— ⚜ —
A poeirinha dourada ondulava ao redor de Petter e Karol. Ela ainda tentava colocar na cabeça que aquilo, aquelas viagens mágicas, eram realmente reais. Afinal, para ela, tudo isso simplesmente não passava de uma grande e melosa baboseira que a sua mãe lhe contava quando criança. Mas era cem por cento real. Ela estava em um conto de fadas. Quer dizer, indo em direção à mais um conto de fadas e a garota prometeu a si mesma que aproveitaria ao máximo essa experiência.
Karol olhou de soslaio para o príncipe do lado e as suas bochechas rapidamente coraram, pois ele estava lhe observando também.
— Sinceramente? Eu já estava estranhando todo esse silêncio — disse Petter brincalhão.
— Você fica encantador como um piadista ruim. — Karol deu um soco leve no ombro do príncipe.
— No que estava pensando? — perguntou Petter curioso e com aqueles olhinhos violetas brilhantes.
— Não é da sua conta. — Karol cruzou os braços.
— Está bem. Que tal... — o príncipe das fadas retirou uma ameixa roxa do bolso. — Uma ameixa por um pensamento.
— Isso é um suborno? Que vergonha, senhor princeso. Que vergonha!
Karol estalou a língua imitando um som de reprovação.
— Acho que vou ter que conviver com você me chamando de princeso. — Petter colocou a ameixa de volta no bolso.
O pozinho ao redor oscilou e ambos olharam para baixo. Havia um lago cristalino a poucos metros e como em um passe de mágica, a poeirinha sumiu e os dois caíram do céu. Em direção ao lago.
Karol gritou e tentou se agarrar ao príncipe, porém fracassou e ambos mergulharam de cabeça no pequeno lago.
— Petter! — Karol tentou procurar por Petter.
— Estou aqui! — Petter já estava indo em direção a Karol.
Ambos saíram do lago encharcados e ofegantes. O vestido de Karol estava ensopado e gotas de água escorreram pela bainha. Ela perdeu as sapatilhas e a terra seca grudava nos seus pés molhados.
Petter tentou afastar com as mãos a umidade da sua roupa tradicional preta, porém, bufou demonstrando sua notável frustação.
— Já pensou em ser mais cuidadoso? E se tivéssemos caído em um lugar pior?
— Eu não deixaria você cair. Isso pegaria mal para o meu currículo — respondeu Petter.
— Tá bom. Acho que já chega de piadinhas por hoje. Meu Deus! No que eu te transformei? — Karol deslizou a mão molhada na face e sorriu.
— Eu gosto. Gosto disso que você causa em mim — disse Petter e as bochechas de Karol ficaram vermelhas.
Ela desviou do olhar do príncipe das fadas e se concentrou na paisagem ao redor.
— Onde estamos? — questionou.
— Pensei ter dito antes.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Entre Contos: O Príncipe e o Livro Dourado
Romance[Livro 1 | Duologia Era Outra Vez] "Acreditar ou não em contos de fadas? Eis a questão." Quando criança, Karol Medeiros nunca se cansava de ouvir sua mãe narrar, infinitas vezes, as muitas histórias sobre fadas e lobos maus. Ela adorava escutar e se...