Dezoito

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      Nossos lábios se tocam, e o beijo começa de uma forma lenta e gostosa. Honestamente eu não sei muito o que fazer, melhor dizendo eu não sei o que fazer, então apenas faço as mesmas coisas que ele.

      Com a sua mão na minha mandíbula distribuindo carinhos assim como eu repetindo o seu ato, sua língua pedindo passagem e eu cedendo, seus lábios carnudos e macios, nossos movimentos lentos e sincronizados, tudo perfeito até que nos separamos finalizando o beijo recebendo um bela puxada nos lábios.

         O meu estado? Estava vermelho, provavelmente com a boca rosada e recuperando todo ar que me faltava.

         - Desculpa, não devia ter feito isso - diz Yuki com uma cara indecifrável se levantando e saindo.

        O que eu faço? Como eu olho para ele agora? Alguém me ajuda, tenta colocar em palavras as sensações que eu estou tendo. Posso dizer que acho que queria isso de novo? Espera o que eu to falando?

         Ok, vou ser sincero, foi a melhor sensação que eu já senti, o meu corpo inteiro ficou relaxado quase me entregando mesmo tomando um susto . Porque eu não quis me soltar dele? Eu acho que era porque eu estava com vontade disso só descobri agora que já tinha feito, ou melhor fizeram por mim. Me arrependo? Acredito que não. Além de relaxado foi algo doce e delicado, sem nenhuma malícia porém que deixa arrepiado como se ele estivesse demonstrando tudo o que sentia em um só beijo, não foi como as ações dele antes disso, foi realmente gostoso e prazeroso.

       Fico pensando nisso um bom tempo, mas decido ir embora não vai adiantar de nada eu ficar aqui e só irá incomodar ele, ainda mais depois disso. Me levanto, arrumo as coisas e me direciono a saída para calçar meus sapatos, abro a porta e a claridade me invade, a bela paisagem de algumas árvores frutíferas balançando enquanto vou caminhando para abrir o portão. Abro o mesmo e olho para o lado e lá está ele com o cabelo bagunçado, sua roupa "desleixada" que o deixa mais bonito parado olhando para o nada absoluto, deve estar muito concentrado. Penso em deixa-lo refletir um pouco mais porém alguma coisa não me permite então caminho em sua direção.

         - Oi - digo entrando na sua frente e balançando a minha mão.

         - Oi - diz dando um sorriso de canto meio envergonhado.

          E com isso eu me lembro do que aconteceu, obviamente fiquei com vergonha, totalmente vermelho com isso abaixei minha cabeça.

         - Ei, não precisa fazer assim, se bem que eu te entendo - diz chamando a minha atenção e assim vejo ele coçando a nuca.

       - Hm... Me entende? - falo olhando nos seus olhos.

      - Sim, eu te entendo, você me deixa envergonhado, feliz, com medo e todas as outras sensações que podem existir.

       - Eu sou capaz de tudo isso?

        - Sim, você é - sorri de leve.

        Tem algo de errado acontecendo eu simplesmente quero lhe retribuir o sorriso, eu geralmente não faço isso, mas eu também nunca corri atrás de alguém como eu fiz hoje, então ok.
Tudo tem a sua primeira vez.

         - Então eu vim falar que estou indo embora - falo olhando para o chão.

         - Mas já - diz chamando minha atenção e me olhando todo choroso.

           - Sim, e antes de ir deixa eu arrumar um negócio - falo me aproximando.

          Tento arrumar seus cabelos, mas não tem solução, faço o melhor possível e nisso reparo que ele está me olhando de novo, com aquele olhar fixo que parece que penetra a alma e está lendo todos os nossos pensamentos, sentindo todos os nossos desejos, nos atiçando, é isso.
         Eu paro de mexer nos seus cabelos e desço a minha mão, e em um movimento rápido ele coloca os meus braços atrás do seu pescoço, e me puxa ainda mais para si. Nos unindo de uma vez só sem rodeios me proporcionando mais uma vez aquela maravilhosa sensação. 

Meu Hiroshi Onde histórias criam vida. Descubra agora