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Pela primeira vez em toda a sua vida, a pequena Esther tinha uma casa toda decorada com luzes coloridas e uma árvore de natal grandona cheia de enfeites e pisca-piscas, que ela tinha ajudado o papaizinho e a mamãe Princesa Zoé Branca de Neve a decorar. Sua casa estava linda como aquelas dos filmes e não tinha como o Papai Noel se esquecer de levar seu presente de natal, afinal, Esther tinha se comportado bem e era uma garota boazinha, até ajudava sua mamãe a cuidar dos bebezinhos dentro da barriguinha dela.
— Está tudo tão bonitinho. — Suspirou abraçada ao seu inseparável amigo Fofinho. Os olhinhos esverdeados tão brilhantes quanto às dezenas de cascatas de leds espalhadas pela sala. — Daqui anoitão o Papai Noel vai tlazer nossos presentes. Eu pedi casaquinhos pra ploteger você, a Himione Guenge e o Jerezinho do frio.
Tinha pedido ao Papai Noel para levar presentes para toda a sua família e esperava que o bom velhinho de roupas vermelhas e barba branca não esquecesse, senão, ela ficaria um pouquinho triste. Não toda triste, pois, sua mamãe já tinha explicado que o Papai Noel naquele ano andava muito ocupado atendendo aos milhares de pedidos das crianças de todo o mundo.
— Deve ser por isso que a gente não ganhava presente e nem tinha natal lá na casa da Cindy Mel. — Sussurrou baixinho, pensativa. Com as pontas dos dedos tocou em um dos galhos da árvore e abriu um grande sorriso. — Tô tão feliz que o coração tá quentinho de amor.
— Oi, meu amor!
Esther gargalhou quando o pai a tirou do chão e a colocou sentada sobre os ombros, segurando-a firme pelas pernas. Era tão legal enxergar as coisas lá do alto. Tudo se tornava pequenino, inclusive seus medos, quando estava juntinho do seu papaizinho lindo. O mais lindo papaizinho de todo o universo e era todinho seu.
— O que acha de comermos uns cookies com leite lá na cozinha?
— A mamãe vai bligar com noizi, papaizinho.
Falou baixinho como o pai, como se estivessem compartilhando um segredo e na verdade estavam, já que se a sua mamãe Princesa Zoé Branca de Neve os pegasse comendo doces, escondidos, antes do jantar, ela iria brigar um montão e os obrigaria a comer um prato cheinho de cenoura ralada com pepino. Ela tinha se tornado bem zangada depois que a barriga começou a crescer. Com certeza eram seus irmãozinhos que ficavam chutando a barriguinha dela, aí ela ficava brava, ou então, chorava.
— A gente a enche de beijos e abraços, a raiva dela passa rapidinho.
Seu papaizinho tinha toda razão. Abraços e beijos amansavam a sua mamãe de um jeito a deixá-la com um sorriso bem bonito e os olhinhos brilhando de amor.
