Capítulo 3

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"Cada qual sabe amar a seu modo; o modo, pouco importa; o essencial é que saiba amar"
— Machado de Assis.

Gustavo Amaral
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Ontem, o Nícolas ficou de enviar os emails aos estagiários e informando a hora na qual eles deviam aparecer aqui, na construtora. Neste exato momento já estamos todos nós reunidos na sala de reuniões.

Recebo os papéis onde contém os dados de todos eles e começo a ler todas as informações, desde os nomes até as suas condutas e notas na universidade. Leio tudo até chegar na última folha e quando vejo a foto do dono da mesma arqueio as sobrancelhas e olho à todos os estagiários para ver quem é, mas ninguém que se faz presente tem as mesma características da foto, então resolvo perguntar.

— Quem é Yuri Galeano? — pergunto mas ninguém responde, apenas entre olham-se.

— Não deve ter chegado ainda. — Bráulio diz enquanto organiza alguns itens no seu notebook para depois serem apresentados para os novos estagiários.

— Irresponsável. — digo descartando a folha dos seus dados. — Já vou avisando à todos vocês, eu odeio e não tolero atrasos na minha empresa. Se vocês querem ser bons profissionais primeiro devem saber honrar os vossos compromissos e... — vou falando mas sou interrompido com uma batida na porta, o que me deixa irritado.

Falo um "Entre" arrogantemente e quando a porta é aberta, vejo um jovem loiro e super lindo entrando na sala. Olho detalhadamente as suas afeições e quando percebo que ele é o Yuri Galeano, o atrasado da primeira categoria, resolvo falar.

— Você está atrasado. — digo e pelo visto a minha voz soa tão alto, já que ele assusta e leva as suas mãos até o peito.

— Céus! Desse jeito não. — diz desnorteado mas rapidamente ele se recompõe e fica meio tímido. — D-desculpa pelo atraso. — diz gaguejando mas isso não me convence.

— Desculpa? Sério isso? — jogo as perguntas enquanto dou passos pesados em sua direção. — Quando atrasar com a entrega de um projeto, também vai pedir desculpa? — pergunto agora à poucos centímetros de sí.

— C-claro que não. — diz controlando o tom da sua voz.

— Tem certeza? Porque uma vez atrasado, atrasado serás pra sempre. — digo irônico e pelo visto isso o deixou chateado, já que passa as suas mãos pelo rosto.

— Mas afinal de contas quem é você? — pergunta nervoso. — O dono da empresa nem está falando nada e você já vem aqui se achar de certinho. — diz olhando o Bráulio e depois volta a me encarar.

Ele deve estar achando que o Bráulio é o dono da empresa, pois ele está sentando na cadeira do anfitrião e além do mais, ele tem uma pose firme, digna de um chefe.

— Tão tolo. — digo com um pequeno sorriso. — Saia da minha empresa. — falo por fim.

Vejo o seu rosto ruborizar e o arrependimento surgir nos seus olhos, mas aquilo não me comovia nenhum pouco. Muito pelo contrário, sorrio e abro a porta.

— Peço desculpa. — diz mas isso me faz gargalhar e fazer a mesma pergunta de antes.

— Também vai pedir desculpas quando faltar respeito à um investidor? — pergunto e ele bufa de raiva.

— Pega leve, Gus. — ouço o Bráulio dizer mas me viro e lanço um olhar que o faz levantar as mãos em sinal de rendição.

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⏰ Última atualização: Jan 03, 2021 ⏰

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O Voyeur (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora