𝗚𝗢𝗧 𝗟𝗢𝗦𝗧 𝗜𝗡 𝗦𝗢𝗨𝗥 𝗘𝗬𝗘𝗦 ' Suna Rintarou

𝘁𝘄𝗼

PRIMEIRO DE FEVEREIRO 2015

ESTADOS UNIDOS

CALIFORNIA - SAN FRANCISCO

Suna Rintarou

⠀⠀⠀O céu estava com uma ótima paleta de cores... combinavam perfeitamente com o azul do mar e o castanho amarelado da areia; uma vez ou outra o vento soprava bagunçando meus cabelos. Não era algo ruim, pode se dizer que até mesmo a brisa gelada se torna algo confortante quando seu espírito se encontra em completa consonância.

⠀⠀⠀Coloquei o cordão da câmera fotográfica em meu pescoço. A lente escolhida por mim, havia sido a Prime, posicionei o aparelho fotográfico na posição zenital, com ângulo de 40°. O meu polegar da mão destra deslizou lentamente até o diafragma o ajeitando perfeitamente deixando F₃₂; os outros dedos estabilizaram-se ao redor da câmera, deixando a mão esquerda posicionada na vertical do aparelho; meu indicador se posicionou perfeitamente no botão, mentalmente contei cinco segundos e pressionei o pequeno botão deixando ressoar um curto som quase que inadiável.

⠀⠀⠀Olhei pela pequena tela a fotografia que havia sido retirada por mim segundos atrás, ao ver o resultado permiti que meus lábios se curvassem em um curto e fino sorriso o qual durou por poucos segundos; lancei meu olhar sob a maré que beirava meus pés descalços.

⠀⠀⠀Retirei o cordão do meu pescoço ainda segurando a câmera, dei alguns passos para trás encontrando alguns de meus pertences... pousei a câmera acima do fino pano que cobria a areia. Me agachei esticando meu braço esquerdo em direção a uma caixinha de cigarros na qual eu havia colocado cigarros de maconha, retirei apenas uma unidade e novamente coloquei a pequena caixa ao lado da câmera. Em passos lentos caminhei novamente até a beira do mar, mas dessa vez me sentei em uma rocha de tamanho imenso que se mantinha ali. Meus dedos deslizaram até um dos bolsos da minha bermuda que tinha a tonalidade branca, dando um contraste para a camiseta preta. Apanhei o isqueiro que lá havia, coloquei o baseado entre meus lábios e com bastante destreza levei o isqueiro agora acesso a ponta do beck, com a mão livre tampei a direção que o vento soprava impedindo o mesmo de apagar o baseado.

⠀⠀⠀Agora segurando o beck com o dedo indicador e dedo médio, contraindo os lábios fechei minha boca por completo ao redor da droga, inflei meu pulmão puxando um pouco da fumaça para dentro do meu corpo, deixando por cerca de três segundos, em seguida soltei todo o ar antes puxado. Por uma fração de segundos fechei meus olhos sentindo minha mente se esvaziar de acordo com que o número de tragadas aumentava. Eu ainda era alguém considerado novo no mundo das drogas o que ainda me proporcionava maior leveza e principalmente... maior prazer.

Prazer

⠀⠀⠀Em minha cabeça o maior motivo das pessoas cogitarem a ação de fumar era o imenso prazer que a droga trazia consigo, a sensação de leveza que levava grande parte dos seus pensamentos embora; esse era o motivo, pelo menos para mim.

⠀⠀⠀Meus olhos agora avermelhados e baixos se dirigiram até minha frente encontrando a maré calma, o sorriso fino voltou a se fazer presente em meus lábios, mas a droga fumada não era o único motivo da minha leveza... aquela visão também me proporcionava uma ótima sensação; a visão dos raios solares atingindo a superfície, me dando vista da maré se chocando uma vez ou outras contra as rochas enquanto molhava levemente os meus pés, ou molhando a areia, no fundo eu gostava daquela visão, me trazia paz.

⠀⠀⠀Meus devaneios foram retirados com o pequeno choque de realidade que levei ao sentir o celular vibrar em meu bolso, olhei a tela do smartphone vendo o nome do contato "tsumu" com um pequeno receio atendi a ligação, sabia que o loiro não estava passando pelos dias mais fáceis de sua vida, pois a perda do irmão gêmeo estava destruindo cada resquício de felicidade no peito do loiro.