Avisos básicos e importantes: conteúdo +18, com palavras pesadas e nenhuma censura. Lauren g!p.
Lauren Point of View
- Posso me sentar aqui? - Eu pergunto, mas a morena bonita nem me olha. Ela apenas faz que sim com a cabeça e confere alguma coisa em seu celular. Seu semblante parece desanimado, ou triste, fica difícil definir a esta hora da noite depois de um longo dia de trabalho. Talvez seu dia também tenha sido longo e ela esteja apenas cansada. - Dia difícil? - Me atrevo a falar com ela novamente. Dessa vez ela me encara com suas íris castanhas e provavelmente está pensando que sou apenas mais uma idiota inconveniente. O que não é de toda mentira.
- Depende do que você considera um dia difícil. - Só então, com ela completamente virada em minha direção, consigo perceber a ponta de seu nariz avermelhada. Ou está gripada, ou esteve chorando. Não consigo definir o que possa ser pior. Estar gripada em dia de Natal ou o que quer que tenha sido o motivo de seu choro e consequentemente sua presença em um bar as onze da noite do dia vinte e cinco de dezembro.
- Trabalhei o dia todo hoje, minha família está a quilômetros de distância e eu não tenho um amigo com quem possa passar essa noite sem sentir que estou me intrometendo ou atrapalhando a celebração do Natal de alguém. Acho que posso dizer que tive um dia difícil. - Eu digo todas essas coisas mas não em um tom de quem está indignada ou desabafando sua tristeza, eu até acho engraçado porque eu meio que me coloquei nessa situação só para ganhar um pouco mais de dinheiro.
- Hoje é meu aniversário, meu noivo terminou comigo há dois dias e eu também não tenho ninguém com quem comemorar essa data estúpida. Larguei tudo em Londres por causa dele e não conheço ninguém o suficiente aqui em Nova Iorque. - Ela diz, depois leva um copo com uma bebida avermelhada até os lábios e toma um longo gole.
- Tudo bem, você venceu. - Eu digo com uma careta. Ela me olha mais uma vez, aquele castanho profundo quase me hipnotiza.
- Eu não sabia que era uma competição. Eu poderia ter adicionado alguns detalhes mais emocionantes à história. - Seu tom de voz me diz que ela também está se divertindo um pouco, apesar de eu não saber como isso é possível na situação em que ela se encontra.
- Quer falar sobre isso com alguém?
- Não tem muito o que falar sobre aquele idiota.
- Levando em consideração que você saiu de Londres só por causa dele, talvez tenha. - Quando ela me olha de novo, dessa vez como se quisesse me matar, eu me arrependo imediatamente de minhas palavras. - Ou talvez não tenha mesmo. - Eu sorrio, erguendo meu copo de refrigerante na altura de seus olhos como se estivesse propondo um brinde.
- O que está bebendo? - Ela pergunta, fazendo minhas bochechas corarem um pouco.
- Uísque. - Eu minto, sem saber bem o porque de estar fazendo isso.
- Não está não. Tem gás no seu copo. - Ela o pega de minha mão e, para minha surpresa, toma um gole. Depois me olha e sorri divertida. Me sinto uma idiota por ser a razão daquele sorriso, mas ao mesmo tempo adoro descobrir como seus olhos castanhos podem ser brilhantes quando ela está se divertindo de verdade. - Isso é guaraná. Refrigerante brasileiro.
- Como você sabe?
- Já estive em São Paulo, tomei mais guaraná do que água. - Ela ri e não tira seus olhos bonitos de mim. - Por que está tomando isso em um bar a essa hora?
- Eu não sou fã de bebida alcoólica. - Confesso, e mais uma vez vejo um brilho cruzar seus olhos.
- Tem um montão de lanchonetes por aí. Por que está aqui?