Dezessete

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     Eu ser importante para alguém, eu nunca esperei que outra pessoa além dos meus pais pensassem assim, é uma sensação que incomoda o meu peito, uma sensação boa.
 
     Não sei porque estou feliz, acredito que isso era o que eu sempre sonhei, uma luz no fim do túnel depois que eu me fechei, ter alguém com quem eu possa contar, ele e Aki são isso para mim. Porém a sensação não é a mesma, essa minha sensação é um cuidado extremo com o único motivo de nunca mais ninguém o machucar, mas isso é impossível.

      Então sim, eu estou feliz por ser importante, e também afirmo que o Yuki é extremamente importante para mim, e como percebi isso? No exato momento que o vi sensível, Yuki me mostrou seus dois lados, um deles é o predador e o outro é só um cachorrinho que precisa de todo amor do mundo, e é isso que eu tentarei fazer todos os dias.

     Mas também estou relutante, pois talvez ele me prenda de novo e faça aquelas coisas sem sentido nenhum, é muita informação. Mas decido falar:

      - Você Também é importante para mim.

        Como resposta ganho um belo sorriso, um sorriso que aquece e palpita o coração de qualquer um, e comigo não foi diferente. Ficamos olhando um para o outro com olhares inquietos, mas parecia que o tempo estava parado, cada mínimo detalhe iria ficar em minha memória junto com esses arrepios que estão se instalando a minha coluna por causa desses olhares.

      Parece que tudo está envolto de dopamina e ocitocina e eu relativamente tenho medo do que vai acontecer, mas também me sinto totalmente relaxado, são dois opostos no qual eu não estou acostumado, e o motivo do meu medo é justamente por causa dos hormônios que parecem estar presente. Eles são um quarteto, cada um tem a sua função, mas basicamente são hormônios que em conjunto se produz uma felicidade extrema porém a ocitocina é o hormônio da aproximação, então eu realmente tenho medo de uma das alternativas que esses olhares podem trazer.

       Mas eu paro de olhar? Não, e isso é o que me deixa impressionado, o tamanho da minha coragem mesmo sabendo o que pode acontecer. Isso quer dizer também que eu quero?

       Meu corpo está em transe, não corresponde aos meus atos, está entorpecido, no momento que vejo Yuki sorrindo e molhando os lábios um arrepio se instala na minha coluna novamente e eu engulo seco, eu devo me afastar porém esses olhos me prendem. Malditos olhos castanhos, maldito sorriso. Ele se mantém sério, mas uma risada malandra sai a tona.

        E é nesse momentos que eu sei o quão ferrado eu estou, dou um sorriso nervoso e penso, como ele se acalmou tão facilmente e já está assim?

      Sorrio e faço um som como se fosse algo óbvio pois é ele. 
      
       O vejo engolir seco e puxar um pouco sua camisa como se estivesse se controlando, mas o que ele quer fazer que está se controlando?

      Eu excluo totalmente o meu pensamento sobre o cachorrinho, ele é algo incontrolável em qualquer sentimento que ele tenha, o seu olhar de agora me assusta um pouco, é extremamente penetrante que abala qualquer um e é exatamente por isso que solto um suspiro pesado.

      O vejo rir novamente, ele senta no sofá e coloca as mãos no meu rosto.

      - O que foi? - fala com o mesmo sorriso.

      Eu não posso falar o quanto ele mexe com as estruturas de qualquer pessoa ou sobre o quanto eu acho seus olhares penetrantes, seu sorriso bonito e encantador ou a sua risada um tanto malandra que me deixa nos nervos, eu não posso porque eu tenho certeza que ele vai sorrir de novo e ele não vai responder pelos seus atos, no qual eu posso ter uma ideia e se for isso eu não estou preparado.

       Graças aos Deuses que eu pesquisei tudo antes porque senão eu estaria tendo um surto maior do que eu estou tendo, e eu tenho que agradecer o Aki por me ajudar também, graças a ele pude entender várias coisas. Agora nesse momento eu lembro de alguma? Não, eu não lembro porém tenho que fazer isso.

       Respiro fundo e falo:

      - Não é nada.

       - Sério, porque parece que não temos um bom mentiroso - fala pegando em meu queixo e sorrindo.

       - Não tô mentindo - falo não olhando muito ele e balancando a cabeça.

       - Então fala olhando para mim.

        - Eu não to men... Eu não consigo.- digo me dando por vencido e olhando triste para baixo.

        Ele dá uma risada gostosa, solta o meu queixo e fala:

        - Então me conta a verdade - nessa hora eu já estava olhando atento.

     - É, qualquer um entra em um estado confuso quando olha pra você e vê seus olhos penetrantes, seu sorriso que deixa qualquer um arrepiado e você não é bonzinho igual um cachorrinho você é tipo um predador. - falo baixo e em seguida tampo os olhos, mas afasto os dedos para ver sua reação.

       Ele está em choque me olhando com um sorriso malandro, logo ele tira as mãos dos meus olhos e nessa hora eu penso:

       Ferrou.

        Em questão de segundos ele sorri, me puxa pelo pescoço e nossos lábios se tocam.

Autora PANIC
Leitores PANIC

Espero que tenham gostado.
      

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