𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 1

298 15 22
                                    

Matem. Todos.

Essas palavras reviram na minha cabeça. Matem todos, foi o que ele disse. E assim será feito.

A multidão de pessoas fazem aglomerações na entrada do castelo. A lua se põe macabra atrás do topo do castelo. A brisa fria meche em meus cabelos e na minha pele, fazendo com que eu gentilmente estremeça. Meu vestido dourado, feito para cativar e atrair meu alvo. Minha maquiagem leve destaca meus lábios e meus olhos. Tudo isso planejado e sendo posto em execução nesse exato momento. Não posso fraquejar.

Com as minhas duas mãos juntas, eu entro no covil dos leões. Tenho que permanecer impassível aos olhos desconfiados que estão me dando. O palácio está coberto de cores douradas que combinam com meu vestido. Os candelabros bem postos e dourados, o fogo iluminando os cantos e a central do castelo. Uma grande escada que da entrada para a festa se encontra com os meus olhos. A decoração muito festiva e bem feita para uma recepção calorosa.

Idiotas!

Meus olhos vagueiam pelo castelo tumultuado por pessoas, procurando pelo meu alvo. A informação que tenho é que ele estaria nessa recepção, aliás, o anfitrião é seu pai. Meu andar é confiante, assim dando a impressão que sou uma mulher importante para essa recepção. E eu vou ser, em breve. Eu desço a grande escada, dando lugar para a área central onde a festa está ocorrendo.

- Ah, Senhorita Renault. Ótimo ter encontrado tempo para nos visitar.

Eu me viro e um homem de 50 anos mais ou menos, olhos verdes embaixo de seus óculos e cabelo brancos que nascem do seu cabelo preto escuro, está na minha frente. Impressão minha ou ele estava de picuinha comigo? Sem problemas, não me atinge. Abro um sorriso adorável e agradecida pelo convite. Muito agradecida. ­

- Mas é claro, Senhor Rakoczy. Não perderia isso por nada.

Eu faço uma cortesia chamativa para o Senhor Rakoczy. Quando me abaixo meus peitos aparecem um pouco e ele perde a compostura. Meu sorriso se alarga. Até ele não foge do meu encanto. Um homem o chama e ele se abstêm, pedindo licença. Um mordomo aparece e eu pego uma taça de champanhe.

O castelo não é nada mal. Me imagino vivendo em toda essa riqueza sem se preocupar com o mundo. Todos os dias, acordando em uma cama grande e confortável, onde pessoas já preparam o café e as outras refeições pra você. Pena que pouca gente tem esse privilégio.

A música começa a tocar e é agora que você sabe que o meu jogo começou como assim também a valsa.

Meu alvo ainda não foi encontrado, então o melhor a fazer é continuar procurando. Os vestidos giram no ritmo da música, casais se destinam para a o centro do salão. É uma forma bonita de expressar sentimentos e emoções. Mas minha mente volta para ele. No fundo do salão, lá está ele. As pessoas dançam em sua frente, aos meus olhos, em câmera lenta. Meu alvo está ali. Seus olhos verdes encontram o meu e eu imediatamente finjo que estou tímida. Coloco minha franja atrás da minha orelha e meus olhos voltam para ele. Ele está me admirando de longe, seus olhos não saem de mim. Espero que ele venha até mim. Segundos depois ele coloca sua bebida em uma mesa próxima e vem em minha direção.

Primeiro passo, age como se estivesse encantada por ele. Segundo passo, dance com ele.

Seu andar é masculino, sua roupa de realeza firme em seu corpo, cabelos pretos ébanos e olhos verdes esmeraldas. Ele é charmoso, isso eu admito.

Ele se aproxima e consigo distinguir um sorriso em seus lábios. Ele faz uma cortesia e pergunta para mim:

- Você me daria a honra de dançar comigo, Senhorita?

Ele estende sua mão e eu a pego. Abro um sorriso e faço uma cortesia também. Ele me puxa para o centro do castelo. Eu coloco meus braços em seu pescoço e ele aperta minha cintura. Ficar perto o suficiente dele....

Sua colônia entra em minhas narinas, nós dançamos no ritmo da música, calma e bonita. A adaga em minha cinta-liga queima em minha perna, pedindo para ser usada, mas algo em meu cérebro fala que isso é errado e eu sei disso. Nossos olhos se encontram e eles brilham. São tão lindos, lembram esmeraldas refletindo o sol do amanhecer. Seus cabelos negros dão destaque para as suas feições. Seus olhos contêm carinho. Nossos corpos se comunicam através da música. Existe uma conexão entre nós. Eu não esperava isso.

- Qual o seu nome?

- Alyssa Renault. Sinto que você seja Peter Rakoczy. Estou correta?

Ele assente e sorri por eu ter acertado seu nome.

- Muito bem. Alyssa é um nome bonito. Adoraria compor uma sonata com o seu nome.

Ele sorri e eu coro. Um sorriso escapa de meus lábios. Certo, agora eu não estou fingindo. O que está acontecendo comigo? Agora seria o momento perfeito para pegá-lo.

De repente a música para e ouvimos uma pessoa gritando. As pessoas ficam surpresas e se afastam uma das outras. Um homem vem em nossa direção e seu dedo e palavras apontam para mim.

- Não acreditem nela! Ela é uma manipuladora, ela-

- Chega dessa babaquice!

Eu pego minha adaga e atiro no peito do cara. Peter era o único para morrer hoje, mas parece que tivemos um contratempo e também eu fraquejei. Peter olha assustado para mim enquanto se afasta. Lhe dou um olhar frio e um sorriso volta em meu rosto, dessa vez seco.

- Quem é você?

- Acredite em mim, você não precisará disso no inferno.

Eu me afasto e saio tranquila do Castelo. Peter Rakoczy sabe quem eu sou agora mas ainda assim não muda minha missão.

𝐃𝐨𝐜𝐞 𝐕𝐢𝐧𝐠𝐚𝐧𝐜̧𝐚 ೃOnde histórias criam vida. Descubra agora