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Jimin tinha vestido apenas a calça e colocado o casaco de seu terno ao redor de si, para se proteger do chão frio do elevador. Ele estava relaxado, o rosto apoiado contra o peito de Jungkook, ouvindo o bater tranquilo e constante do seu coração.

Eles estavam em silêncio desde quando a euforia do orgasmo tinha passado, apenas abraçados um contra o outro. As velas tinham se apagado em determinado momento e um dos buquês de flores de Jimin havia sido esmagado no meio daquela confusão de roupas e corpos.

Nada mais fazia sentido para Jungkook. Horas antes, seu grande sonho era chegar em casa, relaxar durante um bom tempo dentro de uma banheira de água quente, depois assistir algum programa idiota na televisão até pegar no sono no sofá e, esperar o novo e tediante dia chegar. Porém, tudo isso tinha mudado graças a uma pane de um maldito elevador.

Ali estava ele, com um homem deitado contra seu peito. E não era qualquer homem, mas sim Park Jimin, que parecia um anjo em forma humana ao mesmo tempo que tinha os gemidos mais sujos que Jungkook já tinha ouvido. Os fios de cabelo escuro estavam jogados de qualquer forma e os olhos fechados.

Jungkook sabia que Jimin não tinha adormecido, porque vez ou outra os cantos de seus lábios se repuxavam e o indício de uma covinha surgia em suas bochechas, como se ele estivesse sorrindo com algo bom que Jungkook não conseguia ver. O problema de Jungkook eram as malditas borboletas que insistiam em enlouquecer seu estômago toda vez que um princípio de sorriso de Jimin acontecia.

— É engraçado ouvir quando os seus batimentos aceleram, Jungkook. — Jimin cortou o silêncio, um sorriso surgiu nos lábios meio inchadinhos.

Jungkook soltou um risinho baixo e ergueu-se um pouco, somente para deixar um beijo leve contra a testa de Jimin, que abriu os olhos com o ato.

— Por que aceleraram? — Jimin sussurrou.

— Pensamentos têm essa capacidade. — Jungkook piscou um dos olhos e, como um bobão, trouxe Jimin mais para cima com o braço.

Rápido. Muito rápido. Era daquela forma que o coração de Jimin batia naquele momento e parecia que acelerava ainda mais a cada toque de Jungkook, a cada beijo singelo trocado, a cada momento que relembrava o que tinha acontecido pouco tempo antes.

Jimin nunca tinha feito nada com uma pessoa sem conhecê-la antes por certo tempo, muito menos conseguia acreditar que havia feito com Jungkook dentro de um elevador. Ele nunca tinha sentido o que sentia pouco tempo antes; as mãos de Jungkook sobre sua pele, os beijos e as marcas que Jimin tinha certeza que estavam contra seu pescoço naquele momento. Ele tinha se sentido em chamas, em ebulição, ao máximo de tudo possível.

Com um homem que era quase um desconhecido mas que, ao mesmo tempo, Jimin tinha a impressão de conhecer melhor do que ninguém.

— Será que nos esqueceram e nós vamos ficar aqui para sempre? — Soltou de repente.

— Se esse for o caso, não seria "para sempre", Jimin. — Jungkook riu de novo, o peito tremendo com o gesto. — E além disso, seus pais devem ter tomado alguma providência depois de todo esse tempo.

Nah, provavelmente minha irmã já chamou a polícia. — Jimin falou e então um bocejo o fez parar de falar por alguns segundos. — Você me deixou exausto, Jungkook.

— Só com aquilo, Mochi? - Provocou.

Jimin apertou a pele sob seus dedos, beliscando uma parte aleatória do abdômen de Jungkook, que soltou um "ai" sonoro e puxou a mão de Jimin que fazia isso.

— Já entendi a lição! — Resmungou, mas infantilmente esticou a língua para Jimin.

E então Jungkook entrelaçou os próprios dedos com a mão de Jimin que ainda segurava longe de sua pele. Jimin tinha dedos fofinhos, alguns anéis perdidos entre eles. Aquelas mãos tinham passeado pelo corpo de Jungkook pouco antes e ele sabia o estrago que elas podiam fazer, mesmo sendo macias e delicadas daquela forma.

Jimin bocejou novamente e ajeitou o seu rosto melhor, aproximando-o da curva do pescoço de Jungkook e afundando-o ali.

— Pode dormir, se algo acontecer eu te acordo. — Jungkook falou.

— Aceito mais carinho. — Park disse com a voz baixa e extremamente rouca, a cor castanha de seus olhos desaparecendo quando os fechou.

Jungkook sorriu, mas voltou a massagear o couro cabeludo de Jimin. Não era como se ele não estivesse cansado e com sono também, ao contrário, Jungkook estava completamente esgotado, mas simplesmente não conseguia dormir. Parecia completamente errado ter a chance de ver o biquinho de um sonolento Jimin e não ficar admirando-o pelo máximo de tempo possível.

Realmente, Jungkook não estava normal.

— Sabe, você é bem diferente do que eu imaginei. — Jimin voltou a falar, demorando longos segundos e embolando as palavras da frase. — Sempre achei que você era um ranzinza irritante.

— Eu sou ranzinza e irritante, Jimin.

— Não. — Park sussurrou e então completou com uma voz tão baixa que Jungkook quase não ouviu. — Você é gostoso e confortável.

Jungkook viu o sono se apoderar completamente do pequeno, levando-o para o mundo dos sonhos, e por um segundo pensou em fazer o mesmo, a ideia foi descartada assim que viu Jimin soltar um ronco baixo e algumas palavras desconexas.

Jungkook se sentia um adolescente novamente, os hormônios borbulhando dentro de si. Parecia tão louco abraçar Jimin como se fosse a maior preciosidade de sua vida, velar seu sono como um anjo da guarda faria, sorrir das palavras que soltava durante o sono.

O quão filme romântico aquilo era? E mesmo assim, estava acontecendo. Em uma revolução absurda de pensamentos, Jungkook continuava movimentando as pontas dos dedos no cabelo de Jimin, impressionando-se em como aquele gesto parecia acalmá-lo também.

Jungkook era um homem quebrado, sem sonhos, um desperdício de humanidade e, mesmo assim, tinha tido Jimin em seu corpo, em sua mente. Provavelmente Park Jimin perceberia o grande problema que era Jeon Jungkook quando saíssem daquele elevador.

Mas enquanto estivessem presos nele, Jungkook abraçaria e ninaria Jimin por cada segundo.


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