua vida. Desde que Remus foi obrigado a fazer aquele trabalho com Sirius e esse o convidou para se juntar ao seu grupo de amigos, eles se aproximaram bastante, ficavam juntos o tempo inteiro, dentro da sala, no intervalo e fora da escola. Os professores diziam que Remus havia chegado para botar juízo na cabeça dos outros três, afinal eles sempre foram desleixados com a escola, mas nesse ano Remus estava os fazendo se focarem mais, as notas até melhoraram, isso porque Remus sempre foi dedicado com seus estudos e dedicado em ajudar os amigos.

Os professores nunca mais fizeram aquilo de escolher quem seria a dupla de quem, mas agora ele fazia dupla com o Sirius por vontade própria, porque gostava. Gostava até demais.

Esse é outro tópico que andou atormentando a cabeça de Remus nos últimos meses, depois de dois meses de convivência com Sirius, ele percebeu que estava gostando demais daquilo, e depois de três meses de convivência, aceitou para si mesmo que estava apaixonado. Sua amiga, Marlene, era a única que sabia disso, ele não tivera coragem de compartilhar com mais ninguém, mas esse era um sentimento mais difícil de esconder a cada dia que se passava.

Sirius tinha a irritante mania de flertar por brincadeira, ele vivia fazendo isso com Remus, e esse não podia mais contar nos dedos quantas vezes essas brincadeiras o fizeram ter um gay panic, um surto interno, uma parada cardíaca. Uma coisa que Remus havia reparado era que geralmente essas brincadeiras só ocorriam com ele, mas ele não deu muita moral para esse detalhe, não queria se iludir com a mísera possibilidade de ser correspondido, pois sabia que isso não era real.

Remus se perguntava o porquê de ser tão azarado, se apaixonar não estava em seus planos, ainda mais por alguém que não gostasse dele de volta. Não nesse sentido. Ele tinha certeza.

No momento, Remus e Sirius estavam sentados no balanço de um parquinho para crianças, esperando James e Lily voltarem de seja lá onde eles se enfiaram.

— A Marlene vai mesmo vir pros Estados Unidos? — Sirius perguntou animado.

— Sim, mas daqui vários meses, no Natal. — Remus explicou. — Eu tenho tanta saudade dela.

— Imagino... Eu também sentiria saudade de vocês se eu fosse obrigado a me mudar, até do James e da Lily, mesmo que as vezes eu pareça odiar eles, na verdade eu amo eles.

— Claro, se não você não seria amigo deles até hoje depois de tantos anos. — Remus riu fraco.

— Apesar de eu ficar reclamando de eles deixarem nós dois de vela, é gratificante ver eles felizes como um casal depois de ver eles de enrolação para ficarem juntos.

— Eles enrolaram muito?

— Você precisava ver... Os dois se gostavam, mas ficavam enrolando porque achavam que estragaria a amizade se eles tentassem algo e não desse certo. Na época eu julguei eles, hoje eu entendo, entendo até demais.

— Entende, é?

— Sim, sabe, depois que você dá o primeiro passo não tem como voltar atrás, e se der merda, não tem como desfazer a merda. — Sirius olhou para Remus. — Mesmo você sabendo que a outra pessoa também gosta de você.

Remus assentiu com a cabeça.

— Sentimentos são complicados.

— São sim, Lupin. — Sirius se levantou. — Não quer comprar um sorvete enquanto aqueles dois se pegam em algum lugar?

— Eu quero. — Remus se levantou, se animando. — Vou pedir de...

— Chocomenta.

— Como você sabe?

— Porque é o que você sempre pede. Você deveria variar um pouco. — Sirius riu fraco.

— Por que você guarda esse tipo de informação inútil? — Remus riu.

— Também não sei, Remus Lupin.

Sirius passou o braço pelos ombros do amigo, fazendo o coração dele disparar por alguns segundos com a aproximação. O que Remus não sabia era que o coração de Sirius tinha a mesma reação todas as vezes que ele se aproximava demais.

— Você tem certeza que não quer ir ver filme na casa do Sirius com a gente? — Lily perguntou. — O falatório que você arruma no meio do filme vai fazer falta.

— Que mentira, vocês sempre me mandam calar a boca. — Remus riu. — Eu acumulei umas tarefas por causa de vocês e agora preciso fazer, então se querem a minha companhia da próxima, não me façam acumular mais tarefas.

— Você é tão chato, Remus. — James disse. — Sabia disso, né?

— Sim, James, eu sou chato. — Ele saiu do carro. — Mas tenho as melhores notas da sala. — Brincou.

— Exibido. — James disse.

— Tchau, Lupin. — Sirius se despediu, com um sorriso fraco no rosto.

— Tchau, Black. — Remus acenou e seguiu o caminho para dentro de sua casa, ouvindo o carro de James arrancar atrás de si e virar a esquina segundos depois.

Já mais tarde, quando a noite havia caído, Remus ouviu seu celular tocar, e o nome estampado ali era o de Marlene.

— Alô?

— Oi, meu amor. — Marlene disse do outro lado da linha. — Como foi seu dia?

— Foi bem, sai da escola e fui andar no Central Park com os meninos e a Lily, foi legal.

— Alguma novidade em relação ao Sirius e seu coraçãozinho apaixonado?

— Não, mesma coisa. — Remus se deitou em sua cama. — Não aguento mais, Marlene. Eu quero superar isso.

— Ou você deveria falar sobre isso com ele.

— Não. Não. Não. — Ele negou com a cabeça, mesmo sabendo que sua amiga não estava vendo seus gestos. — Hoje ele disse coisas estranhas sobre estragar a amizade com sentimentos, será que eu estou deixando muito na cara e ele estava me jogando indiretas?

— Acho que não. Você fica sempre criando essas teorias na sua cabeça, mas nunca pensa na possibilidade dele também gostar de você.

— Porque não existe essa possibilidade. — Remus suspirou. — Vou desligar a ligação, você está me irritando.

— Vai desligar e nem perguntar como foi o meu dia antes? Amigo desnaturado.

— Ok... Como foi seu dia, meu doce?

Então Marlene começou a tagarelar sobre como estavam andando as coisas na escola que Remus e ela estudavam, pois é lá que ela continua estudando, falou sobre sua vida amorosa atrapalhada e coisas sobre a relação de seus pais. Os dois também planejaram um pouco da viagem de fim de ano, mesmo sendo apenas daqui 5 meses, eles estavam empolgados demais para se verem novamente.

Após desligar a ligação, Remus voltou para as suas tarefas. Sua mãe não estava em casa, ela enrolava no trabalho e só aparecia em casa tarde da noite, era sempre assim e hoje não era diferente.

midnight | wolfstarOnde histórias criam vida. Descubra agora