Chocolate & Tree

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Fico parada dentro do meu carro por longos minutos, estacionado perto da propriedade de Chris. A neve cobre o chão em uma camada grossa, e de onde estou posso ver as decorações natalinas do lado de fora. Faltam quatro dias para o Natal.

Encaro a porta de Chris; incerta.

Faz um mês desde que brigamos feio e terminamos tudo entre nós. Por minha culpa, claro, em ter uma crise estúpida de ciúmes. Por ter flertado com outro cara na frente de Chris, só para ele saber o que eu senti, em uma festa importante para ele.

Foi uma grande bagunça, com uma discussão catastrófica que terminou com Chris dizendo "eu não posso mais fazer isso", e indo embora. Desde então não nos vimos, nem nos falamos.

Estar aqui, prestes a tocar a campainha dele, é um tiro no escuro pois não sei em que ponto nosso relacionamento se encontra. Se é que ele existe.

Saio do carro antes que eu desista de tentar.

O frio está massacrante quando eu caminho alguns passos para a porta dele. A neve está caindo do céu e eu aperto o cachecol em volta do meu pescoço. Toco a campainha.

Não sei se ele vai me receber, se já conheceu um outra mulher, ou se já seguiu em frente. Tudo o que sei é que sinto falta da sua risada, de Dodger, e que meus dildos não são suficiente para me aliviar sozinha.

Encaro a porta de madeira, e depois de dois minutos, percebo que ele não vai me atender. Ou não está em casa.

Dou meia volta, mas então a porta abre. Eu encaro Chris Evans parado no batente. Ele me encara boquiaberto.

Eu me aproximo dele, a diferença de nossa altura fica mais evidente. Seus olhos passeiam por mim de maneira cautelosa, como se quisesse ter certeza que eu estou mesmo ali. Então ele faz menção de dizer algo mas eu o interrompo.

— Não diz nada ainda. — Eu digo, me abraçando ainda mais firme, por causa do frio. E por sentir minhas mãos tremendo de nervoso. — Me perdoa. Eu sei que agi de uma maneira bem estúpida e disse coisas que eu sabia que poderiam ferir você. Só... Me perdoa? Eu amo você, mas eu juro que tá tudo bem se quiser me mandar ir embora. Se não quiser mais me ver. Eu vou entender. Só preciso que saiba que eu te amo, e me arrependi da maneira que me comportei naquela noite.

Eu ofego assim que as palavras deixam meus lábios. Encaro as íris de Chris, enquanto ele parece refletir sobre minhas palavras.

Então Chris simplesmente avança na minha direção, e beija meus lábios. Ele segura minha bochecha, mas não aprofunda o beijo.

— Merda. — Ele suspira, quando rompe o beijo. — Você está congelando. Vem, entra.

Assim que atravesso a porta, ele a fecha, e eu me sinto aliviada pelo calor do aquecedor. Tiro o gorro, o casaco, as botas e o cachecol, os deixando no armário.

— Ei. — Chris me chama assim que eu termino, me virando para ele. — Eu também amo você. E me perdoa pelas coisas que eu disse.

Eu assinto com a cabeça, e beijo seu peito sob a camisa. Ele me aconchega em seus braços e eu o alívio se torna um suspiro conforme eu encaixo a cabeça em seu peito e retribuo o abraço apertado.

— Eu estava preparando chocolate quente. Você quer? — Ele oferece, com aquele sorriso bobo de menino e eu dou uma gargalhada quando o sigo em direção à cozinha.

Eu paro no meio do caminho quando encontro Dodger deitado no tapete da sala. Assim que me vê ele vem na minha direção, abanando o rabo.

— Ei, Dodgy! É bom te ver, amigão. — Eu me ajoelho para fazer carinho em seus pêlos, conforme ele lambe minhas mãos. — Você se comportou, sim? Espero que tenha sido um bom garoto.

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