Quando acordamos

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A dor de partir não é nada em comparação com a alegria do reencontro.

Charles Dickens

Era segunda-feira, 6 de julho, às oito da manhã e o jovem londrino já estava acordado. Não que tivesse conseguido pregar o olho durante a madrugada. A primeira corrida da temporada lhe trouxe um pódio. Ele não imaginava isso nem se fosse vidente. Lando Norris, P3. A frase parecia surreal, mas aconteceu de fato. Toda a comemoração com a equipe fez com que ele e Carlos se aproximassem outra vez. Não o odiava pelo que aconteceu. Odiava pelo simples fato de ainda gostar dele e saber que jamais tentaria novamente. 

Norris retira o celular do pequeno móvel ao lado da sua cama e vê inúmeras mensagens nas múltiplas redes sociais. O normal seria responder a todos, o esperado. Ele simplesmente não conseguia. As fotos estavam lá. A lembrança do abraço... Era cruel olhar para as imagens e vê que não passava de um momento. Não voltamos. Estamos distantes. Droga, Droga!!

A única pessoa com quem Lando trocava muita mensagem era George. Não era como se George e ele tivesse algo, até porque Russell gostava de meninas. A ideia de “ficar com Russell” fez Norris gargalhar porque eles sabiam que não poderiam ficar juntos e não seria justo tentar algo agora se o inglês ainda lidava com um término problemático.

O dia hoje estava repleto de atividades, mas Lando só queria dormir e ficar abraçado com o seu troféu. Já tinha deixado de atender várias ligações do Zak. Ele orava para que não tivesse o contrato rescindido por isso. O peso na consciência pelo vácuo dado ao chefe por simplesmente motivo nenhum o fez ligar imediatamente para ele. Esperava que não estivesse em apuros. E o outro lado falou:

— Hey, Zak... Foi mal aí — Lando comentava quase rindo.

— Uma ligação, garoto. Uma ligação não mataria sua vontade de dormir —  o tom de Zak foi de sério a engraçado em questão de segundos —  Como você se sente hoje?

— Bem e você?

— Tudo tranquilo. Não precisava entrar no simulador hoje se não quiser, mas...

— Odeio os “mas”. O que é dessa vez?

— Poderia me contar o que diabos aconteceu contigo ontem?

— Como assim?

— Odeio bancar o metido, Lando. Não gosto de misturar o pessoal com o profissional, porque você é maior de idade, mas me preocupo contigo.

— Ainda não entendi...

— Por que você estava chorando ontem sozinho perto do seu carro?

A pergunta fez o inglês congelar ao ponto de não conseguir falar nenhuma palavra.

— Ok, Zak. Vou te contar a verdade. Tudo, na verdade.

— Tudo bem.

GEORGE´S POV

Se tivesse como apagar a primeira corrida da minha mente, apagaria facilmente porque foi cruel e muita falta de sorte da minha parte em ter um motor quebrado na quadragésima nona volta de setenta e uma. Era como se Deus estivesse me punindo por esconder algo, ou ter matado alguém na vida passada. De qualquer forma, não dá para reclamar. Não me levará a ponto algum e isso não vai me abalar, porque do chão não passa rs.

Ainda não mandei mensagem para Lando, digo, de bom dia. Não quero atrapalhá-lo num dia tão importante, digo, folga é muito importante. As pessoas acham que vivemos dentro de um cockpit ou simulador. Adivinhem só, não mesmo.

A minha vontade é de sair daqui e consolá-lo de alguma forma. Gostar do Sainz. Não era algo esperado, embora as inúmeras brincadeiras significassem algo e agora não passava de traumas para Lando lidar. Sinceramente, gostaria de saber mais a respeito... Droga, a minha mania de ajudar os outros sem ser pedido ajuda falando mais alto que a voz da razão.

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⏰ Última atualização: Dec 29, 2020 ⏰

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The Bo3s (Lando Norris, George Russell e Alex Albon).Onde histórias criam vida. Descubra agora